sábado, 26 de novembro de 2016

Sobre o falecimento de Fidel Castro

Valioso contributo para melhorar o OE 2017

NOVOS AVANÇOS E CONQUISTAS PARA OS TRABALHADORES E O POVO

Mais de 20 medidas aprovadas por proposta ou com o contributo do PCP no segundo dia de votações do Orçamento de Estado para 2017

Mais de 20 medidas aprovadas por proposta ou com o contributo do PCP no segundo dia de votações do Orçamento de Estado para 2017
TRABALHO

Interconexão de dados entre a Administração Fiscal, a Segurança Social e a Autoridade para as Condições do Trabalho para combater a precariedade

Com vista ao cumprimento da legislação laboral, nomeadamente no combate à precariedade, a Autoridade Tributaria e Aduaneira e a Segurança Social cooperarão com a Autoridade para as Condições do Trabalho podendo disponibilizar dados necessários e determinantes para o desenvolvimento de acções inspectivas e desencadear os mecanismos legais adequados, dando-se um passo decisivo no combate ao falso trabalho independente e ao trabalho não declarado.

Garantia do acesso ao transporte público para os trabalhadores ferroviários

Foi aprovada a manutenção do acesso dos trabalhadores ferroviários ao acesso aos transportes públicos
SECTORES PRODUTIVOS

Desconto no preço da gasolina consumida na pequena pesca artesanal e costeira

Foi aprovada a aplicação de um regime de desconto no preço final da gasolina consumida, com uma redução equivalente ao que resulta da redução de taxa aplicada ao gasóleo na pequena pesca artesanal e costeira, o que permite reduzir os elevados custos com os factores de produção que afectam negativamente esta actividade.
MICRO PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

Redução progressiva do Pagamento Especial por Conta

Indo ao encontro de uma reivindicação das micro, pequenas e médias empresas, abriu-se o caminho para a progressiva redução do Pagamento Especial por Conta até à sua definitiva eliminação em 2019, iniciando em 2017 com uma redução de 1000 euros para 850 euros.
ENERGIA

Prolongamento da tarifa regulada de energia eléctrica

Com a aprovação desta proposta é prolongado o prazo para a extinção das tarifas transitórias para fornecimentos de electricidade aos clientes finais de baixa tensão normal, até 31 de Dezembro de 2020. A manutenção por mais três anos da tarifa regulada possibilita uma maior fiabilidade e confiança para o consumidor avaliar as tarifas dos contratos no mercado liberalizado e o combate a preços de monopólio. A regulamentação da fixação do valor da tarifa transitória, regulada pela ERSE, deve corresponder ao valor médio de mercado.

Redução do preço do gás de garrafa

Aprovação de um regime para redução do preço do gás de garrafa, adequando o seu regime de preços às necessidades dos consumidores.

Extinção da Entidade Nacional para o Mercado de Combustíveis e regulação dos sectores petrolíferos e dos biocombustíveis

Em 2017 será extinta a entidade nacional para o mercado de combustíveis integrando todas as actividades de regulação pública dos diversos sectores energéticos (electricidade, gás natural, combustíveis fósseis e outros) numa única entidade, com claras vantagens quanto ao acompanhamento, monitorização e regulação de sectores que se articulam e interinfluenciam e as poupanças de recursos públicos evitando a duplicação de entidades.

Criação do Operador Logístico de Mudança de Comercializador (OLMC), sem agravamento de custos para os clientes finais de electricidade e de gás natural

Ficou assegurado que a criação do operador logístico de mudança de comercializador não terá mais custos para os clientes finais de electricidade e de gás natural.

Criação da Agência Fiscalizadora da Energia

O Governo procede em 2017 à reestruturação orgânica da fiscalização no sector energético, designadamente concentrando as actuais competências dispersas entre a ASAE, a ENMC e a DGEG numa entidade fiscalizadora especializada para o sector energético, a Agência Fiscalizadora da Energia, dotada de meios, recursos humanos e conhecimentos especializados para responder, numa visão integrada e com abordagem em toda a dimensão, diversidade e complexidade do sector energético.
POLÍTICA FISCAL

Redução do IRS para famílias em que um dos membros do casal aufere um rendimento inferior a 95% do outro

As tabelas do IRS respeitantes a «casado, único titular» aplicam-se aos rendimentos auferidos por titulares casados e não separados judicialmente de pessoas e bens, quando apenas um dos cônjuges aufira rendimentos englobáveis, ou, auferindo-os ambos, o rendimento de um deles seja igual ou superior a 95% do rendimento englobado.

Alargamento da dedução das despesas de educação no IRS

Ficou assegurado que as despesas de educação referentes à alimentação em refeitório escolar, de alunos inscritos em qualquer grau de ensino, são dedutíveis à colecta de IRS independentemente da entidade que presta o referido serviço e da taxa de IVA aplicada.
EDUCAÇÃO

Gratuitidade dos manuais escolares para os alunos do 1º ciclo

Alargamento da gratuitidade dos manuais escolares a todos os alunos do 1º ciclo para o ano lectivo 2017/2018, abrangendo cerca de 370 mil crianças. A progressiva gratuitidade dos manuais escolares iniciada em 2016 introduz uma perspectiva de enorme alcance no combate às assimetrias e desigualdades sociais, no combate ao insucesso escolar e na garantia da efectiva gratuitidade do ensino e da igualdade no acesso e sucesso escolares.

Revisão dos critérios e fórmula de cálculo de atribuição de assistentes operacionais nas escolas

A carência de assistentes operacionais nas escolas é uma realidade que cria constrangimentos diários no funcionamento das escolas. Com a aprovação desta proposta, serão revistos os critérios e fórmula de cálculo para a determinação do rácio de assistentes operacionais nas escolas, de forma a que respondam às necessidades e especificidades de cada escola e supram a falta generalizada destes trabalhadores.

Reposição dos apoios da Acção Social Escolar às visitas de estudo para estudantes dos escalões A e B da acção social escolar

É reposto o apoio às visitas de estudo ao nível da acção social escolar aos alunos dos escalões A e B, pondo fim a uma profunda injustiça e desigualdade, de responsabilidade do anterior governo.
CIÊNCIA E ENSINO SUPERIOR

Suspensão da actualização do valor das propinas no ensino superior

No ano lectivo 2017/2018 o valor mínimo e máximo das propinas não serão actualizados. As propinas constituem efectivamente um obstáculo no acesso e frequência no ensino superior, pelo que o não aumento do seu valor mínimo e máximo, ainda que insuficiente, insere-se numa perspectiva de minorar os seus impactos profundamente negativos nos estudantes.

Apresentação e entrega de dissertações, trabalhos de projectos, relatórios e teses em formato digital

Na apresentação de entrega de dissertações, trabalhos de projectos, relatórios e teses passa a ser suficiente o formato digital, reduzindo bastante os custos para os estudantes.
SAÚDE

Aumento da quota de medicamentos genéricos para 40% em valor

Durante o ano de 2017 serão adoptadas medidas de incentivo à utilização dos medicamentos genéricos com vista a aumentar a quota destes medicamentos para os 40% em valor. A aprovação desta medida conduz a uma dupla poupança, para o Estado e para os utentes, e permite uma maior acessibilidade dos utentes à saúde e aumenta a adesão à terapêutica.

Estrutura de combate à toxicodependência, ao alcoolismo e a outras dependências

O Governo, durante o ano de 2017, procede ao levantamento das consequências da extinção do IDT, IP e deve avaliar as condições para a criação, no âmbito da administração pública, de uma entidade dotada de autonomia administrativa e financeira que tenha como missão a coordenação, o planeamento, a investigação e a intervenção no combate à toxicodependência, ao alcoolismo e a outras dependências, integrando as vertentes da prevenção, da dissuasão, da redução de riscos e minimização de danos, do tratamento e da reinserção social.
CULTURA

Plano de intervenção na fortaleza de Peniche

Na sequência da intervenção do PCP com vista a preservar a importância histórica da Fortaleza de Peniche, na resistência e na luta pela liberdade e democracia, o Governo elaborará um plano de intervenção urgente do Forte de Peniche, que detenha a degradação do complexo da Fortaleza, nomeadamente, das muralhas e dos edifícios da antiga prisão política de alta segurança ali instalada pelo regime fascista.

Gratuitidade da entrada nos Museus e Monumentos nacionais nos domingos e feriados

Em 2017 será reposta a gratuitidade da entrada nos museus e monumentos nacionais nos domingos e feriados até às 14h para todos os cidadãos residentes no território nacional. Esta medida insere-se no princípio constitucional da democratização do acesso à cultura.

Programa de apoio à criação literária com a abertura de um concurso para doze bolsas de criação literária em 2017

Cabe ao Estado o apoio à criação cultural. Com a provação desta medida, é reposto em 2017 o programa de apoio à criação literária, através da atribuição de doze bolsas de criação literária.

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Encontro com a Associação Intervenção Democrática

INTERVENÇÃO DE JERÓNIMO DE SOUSA, SECRETÁRIO-GERAL, ALMOÇO «EMPREGO, DIREITOS, PRODUÇÃO, SOBERANIA»

«Estivemos à altura dos compromissos que temos com os trabalhadores e com o povo»

«Estivemos à altura dos compromissos que temos com os trabalhadores e com o povo»



Intervindo no final de um almoço com militantes e simpatizantes em Ota, no concelho de Alenquer, Jerónimo de Sousa, referindo-se às propostas de alteração ao Orçamento do Estado para 2017, afirmou que "o PCP não faz questão de pôr o dedo no ar ou assumir protagonismo que não tem. O que dizemos é que onde o PCP tem proposta ou fez proposta, estivemos à altura dos compromissos que temos com os trabalhadores e com o povo".

Repor os salários e a evolução das carreiras é de justiça incontornável

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Dar a conhecer aos trabalhadores o significado, realizações e conquistas...

As eleições norte-americanas


NOTA DO GABINETE DE IMPRENSA DO PCP

Sobre as Eleições nos Estados Unidos da América



Sobre as Eleições nos Estados Unidos da América
As eleições para a Presidência, assim como para o Senado e a Câmara de Representantes, realizadas nos Estados Unidos da América expressaram profundos problemas, contradições e desigualdades que percorrem a sociedade daquele País, que são expressão do aprofundamento da crise estrutural do capitalismo que afecta particularmente a maior potência imperialista do Mundo.
O lamentável espectáculo da campanha eleitoral expressou de forma muito clara a degradação do sistema político dos EUA, facto inseparável da crise social e da desilusão provocada em vastos sectores populares pela presidência Obama que, tanto no plano interno como externo, defraudou as expectativas de mudança que falsamente foram alimentadas.
A eleição de Donald Trump como Presidente dos EUA poderá aprofundar ainda mais a política externa reaccionária e agressiva dos EUA levada a cabo por sucessivas administrações norte-americanas, e da qual a candidata derrotada foi destacada protagonista. Tal facto realça a importância da intensificação e alargamento da luta pela paz e contra as ingerências e agressões do imperialismo, nomeadamente do imperialismo norte-americano.
O PCP expressa a sua solidariedade aos comunistas, às forças e sectores progressistas dos EUA que persistem na luta pela justiça social, a democracia, o progresso e a paz, e na denúncia da verdadeira natureza de um sistema de poder contrário aos interesses dos trabalhadores e do povo dos EUA.

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Faixa publicitária

O PCP e os seus deputados europeus


Jornada de trabalho sobre o desenvolvimento regional, com deputados do PCP no Parlamento Europeu»
Segunda, 07 Novembro 2016 14:17
20161107_residuos_spedrocovaOs deputados do PCP no Parlamento Europeu, João Ferreira e João Pimenta Lopes, realizaram na passada sexta-feira uma Jornada de Trabalho no distrito do Porto, cujo programa incluiu um conjunto de contactos, visitas e reuniões de trabalho com organizações representativas dos trabalhadores e com instituições do poder local e central do Estado.
PCP questiona Ministério do Planeamento e das Infraestruturas sobre projecto para a Estação de S. Bento
Sexta, 04 Novembro 2016 14:34
20161104_estacao_sbentoO Grupo Parlamentar do PCP apresentou na Assembleia da República a seguinte pergunta escrita ao Ministério do Planeamento e das Infraestruturas na sequência do projeto anunciado pela empresa Infraestruturas de Portugal para a Estação de S. Bento:

"A estação de São Bento, cujo centenário foi recentemente comemorado, possui um elevadíssimo interesse e valor histórico e patrimonial.

A luta não pára

As Trabalhadoras da Fábrica de Conservas Pinhais estão em Luta!PDFVersão para impressãoEnviar por E-mail
Quinta, 03 Novembro 2016 10:10
20161102_pinhaisAs Trabalhadoras da Fábrica de Conservas Pinhais do Concelho de Matosinhos, hoje saíram mais uma vez à rua a exigir o pagamento de salários em atraso.
Na semana passada estas trabalhadoras já tinham estado a lutar pelos seus direitos em frente à porta da Fábrica, por onde aquelas trabalhadoras, entram há mais de 20, 30 e 40 anos. 
Era com enorme sentido de revolta que as trabalhadoras gritavam: - Queremos os nossos salários!...
Não obtiveram resposta do patrão, que há uns dias atrás lhes tinha oferecido latas de conserva, ou a quantia de 20 euros para matarem a fome.
O PCP tem estado presente! Num momento tão difícil para estas trabalhadoras, o Vereador da Camara de Matosinhos do PCP José Pedro Rodrigues, na semana passada já havia estado ao lado das trabalhadoras em luta, e no protesto de hoje esteve presente uma delegação da Comissão Concelhia do PCP, para manifestar a sua solidariedade e incentivar as trabalhadoras a lutarem pelos seus direitos.
O PCP, Partido de todos os Trabalhadores, continuará a acompanhar de perto a luta das trabalhadoras da Pinhais e fará tudo o que esteja ao seu alcance para que este protesto não caia no esquecimento e as trabalhadoras sejam tratadas com dignidade e recebam os salários a que têm direito.
Por uma Política Patriótica e de Esquerda!

A Comissão Concelhia de Matosinhos do PCP

Apoiar as crianças e os pais

INTERVENÇÃO DE JERÓNIMO DE SOUSA, SECRETÁRIO-GERAL, DEBATE «PARA UM DESENVOLVIMENTO INTEGRAL – APOIAR AS CRIANÇAS E OS PAIS»

Para um desenvolvimento integral - apoiar as crianças e os pais


Para um desenvolvimento integral - apoiar as crianças e os paisdos camaradas, amigos e amigas
Em primeiro lugar saudar todos os presentes e os contributos que trouxeram a este debate, contributos diversificados que mostram o quanto há ainda a fazer em defesa dos direitos das crianças para que sejam asseguradas as condições para o seu crescimento e desenvolvimento harmonioso.
Estamos todos de acordo que as crianças são um «bem precioso» para qualquer país. São elas que asseguram o futuro.
Para o PCP há um claro compromisso na defesa dos direitos das crianças para um Portugal com futuro. Quanto maior for o desenvolvimento integral que possamos oferecer às crianças de hoje, melhores perspectivas de desenvolvimento e progresso pode ter o nosso País.
Permitam-me, contudo, um breve olhar para o Mundo em que as crianças são vítimas das políticas de exploração, de negação dos direitos básicos aos povos, de domínio económico, de condenação ao subdesenvolvimento em inúmeros países, das guerras promovidas pelo imperialismo que estão na origem dos fluxos migratórios. Todos nós temos bem presente imagens de crianças que morrem a atravessar o Mediterrâneo, ou o seu olhar perdido em campos de refugiados, atingidas pela escalada militar como, por exemplo, na Síria e no Iraque.
São milhões de crianças privadas da resposta a necessidades mais básicas, sujeitas à pobreza, à fome, à subnutrição, à negação do acesso a cuidados de saúde, à educação, vítimas de trabalho infantil, de trabalho escravo, de tráfico e prostituição de crianças e jovens que colocam em evidência a natureza desumana e criminosa do capitalismo.
Na Europa regista-se um aumento da pobreza infantil, como é destacado no Relatório elaborado por Inês Zuber, na altura deputada do PCP no Parlamento Europeu, sobre «Redução das desigualdades, com especial atenção à pobreza infantil», aprovado no Parlamento Europeu, a 24 de Novembro de 2015.
Um Relatório que destaca que é consensual entre as várias organizações que a principal causa do aumento da pobreza infantil em Portugal, como noutros países da UE, é a chamada política de austeridade – assente na redução significativa dos apoios sociais às crianças e às famílias, no aumento do desemprego e na massificação dos vínculos precários, no aumento da carga fiscal, o que fez aumentar as desigualdades e contribuiu para piorar as condições de vida das crianças, sendo, por isso, violadoras dos direitos das crianças.
Esse relatório refere que Portugal é um dos países:
– em que aumentou a pobreza infantil em resultado dos cortes em importantes apoios sociais registados no período do Programa da Troika (abono de família, rendimento social de inserção, subsídio de desemprego).
– em que o risco de pobreza infantil persiste em famílias que trabalham e com salário. Famílias em que os trabalhadores não têm acesso a creches, sendo muitas vezes forçados a deixar as crianças entregues aos cuidados de outras crianças, ou obrigados a recorrer a redes informais pagas e não certificadas, o que coloca em causa a sua segurança e o seu bem-estar.
São retiradas conclusões de grande importância:
– Que a pobreza infantil advém da pobreza das famílias e do agravamento das injustiças na distribuição da riqueza.
– Que aumenta na União Europeia a percentagem de crianças que sofre de subnutrição, o que concorre para o ressurgimento de doenças que já tinham desaparecido na UE, como o raquitismo.
– Que a pobreza é pluridimensional e tem de ser entendida não apenas como a falta de cobertura das necessidades básicas das crianças, como a alimentação, roupa, habitação, mas também do acesso a serviços de educação e de saúde de qualidade, e a impossibilidades de participar em actividades desportivas, culturais e outras de lazer.
Estes são exemplos de uma realidade que, no plano mundial e europeu, representam inaceitáveis atentados à dignidade das crianças e ao futuro da Humanidade.
Camaradas, amigos e amigas
O peso das crianças e jovens no conjunto da população é muito diminuto. Em Portugal, em 2015, as crianças até aos 4 anos eram pouco mais de 436 mil (4% da população residente) e crianças e jovens até aos 19 anos existiam pouco mais de dois milhões (20% da população). Uma realidade que se agrava, no plano regional, numa espiral de desertificação e de envelhecimento das regiões do interior do País.
Desde 1982 que o número médio de filhos por mulher caiu abaixo de 2,1 – considerado o limite da substituição de gerações. Desde 1994 que este indicador está abaixo de 1,5 filhos por mulher.
A partir do ano 2000 registou-se um decréscimo acentuado e contínuo do número de nascimentos. Destaca-se que entre 2011 e 2015 nasceram menos 11 356 crianças, ainda que em 2015 haja uma ligeira recuperação relativamente a 2014.
Estes indicadores demográficos não podem ser ignorados, como ignorada não pode ser a espiral de agravamento das condições de vida da grande maioria das crianças em Portugal e o forte aumento da pobreza infantil, que se registou de forma acelerada e agravada no período entre 2010 e 2015 em resultado da aplicação dos PEC, do Pacto de Agressão e da acção do anterior governo PSD/CDS-PP.
As suas consequências são conhecidas de todos nós e estão reflectidas em diversos estudos realizados, de que é exemplo o estudo de 2013, da responsabilidade do Comité Português da UNICEF, que destacou vários factos indesmentíveis:
– As crianças são o grupo etário mais exposto ao risco de pobreza. Em Portugal, em 2012, cerca de uma em cada quatro crianças (24%) vivia em agregados com privação material (famílias com dificuldade ou incapacidade de pagar um empréstimo, renda de casa, contas no prazo previsto, ter uma refeição de carne ou peixe a cada dois dias, fazer face a despesas imprevistas).
– Entre 2009 e 2012, quase 550 mil crianças e jovens perderam o direito ao abono de família, em resultado das alterações legislativas que tornaram o acesso a esta prestação mais restrito e diminuíram os montantes atribuídos por criança.
– Afirmava ainda o Relatório da UNICEF: «O índice de pobreza infantil é um dos indicadores mais relevantes para qualquer sociedade, pois é um meio para aferir o modo como os governos estão a assegurar o bem-estar das camadas mais vulneráveis e é também um indicador do bem-estar da sociedade no seu todo». Estamos inteiramente de acordo.
Este período foi marcado por uma intensa luta contra a política de exploração e de empobrecimento, tendo o PCP desenvolvido na Assembleia da República múltiplas iniciativas legislativas que tiveram como centro a defesa dos direitos das crianças.
Portugal precisa de «cuidar muito bem» das suas crianças, criando condições para o seu desenvolvimento integral. Portugal precisa de mais crianças, o que implica, no novo quadro político, assegurar três condições fundamentais e indissociáveis:
A primeira: A urgência de serem adoptadas medidas de recuperação de rendimentos e direitos, e de inversão das principais causas dos problemas que afectam as crianças em Portugal e que põem em causa os seus direitos, tendo necessariamente de ser invertida a realidade dos pais trabalhadores, nos planos laboral, económico e social.
A segunda: A necessidade de romper com as causas das quebras de natalidade, da forte emigração de jovens e do acelerado envelhecimento da população, que colocam em evidência a própria sustentabilidade demográfica do País.
O que necessariamente implica interromper as causas do adiamento da decisão de ter o primeiro filho por parte dos jovens casais e dos impedimentos de terem os filhos que desejam para o seu projecto de vida.
São necessárias novas políticas públicas que criem as condições de estabilidade e segurança laboral, económica e social às mulheres e aos jovens casais, que assegurem a protecção da função social da maternidade e paternidade nos planos laboral, da segurança social e da saúde.
A terceira: A promoção plena dos direitos das crianças para um Portugal com futuro está ancorada na política patriótica e de esquerda que o PCP preconiza e pela qual luta. Para o PCP a garantia de condições para um crescimento e desenvolvimento harmonioso das crianças implica garantir condições aos pais para que exerçam as suas responsabilidades próprias e simultaneamente a assumpção pelo Estado das suas obrigações para com a protecção especial das crianças.
Partindo destas premissas, o PCP dá prioridade à necessidade de serem efectivados os direitos das crianças, o que implica dar prioridade ao combate à pobreza infantil.
Por isso, atribuímos grande importância a adopção de um Programa de luta contra a pobreza, um compromisso que consta do Programa Eleitoral do PCP às eleições legislativas de 2015, assente nas seguintes áreas:
Medidas de combate à pobreza dos trabalhadores, com o aumento do salário mínimo nacional para 600 euros, o combate à precariedade laboral com vista à sua erradicação, a atribuição de prestações sociais a todos os desempregados;
Medidas de Apoio à família, por via da redução da carga fiscal, melhoria das prestações sociais, designadamente o alargamento do acesso e dos valores do rendimento social de inserção e de outras importantes prestações sociais, e o reforço da rede de equipamentos e serviços de apoio às crianças;
Medidas de reforço dos mecanismos de responsabilização das estruturas centrais da Administração Central – segurança social, educação, saúde, entre outros; destacamento obrigatório de técnicos a tempo inteiro para integrar as Comissões de Protecção de Crianças e Jovens em Risco;
Medidas assentes na adopção de instrumentos de combate à pobreza, baseadas numa clara responsabilização do Estado no cumprimento das suas funções sociais (financiadora, prestadora de serviços e reguladora) em áreas vitais à promoção da igualdade de direitos e de oportunidades.
Mas é fundamental intervir simultaneamente na prevenção da espiral de desigualdades e da pobreza infantil.
Sem dúvida que é necessário pôr fim às situações de fome, de carência alimentar, de ausência de uma alimentação equilibrada e de uma habitação digna.
Elas perturbam e comprometem a sua saúde, o seu crescimento, o seu presente e o seu futuro.
Mas existem outras dimensões que igualmente comprometem o desenvolvimento das crianças. Elas têm consciência das dificuldades económicas, sociais e psicológicas que afectam as suas famílias, o que gera preocupações que as privam de viver o dia-a-dia de forma despreocupada e de poderem ser simplesmente crianças.
As crianças estão privadas de tempo para estar com os pais em resultado das distâncias que separam os locais de trabalho dos locais de residência, da desregulação dos horários de trabalho, do trabalho por turnos, ao sábado e ao domingo.
Os trabalhadores portugueses têm de ter condições para exercer as suas responsabilidades no assegurar da segurança e do bem-estar dos seus filhos, e no acompanhamento do seu crescimento e desenvolvimento. Por isso, é fundamental:
– Assegurar a independência económica e social das famílias, o que necessariamente implica um efectivo combate ao desemprego, criação de emprego com direitos, de valorização dos salários.
– Reduzir o horário de trabalho para as 35 horas e dar um combate sem tréguas à desregulação dos horários de trabalho, a emigração forçada que priva as crianças do acompanhamento por parte dos pais e o seu direito ao tempo em família.
– Fazer cumprir os direitos de maternidade e paternidade dos trabalhadores concretizando um plano de fiscalização e combate às discriminações que continuam a afectar as mães e pais trabalhadores.
Estes são inquestionavelmente direitos fundamentais dos trabalhadores. Direitos dos trabalhadores que são pais e mães. Mas eles são indissociáveis da efectivação dos direitos das crianças: o seu direito à protecção e segurança no seio da sua família, como condição de bem-estar físico e psicológico essenciais para o seu crescimento.
O papel da família é indissociável do papel do Estado na promoção dos direitos das crianças em domínios fundamentais à garantia de igualdade de acesso e exercício de direitos que são vitais para garantir o seu crescimento e desenvolvimento harmonioso. São, por isso, responsabilidades prioritárias do Estado:
– Expandir o sistema público de educação pré-escolar, articulado com a rede escolar do 1.º ciclo, com o Estado a garantir a frequência universal, gratuita e obrigatória a partir dos 3 anos. Educação pré-escolar entendida como primeira etapa de uma Educação Básica.
– Uma aposta forte numa Escola Pública de Qualidade, com a gratuitidade de todo o ensino público como prioridade estratégica, que assegure o direito de todos e de cada um ao pleno e harmonioso desenvolvimento das sua potencialidades. Uma escola democrática que promova o desenvolvimento integral do indivíduo, essencial para que cada cidadão possa enfrentar com maior igualdade de oportunidades os desafios do presente e aqueles que o futuro irá colocar.
Prosseguir com medidas que garantam a gratuitidade dos manuais escolares para todas as crianças e jovens de todos os ciclos do ensino obrigatório.
– O direito à saúde, reforçando o papel do Serviço Nacional de Saúde, assegurando o aprofundamento dos cuidados primários de saúde, melhorando o Plano Nacional de Vacinação, disponibilizando terapias da fala e psicoterapia para as crianças, entre outras.
Direito à saúde que passa igualmente pela garantia do médico de família e pelo alargamento das consultas nos cuidados primários, à saúde oral e da visão, e pela implementação de um verdadeiro programa de promoção da saúde e de prevenção da doença, nas escolas.
É fundamental garantir que se realizem todas as consultas de saúde infantil nos primeiros doze meses de vida, bem como resolver, até ao final de cada ano lectivo, as necessidades de saúde especiais, identificadas no âmbito dos programas de saúde escolar.
– É necessário ir mais longe na garantia dos direitos das crianças com deficiência, ou necessidades educativas especiais, no âmbito da saúde, da educação, da segurança social e dos direitos laborais dos pais destas crianças.
– No domínio da segurança social, assegurar o direito de todas as crianças ao abono de família significa dar um sinal da especial protecção a que todas têm direito.
Camaradas, amigos e amigas
A proposta do Orçamento do Estado para 2017 em discussão na Assembleia da República consagra medidas com origem na iniciativa ou contribuição do PCP: como o alargamento da gratuitidade dos manuais escolares a cerca de 370 mil crianças do 1.º ciclo do ensino básico; o reforço da Acção Social Escolar; o descongelamento dos Indexantes de Apoios Sociais, que se traduzirá no aumento das várias prestações sociais; a actualização da bonificação por deficiência, as medidas de alargamento do acesso ao abono de família.
Contudo, este Orçamento está muito aquém das necessidades e possibilidades do País em resultado das opções do PS e do seu governo de não enfrentar os interesses dos grupos monopolistas e os constrangimentos da submissão ao Euro e à União Europeia.
Como o PCP tem sublinhado, a questão que está colocada é a escolha entre enfrentar os constrangimentos, pressões e chantagens do grande capital e da UE, ou não poder responder às necessidades de desenvolvimento do País e às aspirações do povo português.
Honrando os seus compromissos, o PCP intervirá no debate de especialidade visando o fim das restrições aos direitos e remunerações dos trabalhadores da administração pública, pelo aumento dos seus salários, pelo combate à precariedade, pelo aumento do número de escalões do IRS e pelo aumento do valor dos mínimos de subsistência para efeitos de tributação; pelo reforço e alargamento do abono de família, do subsídio de de desemprego e outras prestações sociais, entre outras.
Mas, de facto, é na política patriótica e de esquerda que se encontrará a resposta a problemas estruturais da vida do País e é com ela que se defenderão os direitos das crianças num Portugal com futuro. Estamos todos unidos nesta batalha!