sexta-feira, 26 de julho de 2013

Candidatos municipais da CDU em Baião

                                                             
                                                             Aos Baionenses
As próximas eleições autárquicas realizam-se num quadro de forte agravamento das dificuldades da população portuguesa e como resultado das políticas de direita seguidas pelo atual e anteriores governos, mas também da aplicação do chamado Memorando de Entendimento mais propriamente designado por Pacto de Agressão assinado em 2011 pela troika nacional (PS, PSD, CDS) e pela troika internacional (FMI, BCE, CE), com o pleno patrocínio e apoio incondicional do Presidente da República, e cujo conteúdo constitui um forte ataque aos direitos sociais e laborais, às instituições democráticas nomeadamente ao poder local e às funções sociais do Estado, colocando em causa o desenvolvimento, o progresso social, a soberania e a independência nacionais.
As principais preocupações da esmagadora maioria dos portugueses, nos dias de hoje, centram-se no aumento do desemprego e da exploração, na pobreza crescente e nas injustiças sociais, na corrupção, no encerramento de serviços públicos essenciais ou no agravamento dos seus custos e quebra da sua qualidade, nos salários em atraso, na precariedade e na falta de investimento.
O concelho de Baião, com uma taxa de desemprego a rondar os 25% e a ameaça de encerramento crescente de micro, pequenas e médias empresas e o abandono da agricultura, acompanha, infelizmente, esta onda de crise aguda, apresentando índices elevados de emigração, com a agravante de ter sido sempre governado autarquicamente pelas mesmas forças políticas (PS e PSD) as quais, digladiando-se no discurso, sempre convergiram na prática e as reuniões camarárias representam bem a prova desta realidade.
Não é seguramente por mero acaso que muitos baionenses continuam a afirmar que a única oposição existente no concelho sempre se identifica com o PCP e a CDU, quer através de comunicados dirigidos à população, denunciando e levantando problemas, quer mobilizando os seus Deputados da Assembleia da República para a sua solução, quer ainda apresentando propostas em sede de PIDDAC.
São sobejamente conhecidas as nossas posições relativamente à extinção de Freguesias e Escolas, da ameaça de encerramento do Tribunal da Comarca, da Repartição de Finanças, das Delegações da Segurança Social e dos Correios, do nosso esforço pela criação do novo Centro de Saúde com manutenção do SAP e do Internamento, da fixação inexplicavelmente sempre adiada de profissionais médicos e da transferência do material radiológico das antigas para as novas instalações, da melhoria da rede rodoviária e de acessos condignos para a unidade hoteleira de Santa Cruz, do restauro completo do Convento de Ancêde, da contenção no levantamento de torres eólicas, da reflorestação da Serra da Aboboreira, da aposta na recuperação da agricultura concelhia, da revitalização do tecido empresarial, da atracão de investimento e da defesa dos legítimos direitos dos trabalhadores da autarquia.
É notória a necessidade da existência doutra força política em Baião, com outra dinâmica e outro projeto, capazes de olhar este concelho mais criteriosamente, aproveitando todas as suas potencialidades e envolvendo a autarquia e todos os baionenses nessa ação.
A criação de emprego com direitos, a promoção de medidas para a modernização das empresas, o combate intransigente ao encerramento de serviços públicos, ao aumento dos seus preços e diminuição da sua qualidade, a defesa da Saúde e da Justiça, rejeitar a transferência de novas responsabilidades do Estado para a autarquia no âmbito da Educação, promover a recuperação do parque habitacional, alargar a rede de equipamentos de apoio social para crianças, jovens e idosos, defender a segurança da população rejeitando as propostas centrais de redução de efetivos humanos e materiais da GNR, apoiar as iniciativas de índole cultural, as coletividades desportivas e de recreio sem compadrio ou caciquismo, desenvolver o turismo, defender o ambiente, a qualidade do ar e o tratamentos dos resíduos, garantir a cobertura total da rede de saneamento e distribuição de água, preservar a floresta e as suas potencialidades, são medidas necessárias para a coesão social e territorial do nosso concelho.
Não fazemos promessas em vão, mas, aos que as fazem e elas já andam no ar, os baionenses devem fazer a seguinte pergunta: o que nos podem trazer de novo para o nosso concelho os representantes dos partidos que nos empurraram para a crise?
Baião precisa da CDU como força política igual para todos os baionenses e porque para nós o Poder Local constitui um dos pilares da nossa democracia e uma conquista da Revolução de Abril e é por essa razão que o defendemos intransigentemente com provas de trabalho, honestidade e competência.
Lutamos no presente, confiando no futuro.
26/07/2013
Comissão Coordenadora de Baião da CDU
Autárquicas 2013    
Os Candidatos municipais da CDU são: para a Câmara Municipal Manuel Vilas Boas e para a Assembleia Municipal José Luís Pereira.       

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Governo recauchutado, País adiado


Governo recauchutado, País adiado

Sobre os encontros do PCP com forças políticas e sociais


As reuniões com o Partido Ecologia “Os Verdes” e a Intervenção Democrática confirmaram uma ampla identificação quanto à análise da actual situação, as saídas e soluções políticas e institucionais para superar a crise política, bem como quanto à política alternativa patriótica e de esquerda indispensável ao País. Nestes encontros foi ainda sublinhada a importância nacional e local do reforço da CDU nas próximas eleições autárquicas. A afirmação da Coligação Democrática Unitária enquanto espaço de convergência e acção comum, a sua dimensão de participação unitária e democrática, e o seu reconhecido percurso de trabalho, honestidade e competência, de entrega e dedicação aos interesses e aspirações dos trabalhadores e do povo constitui um elemento da maior importância que os partidos e forças que a integram se comprometeram a ampliar.
A reunião com o Bloco de Esquerda permitiu constatar uma convergência de pontos de vista quanto ao quadro político actual e à necessária exigência da demissão do governo e convocação de eleições enquanto condição para a rejeição do Pacto de Agressão. No quadro da identidade própria de cada partido e das naturais diferenças e posicionamentos, foi reconhecida a necessidade da máxima convergência e mobilização, que muito para lá do espaço dos dois partidos contribuam para abrir caminho a uma outra política e a um outro rumo para o País.
No quadro do encontro com forças sociais – que conhecerão nos próximos dias reuniões com a Confederação Nacional da Agricultura, a Confederação dos Pequenos e Médios Empresários, o Movimento Unitário dos Reformados Pensionistas e Idosos, a Associação de Bolseiros de Investigação Científica, o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, entre outros – realizou-se uma reunião com a CGTP-IN. Este encontro permitiu uma análise da situação marcada pelo agravamento da exploração, empobrecimento, destruição da actividade produtiva, desemprego, comprometimento da democracia e da soberania nacional, pela ofensiva em curso visando acentuar o ataque aos direitos dos trabalhadores, em que se salienta a tentativa de aumentar o horário do trabalho e os despedimentos na Administração Pública, de redução da protecção dos desempregados, de destruição da contratação colectiva. Na reunião foi sublinhado o papel decisivo da luta dos trabalhadores na redução da base social e política de apoio do Governo e a importância do seu prosseguimento e intensificação, articulando os objectivos concretos e imediatos de defesa dos interesses e direitos dos trabalhadores com os objectivos da demissão do Governo, da realização de eleições antecipadas e da rejeição do Pacto de Agressão e da política de direita, abrindo caminho a um Portugal desenvolvido e soberano.
Perante a inquietante evolução e as manobras com vista a perpetuar a política de direita e o rumo de desastre nacional com os mesmos ou outros promotores, o PCP realizará, também, em todo o País, encontros com personalidades democráticas com ou sem filiação partidária, norteadas pelo respeito dos princípios e valores constitucionais e que inscrevem como objectivos a demissão do governo, a realização de eleições e a rejeição do Pacto de Agressão.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Vamos colocar um ponto final nesta desordem

                                            A farsa continua
Enquanto a esmagadora maioria dos portugueses exige a demissão do governo e convocação de eleições antecipadas, os senhoritos, capitaneados pela teimosia incongruente do presidente de alguns, continuam a sua caminhada para a destruição do País, engendrando novas figuras e mantendo outras no elenco governativo, entusiasmados pela douta opinião germânica.
O País assiste, pois, ao segundo ato duma peça burlesca de inacreditável conteúdo e após, no primeiro ato, o ministro das finanças se demitir declarando que a sua política falhou e as previsões seguiram o mesmo caminho, a segunda figura da coligação seguir o mesmo gesto acrescentando ser irrevogável a sua atitude, o Presidente da República dar posse à nova ministra das finanças na mesma altura em que a coligação deixa de existir, o primeiro-ministro, sem poder para tal, declarar recusar a demissão da segunda figura governamental, eis que entramos já no segundo ato com o regresso ao palco da segunda figura, acompanhado de mais alguns novos figurantes, sob a batuta do Presidente que continua sem dúvidas e raramente se engana e assim passará à história como interveniente e tutor duma imensa farsa.  
Ainda não sabemos qual será o terceiro ato desta execrável peça, mas o que é certo é que com um governo recauchutado para trilhar o mesmo caminho da exploração e do empobrecimento, de aumento do desemprego e da desigualdade social, da perda de soberania nacional e do exercício pleno da democracia, não teremos senão crise em cima da crise, tornando necessário a sua demissão, facto este que constituirá o fim do terceiro ato.
Até porque a desorientação é contagiante e chegou também à segunda figura do Estado, a reformada presidente da Assembleia da República, a qual, confrontada com mais um legítimo descontentamento vindo das galerias, não teve qualquer pejo em sugerir o corte do acesso do público à casa da democracia e, indo mais além, ousou citar Simone de Beauvoir para dizer «não podemos deixar que os nossos carrascos nos criem maus costumes», sabendo muito bem que esta frase da referida escritora fora escrita a propósito da opressão nazi sobre os franceses durante a II Guerra Mundial, o que torna inaceitável a comparação.
O balanço dos destroços que este Governo PSD/CDS deixa no nosso País é aterrador:

Temos uma das dez mais elevadas dívidas soberanas do mundo, um elevado défice orçamental e a nossa dívida continua a ser considerada uma das de maior risco; temos a 3.ª maior taxa de desemprego da OCDE, a 2.ª maior taxa de trabalho precário da zona euro, os salários mais baixos da Europa Ocidental; somos o 3.º país com mais desigualdade da UE e o risco de pobreza ameaça mais de 43% da população; no 4.º trimestre de 2012 Portugal registou a maior queda do PIB de toda a União Europeia; somos também o terceiro país da OCDE com mais corrupção, pois descemos 10 lugares na tabela, o que significa que a corrupção vai aumentando; temos um nível de vida inferior em mais de 25% da média europeia, sendo piores do que a Grécia e a Espanha; em 2012 tivemos uma emigração nunca antes vista, mais de 120 000 pessoas, em 1961 foram 110.000; no ano passado tivemos ainda o mais baixo número de nascimentos registado nos últimos 80 anos, ou seja valores iguais aos de 1930 e só nos primeiros meses deste ano saíram de Portugal mais de 23.000 crianças e o número de famílias consideradas judicialmente em falência quadruplicou, acrescido o facto de vermos uma juventude altamente qualificada a desertar, incluindo médicos e enfermeiros, que tanta falta aqui fazem. Vamos colocar um ponto final nesta desordem toda!

domingo, 14 de julho de 2013

CONFIANÇA NA CDU

Nota do Gabinete de Imprensa do PCP

CDU lança jornada de afirmação e esclarecimento


Aos órgãos de informação:
Confiança na CDU - jornada de afirmação e esclarecimento
A CDU inicia neste fim-de-semana uma jornada de afirmação e esclarecimento, em todo país, sobre o projecto da Coligação Democrática Unitária, no quadro da eleições autárquicas de 29 de Setembro. Desta jornada constará um documento de contacto com a população, cartazes e outdoors, bem como o lançamento do sítio na internet:www.cdu.pt/2013.
Sob o lema "Confiança na CDU. Trabalho, honestidade e competência" apontam-se três boas razões para apoiar a CDU: mais capacidade de resolução dos problemas, mais voz à defesa do povo e dos seus direitos e mais força na luta por uma vida melhor num Portugal com futuro.
A CDU destaca a sua coerência e determinação na luta em defesa das freguesias, cuja liquidação, a coberto do memorando assinado por PSD, CDS e PS com a troika, tem como objectivo afastar o povo da sua junta de freguesia, reduzir a prestação dos serviços prestados, liquidar postos de trabalho e afastar as populações da participação da vida local, reafirmando que o povo pode contar com a CDU para devolver as freguesias às populações.
Reafirma que está na primeira linha da defesa da água pública, contra os projectos para privatizar este bem essencial e transformá-lo numa fonte de negócio e de lucro para uns poucos, à custa do direito de todos, sendo a única força que resiste a esta criminosa intenção, faz frente nas autarquias onde é poder e organiza a luta do povo para a derrotar.
Relembra que enquanto PS, PSD e CDS destruíam direitos dos trabalhadores, liquidavam as suas carreiras, impunham redução de emprego, roubavam salários e rendimentos, a CDU valorizava e respeitava os direitos dos trabalhadores, nomeadamente com a aplicação da opção gestionária e assumindo o pagamento integral do subsídio de férias em Junho a todos os trabalhadores das autarquias.
A CDU afirma que a ofensiva contra o Poder Local democrático é responsabilidade do actual governo, mas também do PS e dos seus governos, ofensiva que consta do Pacto de Agressão, como já constava dos sucessivos PEC. Este ataque que não é, em abstracto, contra as autarquias e os seus eleitos, mas um ataque contra os direitos das populações e as suas condições de vida, é parte integrante do processo de exploração, de empobrecimento, limitação democrática, de saque fiscal, de restrição de políticas públicas que o governo tem em curso. Assim, só com a demissão do governo e a realização de eleições antecipadas, com a rejeição do Pacto de Agressão e a ruptura com a política de direita, é possível promover o progresso, assegurar direitos, criar emprego, resolver os problemas nacionais.
Confiança na CDU porque o seu trabalho nas autarquias é prova do valor superior de uma gestão ditada por critérios de interesse público, onde marcam presença: uma inegável atenção aos direitos dos trabalhadores das autarquias; o rigor posto na gestão urbana, na valorização do espaço público; a atenção dada ao ambiente; o impulso inigualável na democratização da cultura e na generalização da prática desportiva; níveis superiores na prestação de serviços básicos; opções e critérios de igualdade e justiça social.
Das diversas acções, por todo o país, destacamos a Festa Popular da Zona Oriental de Lisboa, amanhã, Sábado, na Alameda, às 15h30, com a presença de João Ferreira, candidato da CDU à presidência da Câmara Municipal de Lisboa.
12.07.2013
Gabinete de Imprensa da CDU

terça-feira, 9 de julho de 2013

Nova política, patriótica e de esquerda

Sobre o encontro do PCP com o Presidente da República


A pedido do Presidente da República, realizou-se hoje um encontro com uma delegação do PCP, composta pelo seu Secretário-geral, Jorge Cordeiro e Fernanda Mateus (membros da Comissão Política do CC).
No final do encontro, em declarações à comunicação social, Jerónimo de Sousa afirmou que foi transmitida a posição de fundo do PCP, perante a crise social, económica e política, perante um governo inevitavelmente enfraquecido e derrotado, de exigência e necessidade de demitir o Governo, convocar eleições e dissolver a Assembleia da República.
O Secretário-geral do PCP sublinhou que “Esta proposta parte da realidade nacional, dos problemas que estão colocados ao nosso país, ao nosso povo”, relembrando o Presidente da República que, há sete meses atrás, o PCP afirmou, no encontro de então, que “estaríamos a caminhar para o desastre, a continuar esta política, este Pacto de Agressão, e passados sete meses, a vida deu razão ao PCP. Vivemos uma situação insustentável, no plano económico e social, agravada agora com estes últimos acontecimentos”.
O Secretário-geral do PCP referiu que não se trata da mera demissão de Vítor Gaspar ou de Paulo Portas, mas “da afirmação do falhanço desta política”, salientando a cumplicidade do Presidente da República, caso permita o prosseguimento desta política e das suas consequências, lembrando que é no povo que reside a soberania. Jerónimo de Sousa terminou com a afirmação de que é urgente uma nova política, patriótica e de esquerda.

Novo governo, novas políticas

                                           Palhaçada Grotesca
Situação talvez inédita no panorama político nacional até aos tempos de hoje, aquilo que aconteceu nos últimos dias no âmbito da coligação governante só pode obter a classificação duma palhaçada no pior sentido do termo.
Num quadro de desemprego e de miséria para muitos portugueses, a demissão de Gaspar, expectável, e de Portas, irrevogável, constituem um processo pleno de cenas caricatas e deprimentes com a população incrédula a ser alvo uma vez mais duma falta de respeito de tal ordem que toca as raias do obsceno e do patético, mostrando claramente o estado de desagregação do atual governo e a sua incapacidade para governar o País e revelando por outro lado que está em causa o regular funcionamento das instituições, razão pela qual é mais que tempo para o Presidente da República dissolver a Assembleia da República, cumprindo o seu mandato institucional e deixando de proporcionar apoio a um governo sem condições para o ser ou confirmando uma das suas últimas afirmações de que ao longo da sua vida tinha aberto centenas de covas. Quem diria!
A derrota final deste Governo parece estar iminente, restando a seguir derrotar a política que conduziu Portugal e os portugueses à dramática situação em que se encontram, mas esse desfecho continuará a ser obra da luta de massas, a qual contribuirá também para a derrota da política das troikas.
O PCP deu à nova situação criada a imediata e necessária resposta, promovendo desfiles e concentrações em Lisboa, Évora e Porto e por seu lado, a CGTP-IN convocou uma concentração para Belém bem participada, apesar do intenso calor.
É este o único caminho capaz de derrotar a política de direita e de conquistar para Portugal um futuro de progresso e desenvolvimento, tendo os valores de Abril como referência essencial.
Os escribas a soldo do grande capital e os comentadores com ele comprometidos, não se cansam de especular e conjeturar sobre o apocalipse se o governo for demitido e formos para eleições antecipadas, receando, não pelo País e os portugueses que nunca constituíram a sua fonte de preocupação, mas unicamente interessados com a sua sorte sempre ligada ao poder discricionário, ao capital financeiro e ao capitalismo internacional, confrontado com a luta dos povos.
A luta dos trabalhadores e do povo por uma política e um governo patrióticos e de esquerda, pela rejeição do pacto de agressão e pela ruptura com o processo de integração capitalista europeu, é simultaneamente uma luta internacionalista pela liberdade e a democracia.
Dois anos foram passados em que o governo, pretextando a crise e a falta de dinheiro para a população e o Estado Social, mas não para os grandes grupos económicos e financeiros nacionais e estrangeiros sempre favorecidos e aumentando os lucros, proporcionou também as condições para eles manterem rendas ilegítimas, por exemplo, na área da energia e o saque de milhares de milhões de euros para os juros da dívida soberana, destruindo a capacidade produtiva do País, alienando recursos nacionais e concentrando a riqueza nuns poucos, mas ainda canalizando enormes recursos para o BPN, as parcerias público privadas e os contratos de gestão de risco financeiro (SWAP), além de ter privatizado empresas públicas rentáveis.

O governo não resolveu nenhum dos problemas do País, mas conseguiu aumentar a dívida pública em mais de 48 mil milhões de euros, ou seja, 127% do PIB, acumular recessão em 5,5%, diminuir salários, aumentar o desemprego e a precariedade, arruinando micro, pequenas e médias empresas e aprofundar a recessão económica, razões mais que suficientes para ir todo embora. 

quinta-feira, 4 de julho de 2013

A Luta Continua

PCP realizou, no Porto, concentração a exigir a dissolução da Assembleia da República e convocação de eleições antecipadas


A concentração do PCP, realizada em frente ao Via Catarina, no Porto, contou com a presença de centenas de comunistas e outros democratas que quiseram fazer ouvir a sua voz de exigência de dissolução da Assembleia da República e a convocação de eleições antecipadas, como a única forma de concretização de uma política alternativa patriótica e de esquerda.
O protesto contou com a intervenção de Jaime Toga, membro da Comissão Política do Comité Central do PCP, que referiu que está nas mãos do povo, com a sua luta, com a sua opção, com o seu voto abrir caminho à construção da alternativa patriótica e de esquerda, de uma política que responda aos seus justos anseios e devolva a esperança às futuras gerações.

Novo governo, novas políticas

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FOTOGRAFIAS

IAqui estamos hoje, não só para afirmar e exigir a demissão do governo, a dissolução da Assembleia e a convocação de eleições, como para dizer, perante a derrota eminente do governo de Passos e Portas, que valeu a pena lutar, que a força dos trabalhadores e do povo pode muito, mesmo perante as maiores maiorias e os mais poderosos interesses do capital.

Há muito que este governo deveria ter sido demitido. Há muito que o país poderia ter sido poupado ao caminho de ruína e à degradação económica, social e política. Há muito que o povo com a sua luta tinha indicado o caminho a seguir – o da demissão deste governo e a realização de eleições antecipadas.
Sim, foi a luta, é essa luta de todos os dias nas empresas e na rua, foi essa luta maior que a Greve Geral constituiu que abalou irremediavelmente este governo, minou a sua credibilidade política e o isolou socialmente.
Foi a luta que o conduziu à desagregação e pôs algumas das suas principais figuras em debandada!
Será essa luta que, hoje e em cada dia dos dias próximos, derrotará e enterrará definitivamente um governo obcecadamente agarrado ao poder e obrigará, queira o PR ou não queira, à dissolução da Assembleia da República e à convocação de eleições.
É esta luta, esta determinação e coragem dos trabalhadores e do povo, este sentido e dimensão maiores que ela representa enquanto afirmação de direitos, de soberania e de exigência de progresso num Portugal com futuro que há-de ter também a força bastante para que com o governo vá a política de direita, vá o Pacto de Agressão.
Está nas mãos dos trabalhadores e do povo romper com o rumo de desastre nacional, abrir caminho a uma política alternativa patriótica e de esquerda. O PCP aqui está para assumir todas as responsabilidades que os trabalhadores e o povo português lhe queiram atribuir.
As demissões de Gaspar e Portas representam o esboroamento definitivo de um governo e de uma maioria ilegítimos, agindo à margem da lei e contra a Constituição.
Um governo e uma maioria feitos em cacos e sem conserto pela força da luta. Um governo e uma maioria já derrotados que precisam do abanão final para serem definitivamente parte de um passado que tanto sofrimento causou a milhões de portugueses.
Bem pode o primeiro-ministro assobiar para o ar como se nada se passasse à sua volta, bem pode ir dizendo que não abandona o país, ao mesmo tempo que abala para Berlim, bem pode querer manter-se agarrado ao poder para continuar a destruir a vida dos portugueses e o futuro do país.
Passos Coelho sentir-se-á com as costas quentes pela cumplicidade activa de Cavaco Silva. Mas bem se pode dizer que derrotados acabarão por ser os promotores e os cúmplices.
Não há nenhuma outra saída digna e democrática que não seja a da imediata dissolução da Assembleia da República pelo Presidente da República e a convocação das eleições.
O país não permitirá que o PR continue, perante o inaceitável espectáculo de degradação política e institucional, perante os repetidos apelos à lei fundamental, perante o caos no regular funcionamento das instituições, a ser o aguadeiro de um governo e de uma política que estão a conduzir Portugal e os portugueses para o abismo económico e social.
Chega a ser caricata a cena patrocinada por Cavaco Silva de ministros a tomar posse num governo que já não existe, de Secretários de Estado a ser indigitados ontem para hoje apresentarem a demissão.
Foi com a luta dos trabalhadores que o governo foi conduzido à derrota. Luta que continua e que terá no próximo sábado em Belém, na grande iniciativa que a CGTP-IN acaba de anunciar, mais uma expressiva manifestação de vontade dos trabalhadores e do nosso povo.
Está, cada vez mais, nas mãos dos trabalhadores e do povo a possibilidade de assegurar um outro rumo para o país.
Não faltarão as manobras para tentar perpetuar com Passos Coelho ou sem ele, com os actuais ou com outros promotores da política de direita, com ou sem eleições, a mesma política de exploração dos trabalhadores, de liquidação de direitos, de empobrecimento dos portugueses, de capitulação nacional.
Não se iludam os que julgam poder continuar a enganar para todo o sempre os trabalhadores. Mais cedo que tarde o povo português falará mais alto, tomará em suas mãos a construção de uma política que corresponda aos seus interesses e direitos.
Este governo já é passado. A sua certidão de óbito está por dias ou horas. Com ele vão PSD e também o CDS, por mais que Paulo Portas queira disfarçar as suas responsabilidades com o abandono à pressa de um barco à beira do naufrágio.
Mas a questão crucial é a de que com a derrota deste governo, se derrote a política de direita, se abra caminho a uma política patriótica e de esquerda.
A urgência de uma ruptura com esta política, de uma mudança na vida nacional que abra caminho à construção de uma política alternativa, patriótica e de esquerda, constitui um imperativo nacional, uma condição para assegurar um Portugal com futuro, de justiça social e progresso, um país soberano e independente.
Uma política Patriótica, porque o novo rumo e a nova política de que Portugal precisa têm de romper com a crescente submissão e subordinação externas, e recolocar no centro da orientação política a afirmação de um desenvolvimento económico soberano, a redução dos défices estruturais, a defesa intransigente dos interesses nacionais, articulada com a necessária cooperação no plano europeu e internacional.
Uma política de esquerda, porque, sem hesitações, rompe com a política de direita, inscreve a necessidade de valorização do trabalho e dos trabalhadores, a efectivação dos direitos sociais e das funções sociais do Estado, promove a igualdade e a justiça social e o controlo público dos sectores estratégicos nacionais, assume a opção clara de defesa dos trabalhadores e das camadas e sectores não monopolistas.
Uma política que afirme e assegure que são os povos que decidem e escolhem os seus caminhos e não os mercados. Esses mercados que têm sugado o país.
Uma política que assegure aquela que é a solução que serve o interesse nacional: - a imediata renegociação dívida toda e em todos os seus termos – montantes, juros e prazos - e pôr fim à imposição de juros agiotas e pagamentos ilegítimos!
Uma política que aposte decisivamente na produção nacional, que defenda e desenvolva o aparelho produtivo, aproveitando os recursos do país, reduzindo os custos dos factores de produção, apoiando as micro, pequenas e médias empresas e tenha como objectivo o pleno emprego.
Uma política que melhore as condições de vida dos portugueses, aumentando os seus rendimentos, contribuindo também para a dinamização da nossa economia.
Uma política que garanta o direito à educação, à saúde, à segurança social, à justiça, salvaguardando o carácter público dos seus serviços e eliminando as restrições de acesso por razões económicas e que contribua para combater as desigualdades.
Uma política que defenda a soberania nacional e os interesses do País, designadamente face à União Europeia.
Uma política alternativa que exige um governo que a concretize. Um governo patriótico e de esquerda, capaz de romper com a lógica e o círculo vicioso que se instalou no país do sistema de alternância sem alternativa de políticas. O país não pode ficar refém do rotativismo entre PS e PSD com ou sem a muleta do CDS para realizar, no essencial, a mesma política e a coberto do mesmo Pacto de Agressão que leva o país ao abismo!
Sim, há outras alternativas à actual situação!
Existem em Portugal forças bastantes e capazes de romper com o ciclo de governos da política de direita, para dar corpo a uma solução política, um governo patriótico e de esquerda ao serviço dos trabalhadores, do povo e do País.
Como o PCP, há centenas de milhar de patriotas e democratas, centenas de milhar de trabalhadores e de outros portugueses, que olham com esperança essa profunda aspiração de ver no país uma política patriótica e de esquerda.
Neste momento, o PCP dirige-se uma vez mais aos democratas, aos patriotas aos sectores e forças políticas e sociais genuinamente empenhados na ruptura com a política de direita para que inscrevam como objectivo trabalhar para a concretização de uma verdadeira alternativa para o país.
Com o reforço do PCP e da CDU, com a luta dos trabalhadores e do povo, a sua intervenção e a sua voz, é possível virar a página deste livro negro da política de direita e da alternância sem alternativa.
Os trabalhadores, o povo, os jovens, os reformados, os pequenos e médios e empresários e agricultores, podem contar com o PCP. Podem contar como sempre contaram com a força mais coerente e indispensável à construção de uma política alternativa, patriótica e de esquerda que assegure a devolução dos direitos e rendimentos, que afirme uma política soberana e independente, que garanta o desenvolvimento económico e o progresso social.

Nós temos confiança que com a luta dos trabalhadores e do povo seremos capazes de abrir um caminho novo de esperança para um Portugal com futuro!ntervenção de Jerónimo de Sousa, Secretário-Geral do PCP, Lisboa, Desfile do PCP «Dissolução da Assembleia da República. Eleições Antecipadas»

terça-feira, 2 de julho de 2013

Confirmou-se a importância da Greve Geral

Os trabalhadores e o povo em luta


 Sempre empurrados para altos patamares de luta pela defesa dos seus legítimos direitos e interesses, consecutivamente espezinhados pelo atual governo, os trabalhadores portugueses vão utilizar novamente o seu último recurso que é a greve geral, esgotadas que foram todas as outras possibilidades num diálogo de surdos eternizado estrategicamente pelos representantes do executivo governamental. 
Os últimos dias ficaram, aliás, marcados pela elevadíssima participação na luta dos professores, em defesa dos seus direitos e também da Escola Pública de qualidade para todos, conseguindo realizar uma das mais expressivas greves e dando assim a resposta adequada perante os atropelos, insultos à inteligência e mentiras levados a cabo pelo ministro da Educação e seus pares, manifestando os docentes a intenção de continuar a luta.
O próximo dia 27 constituirá, pois, mais uma forte jornada de luta dos trabalhadores portugueses, tanto do setor público, empresarial do Estado e Administração Pública, como do setor privado, mas irá ainda contar com a presença de muitos outros descontentes com a política de direita e as medidas postas em prática pelo atual executivo governamental, sejam eles desempregados, reformados e pensionistas, jovens, micro, pequenos e médios empresários, mas também utentes dos serviços públicos, todos fustigados sem qualquer sensibilidade social por estes «cavalheiros» seguidores obedientes dos planos da troika internacional, sempre manifestando obscenamente vontade de ir mais além.
O atual governo demonstra desorientação crescente, não porque tenha esquecido os seus objetivos ideológicos de classe, em obediência ao capital financeiro, mas devido ao crescimento da resistência à sua política, facto que lhe agrava as dificuldades, mas também aprofunda as suas próprias contradições, pois o País caminha a passos largos para mais empobrecimento e dependência e não são resolvidos os graves problemas do desemprego, da dívida, do défice, do relançamento económico e da injustiça social.
Atolados no pantanal da dívida, à mercê dos especuladores e da troika internacional, os portugueses enfrentam também um governo constituído por mistificadores, com o primeiro-ministro à frente, todos os dias tentando impingir novas mentiras e promessas, as últimas das quais consubstanciadas na usurpação do subsídio de férias da Administração Pública, com o beneplácito do Presidente da República, na falsa proposta de data de exames e na greve dos professores e na manipulação do prazo anunciado de mais um corte na despesa no montante de 4700 milhões de euros, factos estes que, aliados às falhas contínuas das previsões do super ministro das finanças, muito contribuem para agravar a fraca credibilidade do governo e para promover a sua desorientação.
Aliás, o FMI no seu relatório sobre Portugal diz-nos que as condições do mercado do trabalho continuam extremamente difíceis, com o ajustamento a acontecer sobretudo através da destruição de emprego e continua sem ser claro quanto tempo vai demorar até o ajustamento do mercado do trabalho ficar completo, sem políticas para induzir mudanças que facilitem o declínio dos salários nominais e pode ser necessária uma reforma mais ambiciosa para promover maior flexibilidade salarial. A esta instituição que já se auto criticou por lapso nas medidas preconizadas para Portugal, o primeiro-ministro promete cortar o dobro da despesa já em 2013, sem qualquer respeito pelos portugueses.
Com confiança, a greve geral vai dar a justa resposta às ameaças do governo e alargar a exigência da sua demissão e duma nova política para o País.