sábado, 23 de julho de 2016

Sobre o IV Congresso

INTERVENÇÃO DE JERÓNIMO DE SOUSA, SECRETÁRIO-GERAL, JANTAR COMEMORATIVO DO 70º ANIVERSÁRIO DO IV CONGRESSO DO PCP

O IV Congresso foi o da afirmação e confirmação do PCP como um grande partido nacional

O IV Congresso foi o da afirmação e confirmação do PCP como um grande partido nacional
Reunimo-nos hoje aqui para comemorar um acontecimento marcante da história do Partido Comunista Português – o seu IV Congresso.
Foi nesta laboriosa e bela vila da Lousã que, em Julho de 1946, os comunistas portugueses reuniam pela segunda vez na clandestinidade, o seu órgão supremo e davam mais um decisivo passo na consolidação desse Partido necessário e indispensável à causa emancipadora da classe operária e de todos os trabalhadores e que se haveria de afirmar como o legítimo continuador das melhores tradições de luta, realizações progressistas e revolucionárias do povo português. Mais um passo importante na vida de um Partido com uma história ímpar e com uma trajectória sem paralelo na luta de resistência antifascista, pela liberdade e a democracia, e em todos os períodos e épocas da sua quase secular existência – na fundação e construção do regime democrático nascido da Revolução de Abril, na defesa das suas conquistas, na luta, nestas últimas quatro décadas, contra a política de direita e de recuperação capitalista e por um projecto alternativo para o País.
O Congresso que aqui comemoramos foi de uma “importância e significado muito particulares”, por três razões, como o realçou Álvaro Cunhal, que o viveu intensa e activamente, tendo nele sido o responsável pela apresentação dos informes sobre “ O Caminho para o Derrubamento do Fascismo” e “Organização”.
Desde logo, por ter sido realizado “num momento crucial da história do século XX”, quando a humanidade acabara de enfrentar um dos períodos mais tenebrosos da sua história. O momento em que o fascismo que pretendera conquistar o mundo e se lançara numa guerra tenebrosa, protagonizando os mais hediondos crimes, tinha sido derrotado, havia pouco mais de um ano. Mas importante e de significado muito particular, porque o IV Congresso se realiza num “dos períodos de mais força e influência do PCP na luta contra a ditadura” e pelas “múltiplas experiências e lições que resultam das suas análises, orientações e decisões”.
Um Congresso, é preciso dizê-lo antes de mais, que também que não pode ser desligado do contributo inestimável dado pelas gerações de comunistas que o precederam e que desde o momento do formação do Partido o tinham conduzido até ali – a esse importante IV Congresso que havia de ser o da afirmação e confirmação do PCP como um grande partido nacional.
Um percurso de um Partido que tinha sido ilegalizado com apenas cinco anos de existência, sem experiência de trabalho clandestino e debaixo de uma violenta repressão direccionada contra o movimento operário e os comunistas, e que levou a uma considerável fragilização do Partido.
Tempos difíceis que a reorganização levada a cabo no ano de 1929 e a partir Conferência de Abril se empenhava em ultrapassar – na qual Bento Gonçalves desempenhou um papel destacado e no decorrer da qual viria a ser eleito Secretário-geral. Uma reorganização que foi fundamental e decisiva na medida em que imprimiu ao PCP uma viragem, tomando importantes medidas com vista à preparação do Partido para as novas e difíceis condições de clandestinidade e o transformou num partido de novo tipo, um partido da classe operária portuguesa conferindo-lhe uma orientação marxista-leninista. Um Partido combativo, ligado às massas, aos seus problemas e às suas aspirações, mas que não tardaria a ser alvo de uma redobrada e violenta repressão no desenvolvimento do processo de fascização do Estado que tinha tomado como modelo o fascismo de Mussolini e depois, como referência, o nazismo de Hitler, no decorrer dos anos 30.
O desenvolvimento e implementação deste processo de fascização é acompanhado por uma intensificação das perseguições e da repressão. Muitos militantes e dirigentes do Partido e outros antifascistas são presos e, em alguns casos, assassinados nas prisões. Só pelo Campo de Concentração do Tarrafal, criado em 1936, passaram 340 antifascistas que aí somaram um total de dois mil anos, doze meses e cinco dias de prisão, 32 dos quais assassinados, entre eles, o Secretário-geral do PCP Bento Gonçalves.
Eram fortes golpes no Partido nesses anos 30, agravados com uma evolução negativa da situação internacional, traduzida, em 1939, na liquidação da República Espanhola e, logo a seguir, no início da Segunda Guerra Mundial. Anos que representam um período na história do Partido de grande heroicidade.
Com excepção do PCP, todos os partidos e organizações operárias e democráticas existentes na altura não resistiram à repressão e ao fim de algum tempo desapareceram completamente. O PCP foi o único que resistiu, embora em condições extremamente difíceis e com grandes debilidades.
Só com a reorganização dos anos 40/41 é que o Partido, tirando lições da dolorosa experiência destes anos, consegui criar um forte aparelho clandestino e a partir daí, o aparelho repressivo fascista jamais conseguiu interromper a actividade regular do Partido, incluindo a publicação ininterrupta do jornal “Avante!”, desde 1941, sempre impresso no interior do País, um feito praticamente único no mundo.
Os efeitos da reorganização de 40-41 são visíveis desde logo no desenvolvimento da actividade, da luta de massas, patente no impetuoso ascenso da luta da classe operária, logo em 1941, prosseguindo nos anos seguintes, mas também no desenvolvimento da luta antifascista e no reforço orgânico do Partido.
Esses efeitos estão presentes no conteúdo e na raiz do processo de preparação e realização do III Congresso do Partido em 1943 – o primeiro realizado na clandestinidade e 17 anos após a implantação da ditadura fascista e assumirão desenvolvimentos notáveis no IV Congresso que aqui nos traz.
É todo esse processo iniciado em 40-41 que vai transformar o PCP no grande Partido da resistência e da unidade antifascistas, na vanguarda revolucionária da classe operária e das massas e dar início ao processo de afirmação de um grande Partido nacional.
Importa sublinhar que o IV Congresso, para além de definir os princípios orgânicos do centralismo democrático que orientam a organização do Partido e que constituiem um contributo teórico de grande riqueza que viria a ter consequências decisivas na definição do PCP; assimilou e deu expressão política à rica experiência das lutas desse período; analisou minuciosamente a nova situação mundial e as potencialidades que dela decorriam; procedeu a uma análise aprofundada da situação política nacional; reafirmou a política de unidade nacional antifascista do Partido, definiu e apontou, como caminho para o derrubamento do fascismo e para a defesa dos interesses nacionais, o levantamento nacional contra a ditadura.
Trata-se de um conjunto de análises e linhas de orientação de uma importância fundamental, num tempo em que o processo de reforço do Partido se expressava em números significativos: o PCP contava, então, com 5 mil militantes e 4 mil simpatizantes – os números mais expressivos até ao 25 de Abril de 1974.
É no IV Congresso e no relatório apresentado por Álvaro Cunhal que é avançada a definição teórica da identidade do Partido e a concretização prática dessa identidade – uma identidade feita na complementaridade indissociável de um conjunto de traços identitários que incorporam a natureza de classe, o projecto, a ideologia, as normas de funcionamento democrático interno, a estreita ligação às massas e à defesa dos seus interesses, o carácter simultaneamente patriótico e internacionalista.
É também no debate e nas conclusões do IV Congresso que tomamos contacto com a abordagem aprofundada, e cheia de criatividade, da questão do “trabalho colectivo” – questão que começara a ser abordada no processo da reorganização de 40-41 e que prosseguira no III Congresso.
A definição do conceito de “trabalho colectivo” – primeiro passo para a construção do conceito novo, avançado e revolucionário de “colectivo partidário” - fonte da força essencial do Partido - e que constitui uma notável e relevante construção teórica, cuja influência veio a ser decisiva no tipo de Partido que é, hoje, o PCP.
Trata-se de um Congresso que nos mostra o papel fundamental da organização do Partido e do seu funcionamento, da importância do reforço das suas organizações de base e da sua ligação às massas no desenvolvimento da luta da classe operária e das massas populares.
Uma preocupação central esta - a do reforço do Partido - que continua a ser decisiva nos dias de hoje.
Reforço da sua organização. Reforço de iniciativa e intervenção política. Reforço social e eleitoral. Reforço que significa mais força a este Partido necessário e indispensável para romper com a política de direita e assegurar uma política alternativa patriótica e de esquerda. Reforço do PCP e mais força ao PCP que significam mais força à solução dos problemas dos trabalhadores, do povo e do País.
Reforço do Partido que tal como no passado irá merecer uma atenção redobrada em todo o período de preparação e realização do XX Congresso do PCP, com data marcada para os dias 2, 3 e 4 de Dezembro, em Almada, sob o lema «PCP. Com os trabalhadores e o Povo. Democracia e Socialismo».
Um Congresso que não se limita aos três dias de Dezembro. Três dias que serão o culminar de um grande trabalho de preparação, de envolvimento e participação dos membros e das organizações do Partido!
No período que decorre o IV Congresso estávamos num momento crucial resultante da derrota do fascismo na guerra.
Um momento crucial que vai exigir dar uma particular atenção à política de unidade nacional antifascista, uma definição clara do caminho para o derrubamento do fascismo e para a instauração das liberdades democráticas, mas igualmente à defesa da independência nacional.
Defendendo uma política de “Unidade Nacional Antifascista”, a “Unidade da Nação para a conquista da democracia “, o PCP não se fica pelo enunciado da orientação, vai traduzir-se numa efectiva e empenhada actividade de organização, e dinamização de um movimento abrangendo os mais diversos sectores políticos e personalidades antifascistas, e assente num largo apoio e acção de massas. Uma orientação que se concretizou pouco tempo depois com a criação do Conselho Nacional da Unidade Antifascista, mas também no plano da juventude com a criação de um “amplo movimento juvenil de massas e uma vasta organização juvenil de massas” – o MUD Juvenil que ficou marcado na história, como afirmou Álvaro Cunhal, um testemunho do grande valor das jovens gerações nesses anos de ditadura.
Hoje, podíamos também dizer que é movidos pelos mesmos propósitos e sentimentos de unidade, dos quais nunca nos afastámos, que, face aos graves problemas que o País enfrenta, continuamos a apelar aos democratas e patriotas, a todas as forças e personalidades, a todas as organizações sociais, a todos os portugueses empenhadas na ruptura com a política de direita que tem conduzido o País à actual crise e o povo ao empobrecimento para que, com a sua acção e intervenção, convirjam na afirmação e construção de uma alternativa patriótica e de esquerda, e dar a resposta que País precisa.
Mas outro grande mérito deste IV Congresso que aqui celebramos, foi o de indicar o caminho que se comprovou para o derrube do fascismo. O IV Congresso ao mesmo tempo que sublinhava que “a libertação do povo português tinha que ser obra do próprio povo” e mostrava que o fascismo só pela força se mantinha no poder e só pela força podia ser derrubado, apontava o “levantamento nacional” como a via para o seu derrubamento. Levantamento que significava uma “insurreição nacional contra o fascismo” e não mero golpe militar ou palaciano, desligado da luta das massas. Contrariando a chamada “política de transição” e alertando para as ilusões que se manifestavam em diversos sectores da oposição e no próprio Partido acerca da “desagregação do fascismo” e da “queda pacífica de Salazar” no novo quadro resultante do fim da guerra e na ilusória esperança de uma libertação vinda de fora, o IV Congresso reafirma o papel das massas, da sua organização e da sua luta, do insubstituível papel do povo na sua própria libertação.
Nesta luta pela democracia o IV Congresso também não deixa no vago o que é que o PCP entendia pela conquista da liberdade e da democracia. Ela significava instauração das liberdades fundamentais – de opinião, manifestação, reunião, organização e a realização de eleições livres através das quais o povo pudesse escolher os seus governantes e forma de governo: sufrágio universal, recenseamento, liberdade de imprensa, propaganda eleitoral livre, fiscalização da votação e resultados.
Outra das teses centrais avançada pelo IV Congresso era a ligação entre a luta pela liberdade e a democracia e a luta em defesa da independência nacional. Dois objectivos inseparáveis e que têm hoje uma redobrada actualidade.
Não se trata, por isso, de uma orientação de conjuntura, mas de uma orientação decorrente de princípios fundamentais e sempre afirmados pelo Partido, e que está hoje muito presente no combate que estamos a travar pelo direito do povo português a decidir do seu futuro e em defesa da soberania e da independência nacionais.
São uma teia de imposições que visam condicionar e mesmo impedir quaisquer políticas que se desviem um milímetro das políticas definidas pelo directório das grandes potências e os interesses a quem servem, num processo que ataca frontalmente os direitos dos povos, não apenas os direitos sociais e laborais mas também os direitos de soberania e de participação democrática, num processo que, à medida que se aprofunda, ataca cada vez mais a democracia.
O balanço destes anos de política de direita e de integração não podia ser pior: contínua liquidação do aparelho produtivo e de destruição de sectores estratégicos; agravamento dos défices estruturais, desemprego elevado e persistente, precariedade, mais dívida pública, maior endividamento das empresas e das famílias, pior distribuição do rendimento com a perda do poder de compra dos salários, reformas e pensões, crescentes cortes nas funções sociais do Estado, mais pobreza, maiores desequilíbrios regionais.
Nós nunca nos iludimos e hoje são muitos os que nos dão razão quando afirmávamos que o aprofundamento da natureza neoliberal, militarista e federalista da União Europeia iriam colocar Portugal numa situação de dependência insuportável e a uma União Europeia cada vez mais centralista e autoritária e cada vez mais longe das aspirações dos povos!
Uma União Europeia cada vez mais do grande capital, da exploração, da colonização económica e do federalismo!
Uma União Europeia, cuja política dominante, cada vez mais anti-democrática, anti-social e de opressão nacional, está na origem do ressurgimento da xenofobia e do crescimento de forças reaccionárias e de extrema-direita.
Os mais recentes desenvolvimentos da União Europeia, as ameaças de sanções, as campanhas de intriga, as pressões, as tentativas de imposição de uma política orientada para servir o grande capital monopolista nacional e transnacional, mostram bem as práticas de abusiva e inaceitável ingerência nos assuntos do nosso País e sobre as decisões das suas legítimas instituições que atinge particularmente a dignidade e os interesses dos portugueses.
Perante a ameaça de sanções e de extorsão a Portugal só há uma solução – a rejeição pelo governo português de forma firme e decidida de qualquer imposição.
Num quadro em que se evidencia de forma incontornável que a União Europeia não responde às necessidades dos trabalhadores e dos povos, o PCP reafirma que é hora de dizer basta à submissão! Que é urgente e necessário Portugal estar preparado para se libertar da submissão ao Euro!
Tal como é necessário dizer basta ao domínio monopolista estrangeiro que está cada vez mais presente na realidade do sistema financeiro nacional com a gigantesca operação de concentração do sector bancário que está em marcha. A operação a que chamam de União Bancária.
Vimos isso recentemente no BANIF com a União Europeia a decidir a sua integração num grande banco espanhol e o povo português a pagar a factura!
Vemos agora também a chantagem e as pressões da União Europeia e do BCE que a pretexto da necessária recapitalização da Caixa Geral de Depósitos, para impor um processo de reestruturação que signifique privatização de novas áreas, despedimentos, e o seu enfraquecimento e descaracterização.
Como muitas vezes temos afirmado, a banca ou é pública ou não é nacional!
Nesta luta pela libertação do País da dependência e do atraso, Portugal precisa de assegurar o controlo público da banca, alargando progressivamente a propriedade e a gestão públicas, reorientando a sua actividade para o financiamento produtivo em vez de especulativo, apoiando criteriosamente as pequenas e médias empresas e as famílias.
Tal como precisa de com urgência renegociar a dívida pública, nos seus prazos, juros e montantes, reduzindo substancialmente o volume de encargos anuais e libertando fundos para o investimento, e estanque a sangria de recursos para o estrangeiro.
A submissão ao Euro, a dívida colossal, a dominação monopolista da banca, são três mecanismos de dependência e de sujeição ao grande capital financeiro que é preciso superar.
Hoje mais do que nunca Portugal precisa de uma verdadeira política dirigida à defesa da soberania e independência nacionais. Precisa de uma política que decididamente ponha o País a produzir e a crescer a ritmos elevados.
Portugal precisa de dar mais força a esta luta pela libertação do País, dando também mais força ao PCP!
Mais força, para levar mais longe a concretização das soluções necessárias para assegurar emprego, direitos, produção, desenvolvimento, soberania!
A importante vitória alcançada em Outubro, com a luta e voto dos portugueses pode e deve ser potenciada, transformando-a numa oportunidade para dar resposta e solução aos graves problemas que o País enfrenta.
Nesta nova fase da vida política nacional, marcada pelo afastamento do governo PSD/CDS e a alteração da composição da Assembleia da República a superação dos actuais constrangimentos e bloqueios ao desenvolvimento do País precisam de ser encarados de frente, conscientes que eles serão tão mais difíceis de resolver quanto mais se adiar no tempo a sua solução.
Com a iniciativa deste Partido, empenhado em não perder nenhuma oportunidade para melhorar as condições de vida dos trabalhadores e do povo, foi possível criar condições para conter o rumo de empobrecimento e de exploração que vinha sendo imposto aos portugueses e fazer avançar e resolver, também com a sua proposta e iniciativa, problemas prementes dos trabalhadores e do povo.
Nestes primeiros meses da nova fase da vida nacional têm sido dados passos positivos que não podemos subestimar.
No balanço desta sessão legislativa, o nosso Grupo Parlamentar provou, de facto, este nosso empenhamento com a aprovação de mais de 60 propostas ou projectos de lei e mais de 150 projectos de resolução. Os deputados comunistas foram os que mais iniciativas apresentaram e trouxeram à discussão.
Mas outros passos são necessários continuar a dar e nesse combate pela defesa, reposição e conquista de direitos não podemos cruzar os braços, nem deixar cair a luta pela sua concretização.
É preciso ir mais longe na resposta a outros problemas sociais graves e em relação aos quais o PCP tem apresentado propostas e iniciativas legislativas. Falamos do combate à precariedade que é hoje um enorme flagelo social. Falamos das longas carreiras contributivas e da possibilidade de reforma sem penalizações aos 40 anos de trabalho; Falamos do aumento real das pensões, por exemplo.
Mas a situação a que o País chegou, para ser efectivamente alterada, precisa, quanto a nós, de uma verdadeira ruptura com o rumo seguido até hoje por sucessivos governos de PSD, CDS e PS – uma efectiva ruptura com décadas de política de direita e de submissão nacional!
A vida mostra que estamos ainda longe de ter uma política capaz de dar resposta a esses problemas de fundo que persistem no País, hoje mais agravados em consequência das políticas de regressão social e económica do anterior governo do PSD/CDS.
Mas fere os ouvidos ouvir Passos Coelho a tentar libertar-se do lastro de políticas e medidas que transformaram a vida de milhões de portugueses num inferno, cortando salários, reformas, abonos de família, aumentando o desemprego e a emigração forçada, a pobreza e o número de pobres, agravando problemas estruturais como o défice, a dívida, agravando a situação na banca. Sacudindo a água do capote, profetizando desgraças, só tem para oferecer aos portugueses o regresso às velhas e dolorosas políticas económicas, sociais e fiscais. Não o culpamos de tudo. Não ilibamos as responsabilidades dos últimos governos, mas que assuma a sua parte no processo de exploração e empobrecimento a que sujeitaram o povo e o País.
Ainda estamos distantes também por opções do próprio governo do PS, designadamente as opções de submissão ao Euro e à União Europeia, e de não afrontamento dos interesses do grande capital que condicionam as possibilidades de solução desse problema central e urgente que é o da imperiosa promoção do crescimento económico e do emprego.
Da parte do PCP, continuaremos a intervir de forma séria, empenhada e responsável para devolver ao País o que é do País, honrando os compromissos que estão inscritos na posição conjunta do PS e PCP, mas sem nunca quebrar o nosso maior compromisso: com os trabalhadores e o povo. Reclamando que os órgãos de soberania, as instituições democráticas, sem excepção, exerçam as suas prerrogativas constitucionais para resolver os problemas nacionais, defender a soberania e não soçobrar perante as pressões e chantagem externas.
Fazemo-lo com a convicção de que o povo português não está condenado!
Neste tempo exigente, tal como nesses idos tempos do IV Congresso do PCP que aqui comemoramos, estamos agindo, propondo, lutando para servir os trabalhadores, o povo e, sempre e sempre, a estimular a sua participação e a sua luta que em todos os tempos e em todas as circunstâncias mostrou ser o motor que faz avançar a roda da história.
Participação e luta que continuam a ser essenciais para assegurar o objectivo de defender, repor e conquistar direitos e convictos de que somos capazes de pôr a vida a andar para a frente, com a força da organização deste grande Partido, do seu ideal e projecto, em estreita ligação com os democratas e patriotas, os trabalhadores, a juventude, o povo português, por um Portugal com futuro!

Em defesa do sector leiteiro

PCP leva regulação do sector do leite ao Parlamento Europeu



Sexta, 22 Julho 2016 12:20
JFerreira_22Jul_3_webJoão Ferreira, Deputado do PCP no Parlamento Europeu terminou uma visita de cinco dias às ilhas do Triângulo, que decorreu entre os dias 18 e 22 de Julho, e anunciou que os deputados do PCP lançaram uma declaração escrita no Parlamento Europeu para a criação dum mecanismo de regulação do mercado do leite. 
Nesta visita o Deputado do PCP no Parlamento Europeu reuniu com o Departamento de Oceanografia e Pescas, participou num debate sobre o futuro da UE, visitou o navio oceanográfico Arquipélago, reuniu com as associações de pescadores APEDA e APASA, com a Lotaçor e com o Clube Naval da Horta, na ilha do Faial, visitou a conserveira COFACO e contactou pescadores, na ilha do Pico, e, na ilha de São Jorge, reuniu com a associação de pescadores, com a associação de jovens agricultores e visitou ainda a fábrica conserveira Santa Catarina. O Deputado do PCP no PE foi acompanhado pelo primeiro candidato da CDU Açores, Aníbal Pires.


Na sequência destas jornadas, os deputados do PCP no Parlamento Europeu anunciam em primeira mão o lançamento no Parlamento Europeu, no dia 12 de Setembro, de uma declaração escrita sobre a regulação da produção e do mercado do leite na UE.
Esta declaração – subscrita por 10 deputados de três grupos políticos e de seis países – exige à Comissão Europeia a criação de mecanismos públicos de regulação da produção e do mercado do leite, assegurando preços justos à produção (que tenham em conta os custos de produção e os preços nos consumidores, impedindo o dumping entre Estados-Membros) e reconhecendo a cada país o direito a produzir. Esta declaração foi lançada por iniciativa dos deputados do PCP no Parlamento Europeu e estará durante três meses aberta à subscrição de todos os deputados.
A solução para os graves problemas que o sector do leite atravessa na Região passa pela regulação pública, pelo direito de cada país a produzir e por preços justos à produção. A solução não passa por financiar a saída da actividade de mais produtores, nem por desistir da produção leiteira Regional e nacional. Aceitar essas falsas soluções será um erro estratégico de colossais proporções para a Região e para o país.
Como conclusões destas jornadas, destaca-se o seguinte:
O escoamento das produções regionais e o acesso aos mercados constitui uma preocupação transversal aos sectores da pesca, agricultura, agro-pecuária e indústria.As dificuldades existentes ao nível dos transportes, designadamente ao nível da ligação entre ilhas e nas ligações com o continente, constituem um factor de estrangulamento da economia regional. As insuficiências existentes comprometem a devida valorização dos produtos regionais nos mercados externos e o pleno reconhecimento da sua elevada qualidade.
O PCP tem vindo a intervir no Parlamento Europeu, e junto da Comissão Europeia, emdefesa da criação de um programa da União Europeia específico para apoio às regiões ultraperiféricas no domínio dos transportes e da promoção do acesso das produções regionais aos mercados (POSEI – Transportes). No âmbito da discussão, que em breve se iniciará, sobre a revisão intercalar do Quadro Financeiro Plurianual 2014-2020, os deputados do PCP no Parlamento Europeu assumem o compromisso de apresentar propostas tendo em vista a criação deste programa.
A verdade é que a insuficiência dos actuais apoios não permite efectivar com coerência o princípio da discriminação positiva das Regiões Ultraperiféricas, tal como previsto na letra dos tratados, pelo que se tornam imprescindíveis medidas adicionais que o PCP irá reclamar.
As visitas realizadas serviram ainda para reafirmar a preocupação do PCP acerca das consequências negativas para as produções regionais (de que é exemplo o sector da carne) resultantes do acordo de livre comércio em fase de negociação entre a União Europeia e os EUA, o TTIP, assim como o acordo com o Mercosul.
Especificamente em relação ao sector da pesca, o PCP considera que a sustentabilidade ambiental e económica do sector depende da garantia de um rendimento justo para os pescadores e da defesa dos interesses nacionais e regionais, que não tem sido feita, nomeadamente em termos do acesso exclusivo da frota local às 200 milhas.
O PCP irá questionar a Comissão Europeia sobre um conjunto de questões, nomeadamente:
  • A preocupação que se regista em relação à disponibilidade de alguns recursos piscícolas, que reforça a necessidade de ampliar o conhecimento científico e reforçar a monitorização, colocando-se a necessidade de tomar medidas que permitam a substituição do navio oceanográfico “Arquipélago”;
  • A possibilidade de obtenção de licenças de pesca em águas extra-comunitárias, ao abrigo de acordos da União Europeia e o impacto que esses acordos têm no estado dos recursos piscícolas, em especial das espécies migradoras, como o atum, na Região.
  • A criação do Conselho Consultivo Regional das Regiões Ultraperiféricas no âmbito da Política Comum das Pescas;
O PCP irá continuar a intervir, na União Europeia, na República e na Região em defesa dos interesses dos açorianos e do desenvolvimento regional.

CDU Açores
Gab Imprensa

PCP apresenta balanço do trabalho parlamentar na Assembleia da República

quarta-feira, 20 de julho de 2016

É urgente acelerar as reformas no SNS

No Centro de Saúde de Vila Real de Santo António os mortos passam pelo meio dos vivos.
De acordo com o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses no Centro de Saúde de Vila Real de Santo António sempre que há uma morte, os cadáveres são colocados numa sala sem qualquer refrigeração enquanto aguardam transporte pelas funerárias. Nuno Manjua, dirigente do sindicato no Algarve salienta que a solução que a ARS encontrou foi construir outra sala, no entanto" quando finalizaram as obras deram-se conta de que o espaço é demasiado exíguo e não tem espaço para tratar dos corpos".
Segundo o sindicato dos enfermeiros nesta sala onde foram feitas obras cabe apenas uma maca.
O pior, diz o sindicato é que os corpos para chegarem ao local onde são depositados passam pelo meio dos utentes que aguardam atendimento." Passam pela porta do bar, pelas pessoas que aguardam atendimento nas consultas", diz Nuno Manjua. Segundo este sindicalista já tem acontecido os cadáveres ficarem lá um fim de semana inteiro, o que, sem refrigeração, leva a que o cheiro seja " insuportável".
Numa reunião realizada com a ARS no início deste mês o sindicato diz ter recebido a garantia de que a a situação estava resolvida mas segundo Nuno Manjua continua tudo na mesma.
Presidente da ARS do Algarve responde
Moura Reis diz que foi com surpresa que recebeu a denúncia do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses. O Presidente da ARS do Algarve admite que a sala onde fizeram obras é pequena demais mas garante que no início deste mês tinha dado ordens para a utilização de uma outra sala, mais refrigerada e por onde os corpos não têm de passar frente aos utentes.
Ainda segundo a Administração Regional de Saúde aquele é um local para colocar apenas temporariamente os cadáveres já que a cerca de 30 metros situa-se a morgue municipal, com todas as condições exigidas.
Comentário:
MUSP
Mais um caso a mostrar o resultado nefasto das políticas postas em prática durante anos, nomeadamente nos últimos quatro, que causaram profundas rupturas em meios humanos e materiais no Serviço Nacional de Saúde.

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Um Partido de palavra

Na Festa de Verão na Foz do Arelho realizada pela Organização Regional de Leiria, Jerónimo de Sousa afirmou que "levaremos a nossa palavra até ao fim, como partido sério, votando, no que é bom para os trabalhadores e para o povo, a favor e votando contra aquilo que for negativo para os trabalhadores e para o nosso povo".O compromisso do PCP é com os trabalhadores e o povo

NOTA DO GABINETE DE IMPRENSA DO PCP

Deputado do PCP no PE de visita a Cuba

Deputado do PCP no PE de visita a Cuba
O deputado do PCP ao Parlamento Europeu, João Pimenta Lopes, chegará hoje a Cuba, vindo de Caracas, Venezuela, onde participou no "Congreso de la Pátria - capítulo Internacional", a convite do Governo da Venezuela.
Em Havana, Cuba, integrará uma delegação do GUE/NGL, a convite do Governo, até ao dia 22 de Julho. Ao longo dos próximos dias participará em diversas reuniões e visitas. Destacam-se os encontros com a Delegação da UE em Cuba, com representantes dos Ministério dos Negócios Estrangeiros e Ministério do Comércio Externo e Investimento Estrangeiro, e deputados da Assembleia Nacional.
Da visita consta ainda uma reunião com dirigentes do Comité Central do Partido Comunista Cubano.
Relevante também a reunião que dará conta do processo de paz na Colômbia, como uma visita ao Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia, exemplo dos avanços científicos da Revolução Cubana.
Esta visita a Cuba enquadra-se na expressão da solidariedade dos comunistas portugueses com o povo cubano e permitirá afirmar a exigência da revogação imediata da Posição Comum de 1996 da UE, bem como o fim de 54 anos de um inaceitável bloqueio económico imposto pelo Imperialismo Norte Americano a Cuba.

Declaração de João Oliveira

domingo, 17 de julho de 2016

NOTA DO GABINETE DE IMPRENSA DO PCP

Saudação do PCP à Federação de Patinagem de Portugal

Saudação do PCP à Federação de Patinagem de Portugal
O PCP endereçou hoje uma mensagem à Federação de Patinagem de Portugal que abaixo transcrevemos:
“O PCP felicita a Federação de Patinagem de Portugal, os jogadores, a equipa técnica e toda a estrutura de apoio à Selecção Nacional de Hóquei em Patins, pela vitória alcançada que constitui um reconhecimento ao valor do Hóquei português e elemento de prestígio para Portugal.
Jerónimo de Sousa”

sábado, 16 de julho de 2016

Declaração de Jorge Pires sobre a decisão do Tribunal Constitucional

Discriminação intolerável


NOTA DO GABINETE DE IMPRENSA DO PCP

Sobre a eleição de juízes para o Tribunal Constitucional



Sobre a eleição de juízes para o Tribunal Constitucional
1. A lista para o Tribunal Constitucional resulta da negociação entre PS e PSD relativa à eleição de 5 dos 13 juízes que constituem esse Tribunal, com base nas indicações feitas por PS, PSD e BE.
O PCP não foi consultado quanto aos nomes a integrar essa lista. Tal facto constitui uma exclusão movida por critérios discriminatórios.
A lista apresentada é, assim, da exclusiva responsabilidade de PS, PSD e BE não merecendo o acordo do PCP.
2. O compromisso que o PCP assume com os trabalhadores, o povo e o País não foi nem nunca será determinado ou condicionado por decisões relativas a cargos institucionais de representação externa da Assembleia da República. O que se torna relevante neste processo e nas opções que determinaram as soluções agora conhecidas, são as atitudes e opções discriminatórias que o PCP deplora e recusa.
3. Tais opções, bem como o conteúdo político que lhe está subjacente responsabilizam inteiramente os seus promotores e constituem em si um elemento de esclarecimento político que confirma a caracterização que o PCP faz da nova fase da vida política nacional e da relação de forças existente na Assembleia da República quanto à inexistência de um Governo ou maioria de esquerda ou de um acordo de incidência parlamentar que condicione o PCP como força de suporte ao Governo.
4. O que tem orientado, orienta e orientará, a análise, as posições e as decisões do PCP em cada momento é o que pensa ser melhor para os trabalhadores, o povo e o País, desenvolvendo a sua acção com total liberdade e independência.

Sobre a Caixa Geral de Depósitos

NOTA DO GABINETE DE IMPRENSA DO PCP

PCP realiza acção de contacto sobre CGD em todo o País

PCP realiza acção de contacto sobre CGD em todo o País

A partir da próxima segunda-feira, o PCP desenvolverá uma acção de contacto com a população e, particularmente, junto dos trabalhadores da CGD sob o lema "A Caixa Geral de Depósitos ou é pública, ou não é nacional".
No folheto a ser distribuído denuncia-se a manobra do PSD, com o apoio do CDS, com vista à desestabilização e desacreditação do banco público - na qual se insere a Comissão de Inquérito à CGD - abrindo caminho à sua privatização, assinalando-se que PSD e CDS sabem bem o que justifica a necessidade de recapitalização da CGD já que, desde 1976, dos 13 conselhos de administração, 10 foram presididos por personalidades ligadas ao PSD e 3 ao PS.
Assinala-se, apesar da gestão prosseguida ter em vários aspectos copiado a gestão privada com as consequências negativas que daí resultaram, o contributo que a CGD tem dado para as receitas nacionais, em dividendos e impostos, sublinhando, ainda, que são os mesmos que recapitalizaram a banca privada com dinheiro do Estado e que agora não querem que o Estado recapitalize a CGD. O PCP destaca a necessidade da recapitalização e da estruturação com vista ao crescimento da CGD, e realça o banco público como instrumento insubstituível numa política soberana de desenvolvimento económico e social do País.
O PCP defende a necessidade de defender direitos e postos de trabalho, rejeitando a redução do número de trabalhadores, agências e actividade do banco, que apenas resultam na oportunidade da ocupação desse espaço pela banca privada.
O PCP denuncia ainda as imposições e constrangimentos do BCE e da Comissão Europeia à banca em Portugal, que evidenciam que um país em que o sistema financeiro está nas mãos do grande capital é um país dependente, reafirmando que só a banca pública é capaz de garantir o interesse público e nacional.

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Paz sim, não à guerra

NOTA DO GABINETE DE IMPRENSA DO PCP

PCP condena acto terrorista em Nice

PCP condena acto terrorista em Nice
O PCP expressa a sua condenação do acto terrorista perpetrado em Nice, exprime a sua consternação e sentimentos de pesar aos familiares das vítimas, assim como a sua solidariedade ao povo francês.
O PCP reitera que a resposta a actos terroristas, como o de Nice ou os recentemente cometidos no Iraque e na Síria, passa pelo combate às suas mais profundas causas – políticas, económicas e sociais – e pela defesa e afirmação dos valores da liberdade, da democracia, da soberania e independência dos Estados, de uma política de desanuviamento, de diálogo e de paz nas relações internacionais.
O PCP sublinha que o terrorismo – quaisquer que sejam as suas causas, formas e objectivos anunciados –, serve sempre as estratégias e os interesses mais reaccionários e sinistros e é inseparável das políticas de exploração e opressão, e da lógica do militarismo e da guerra.
O PCP alerta para a instrumentalização de naturais e genuínos sentimentos de indignação para a imposição de medidas de cariz anti-democrático, atentatórias de direitos, liberdades e garantias fundamentais, assim como para a promoção de sentimentos racistas e xenófobos que têm alimentado o crescimento de forças de extrema-direita na Europa.

terça-feira, 12 de julho de 2016

Rejeitar a chantagem da União Europeia sobre Portugal

Não às chantagens da União Europeia

NOTA DO GABINETE DE IMPRENSA DO PCP

Sobre a decisão do ECOFIN e as chantagens da União Europeia contra Portugal

A decisão do Conselho Económico e Financeiro da União Europeia (ECOFIN) de dar seguimento ao “procedimento por défice excessivo” contra Portugal constitui um inaceitável ataque aos direitos e condições de vida do povo português, uma afronta à soberania nacional, à democracia como consagrada na Constituição da República Portuguesa e à vontade do povo português.
Reportando-se ao período 2013-2015 e ao Orçamento do Estado de 2015, o que esta decisão vem demonstrar é que para a União Europeia e as suas instituições tudo serve para impor a política de exploração e empobrecimento, inclusive as consequências económicas da política que a União Europeia estabeleceu com o governo do PSD/CDS, que esta decisão vem agora aparentemente sancionar.
Fica assim claro que a decisão do ECOFIN é, acima de tudo, mais um passo no processo de chantagem e ingerência externa contra Portugal e o seu povo que visa, como o PCP denunciou desde o início, reverter conquistas e avanços alcançados nos últimos meses, recolocar no centro do debate a política de empobrecimento, exploração e submissão do anterior governo PSD/CDS, e condicionar o debate sobre o futuro, nomeadamente o Orçamento do Estado para 2017.
O PCP sublinha que este processo não tem rigorosamente nada a ver com preocupações sobre a saúde da economia e das finanças públicas nacionais. É um processo político e ideológico, conduzido pelos centros de decisão do poder económico e pelo directório de potências comandado pela Alemanha, por via das instituições da União Europeia, com a colaboração activa em Portugal do PSD e do CDS. O seu objectivo principal é tentar destruir ou condicionar tudo o que de conquista, avanço e esperança foi construído nos últimos meses com base na vontade do povo e por via do diálogo democrático.
Como o PCP sempre alertou o que está verdadeiramente em causa é uma pressão política – de que as sanções são mais um instrumento – para impor novamente as políticas do passado que tanto sofrimento causaram e continuam a causar ao povo português. Assim, o PCP considera que o Governo português não pode ceder às chantagens, não pode aceitar as políticas e os “planos” que, a pretexto da chamada “sanção zero”, se tentem agora impor.
A União Europeia acaba de confirmar, com esta decisão, a insistência nos mesmos caminhos que arrastaram Portugal e, em geral, o continente europeu, para uma situação de profunda crise económica e social, cujos reflexos políticos estão à vista.
Cabe agora ao Governo e às instituições portuguesas defender os interesses do povo e do País e tomar todas as medidas que cumpram esse objectivo, incluindo, na opinião do PCP, a desvinculação de Portugal do chamado “Tratado Orçamental” e a proposta de realização de uma conferência intergovernamental para a Revogação deste e de outros Tratados que enformam a teia de chantagens que está a ser usada contra Portugal.
Esta decisão é mais um elemento demonstrativo da estratégia da União Europeia: tentar criar a ideia - de variadas formas e usando os vários mecanismos de ingerência e de domínio de que dispõe - da impossibilidade dos povos definirem, com base na sua vontade soberana, caminhos alternativos de desenvolvimento. Contudo a realidade está a demonstrar que essa estratégia não só está condenada ao fracasso como aprofunda a falta de legitimidade da União Europeia, tornando ainda mais visíveis as insanáveis contradições do processo de integração capitalista.
O PCP reitera a sua posição de que o desenvolvimento de uma política defensora dos interesses dos trabalhadores e do povo, do interesse nacional, implica a ruptura com as imposições e condicionamentos externos da União Europeia. Este processo de chantagem confirma que o Euro e as políticas que lhe estão associadas são verdadeiramente contrárias ao interesse nacional, pelo que o PCP considera que Portugal se deve preparar e estar preparado para se libertar das amarras que condicionam o desenvolvimento e o progresso do País e o tentam manter acorrentado a um círculo vicioso de submissão, empobrecimento, endividamento e chantagem.
O PCP apela a todos os democratas e patriotas que se unam na rejeição da chantagem política e da ingerência externa a que Portugal está a ser sujeito. A unidade do povo português em defesa dos seus direitos e do interesse nacional pode derrotar os processos de imposição, por mais poderosos que possam parecer.
Sobre a decisão do ECOFIN e as chantagens da União Europeia contra Portugal

segunda-feira, 11 de julho de 2016

INTERVENÇÃO DE JERÓNIMO DE SOUSA, SECRETÁRIO-GERAL, PASSEIO DAS MULHERES CDU DO PORTO

"Temos o direito de afirmar a soberania de um Portugal independente, livre das pressões e ingerências da União Europeia"

NOTA DO GABINETE DE IMPRENSA DO PCP

Saudação do PCP à Federação Portuguesa de Atletismo

Saudação do PCP à Federação Portuguesa de Atletismo
O PCP endereçou hoje uma mensagem à Federação Portuguesa de Atletismo que abaixo transcrevemos:
“O PCP felicita a Federação Portuguesa de Atletismo, atletas e equipas técnicas pelos brilhantes resultados alcançados, que constituem um reconhecimento ao seu esforço e valor, e um elemento de prestígio para Portugal.
Jerónimo de Sousa”

Saudação merecida


NOTA DO GABINETE DE IMPRENSA DO PCP

Saudação do PCP à Federação Portuguesa de Futebol



Saudação do PCP à Federação Portuguesa de Futebol
O PCP endereçou hoje uma mensagem à Federação Portuguesa de Futebol que abaixo transcrevemos:
“O PCP felicita a Federação Portuguesa de Futebol, os jogadores, a equipa técnica e toda a estrutura de apoio à Selecção Nacional de Futebol pela vitória alcançada no Campeonato da Europa de 2016.
A vitória da Selecção Nacional constitui um reconhecimento ao valor do Futebol português e elemento de prestígio para Portugal.
Jerónimo de Sousa”

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Sim à Paz, não à NATO

Iniciando-se hoje a Cimeira da NATO, em Varsóvia, na Polónia, o PCP alerta para os seus graves objectivos de incremento da acção belicista deste agressivo bloco político-militar conduzido pelos EUA.
Nesta Cimeira, a NATO afirma um novo patamar na sua acção de tensão e confronto visando a Federação Russa, com os perigos para a paz na Europa e no mundo que tal acção representa.
Agitando de novo a pretensa «ameaça russa» para ocultar o seu propósito ofensivo, a NATO reforça a sua presença e acção militar no Leste da Europa, particularmente na Polónia e no Báltico. Há 25 anos que a NATO não pára de promover a sua expansão para Leste que, tendo passado pela agressão à Jugoslávia, se aproxima sempre e cada vez mais das fronteiras da Federação Russa.
Na sequência da sua agressão à Líbia, a NATO reforçou igualmente a sua presença e acção no Médio Oriente e Norte de África, utilizando, entre outros, o pretexto do drama dos refugiados, pelo qual é dos primeiros responsáveis.
A NATO incrementa a sua capacidade de intervenção militar, promove o aumento das despesas militares e a corrida aos armamentos.
Neste quadro, assume particular gravidade a instalação do sistema anti-míssil dos EUA/NATO na Europa, sistema que acentua o desequilíbrio de forças à escala global, gerando uma acrescida corrida aos armamentos.
Na Cimeira de Varsóvia será ainda reafirmada e reforçada a cooperação da NATO com a União Europeia – o seu pilar europeu – que apontou o reforço da sua vertente militarista na sua «Estratégia global europeia» recentemente adoptada.
A NATO é um instrumento de tensão, de desestabilização, de agressão contra Estados que, afirmando e defendendo a sua soberania e independência, têm representado um factor de contenção à imposição do domínio hegemónico do imperialismo, em particular do imperialismo norte-americano.
Pela sua acção directa ou indirecta, a NATO é responsável pelas guerras de agressão contra a Jugoslávia, o Afeganistão, o Iraque, a Líbia ou a Síria, é responsável pelas centenas de milhar de mortos e feridos, pela negação da satisfação das mais básicas necessidades de milhões de seres humanos, pelo drama de milhões de refugiados e deslocados, pela colossal destruição que causou.
Guerras de agressão que foram sempre «justificadas» através dos mais variados e falsos pretextos, como ficou uma vez mais demonstrado pelo inquérito realizado no Reino Unido relativo à agressão e invasão do Iraque em 2003, que teve um momento em Portugal, na Cimeira das Lajes, acolhida por Durão Barroso.
Invocando infundadas «ameaças», a cínica «luta contra o terrorismo» ou a pretensa «defesa dos direitos humanos» e da «democracia», a NATO é responsável pelas mais brutais violações dos direitos humanos, pelo terrorismo de Estado e o apoio a grupos que se caracterizam pela sua acção de terror, pela destruição de Estados soberanos, pelo desrespeito da soberania e vontade dos povos.
A Cimeira da NATO realiza-se num momento em que, no quadro do aprofundamento da crise estrutural do capitalismo, para além da Europa, do Médio Oriente e África, o imperialismo promove igualmente ofensivas desestabilizadoras na América Latina e a crescente militarização na Ásia e Pacífico.
Reafirmando a sua posição e intervenção pela dissolução da NATO e pela concretização por parte de Portugal de uma política de paz, de amizade e de cooperação com todos os povos do mundo, o PCP associa-se à campanha «Sim à Paz! Não à NATO» promovida pelo movimento da Paz em Portugal e apela à participação nas acções de protesto que neste âmbito se realizam hoje em Lisboa e amanhã no Porto.Sim à Paz! Não à NATO

Cumplicidades

REQUERIMENTO

Audição do Ex-Primeiro Ministro, Dr. José Manuel Durão Barrosos e do Ex- Ministro de Estado e da Defesa Nacional, Dr. Paulo Portas

Audição do Ex-Primeiro Ministro, Dr. José Manuel Durão Barrosos e do Ex- Ministro de Estado e da Defesa Nacional, Dr. Paulo Portas
O Relatório Chilcot, recentemente divulgado no Reino Unido, é peremptório: “as informações que indiciavam a existência de armas de destruição maciça no Iraque eram falsas”. Diz, ainda, que “Saddam Hussein não apresentava qualquer ameaça à paz naquela altura e confirma que todos os avisos que foram dados sobre a instabilidade que se poderia seguir a uma invasão sem qualquer plano de saída foram ignorados” e acusa o Governo [britânico] de ter optado pela solução militar antes de esgotar todas as outras vias de resolução do conflito.
Na sequência da divulgação do Relatório Chilcot, o ex-primeiro-ministro do Reino Unido pediu desculpas ao povo britânico.
Em Portugal, Durão Barroso e o seu Governo, com a realização da “cimeira da guerra” em território nacional e a cedência da Base das Lajes, foram co-responsáveis pela guerra no Iraque e pelos crimes cometidos contra o povo iraquiano. Durão Barroso e o seu Governo afrontaram a letra e o espírito da Constituição da República.
Nestes termos, face às revelações agora conhecidas e à importância do conhecimento dos dados deste Relatório, torna-se imprescindível que a Assembleia da República e, especificamente, a Comissão dos Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas volte a discutir esta situação, ouvindo os ex-governantes portugueses para que dêem as explicações necessárias e sejam confrontados com as suas responsabilidades, nomeadamente por terem envolvido Portugal naquela guerra de agressão.
Neste sentido, o Grupo Parlamentar do PCP vem requerer que a Comissão de Negócios Estrangeiros e das Comunidades Portuguesas proceda à audição das seguintes personalidades:
- Ex-Primeiro Ministro, Dr. José Manuel Durão Barroso;
- Ex-Ministro de Estado e da Defesa Nacional, Dr. Paulo Portas