terça-feira, 31 de dezembro de 2013

O movimento dos reformados MURPI também está em luta

Nota da Comissão do PCP para os Assuntos Sociais

Brutal ataque à dignidade e às condições de vida dos reformados


Em vésperas do novo ano, o PCP recorda que o actual Governo aprovou, em sede de Orçamento do Estado para 2014, um aumento de 1% em algumas pensões mínimas, abrangendo um universo muito reduzido dos reformados e pensionistas cujos valores de reforma estão muito abaixo do limiar da pobreza.
Com uns míseros cêntimos de aumento diário em 2014 só para estas pensões, o Governo PSD/CDS-PP pretende criar a ilusão de que se preocupa com os que mais precisam quando, na realidade, a sua política está a aprofundar a espiral de empobrecimento dos cerca de 3 milhões de reformados e pensionistas da Segurança Social e dos 600 mil da Caixa Geral de Aposentações, aos quais está a impor uma implacável e inaceitável redução do valor das suas pensões e reformas, ao mesmo tempo que acentua uma desenfreada degradação das condições de vida e de trabalho dos seus filhos e netos – os actuais e futuros trabalhadores – a quem também está a roubar salários e direitos, a aumentar a idade de reforma e a reduzir o valor das suas pensões de velhice no futuro.

Confiança num futuro melhor

Mensagem de Jerónimo de Sousa, Secretário-Geral

Mensagem de Ano Novo de Jerónimo de Sousa


Num momento em que o governo executa uma política destrutiva, de confisco de salários, reformas e pensões, de ataques a direitos fundamentais, Jerónimo de Sousa deixa na sua mensagem de Ano Novo, «uma palavra de confiança, de esperança, dessa esperança que não fica à espera, que ganha nova dimensão com a luta dos trabalhadores e do povo».
O Secretário-Geral do PCP destaca que em 2014 se assinala «o ano 40 da Revolução de Abril, desse Abril que se transformou no acto e no processo mais avançado da nossa história contemporânea», e reafirma o compromisso de que «o PCP, nas horas boas e nas horas más, estará do lado certo, do lado dos trabalhadores e do povo português».

No ano de 2014 vamos intensificar a luta

                                                Perspetivas para 2014
A realidade com que Portugal está hoje confrontado, derivada de 37 anos de política de direita, do processo de integração capitalista da União Europeia e da crise estrutural do capitalismo, mostra claramente o rumo de declínio económico e retrocesso social, hoje bem presentes na nossa sociedade.
Desde os PEC's do PS até ao Pacto de Agressão que PS, PSD e CDS assinaram com a UE, o BCE e o FMI, que esta realidade não só se tem mantido, como apresenta sinais de forte agravamento, com o Orçamento do Estado para 2014, aprovado recentemente na Assembleia da República com os votos da maioria.
Esta aprovação pelo PSD e CDS, vai tornar-se em mais um instrumento da política de exploração e liquidação de direitos, pois, reforçando em mais de 4 mil e quatrocentos milhões de euros as chamadas medidas de austeridade, acentua indesmentivelmente a opção ideológica deste governo, contra a Constituição e os valores de Abril e a conivência do presidente de alguns portugueses incapaz de enviar todo o OE para fiscalização preventiva.
E senão veja-se os cortes nos salários dos trabalhadores da administração pública, nas pensões e reformas, nas prestações sociais, no Serviço Nacional de Saúde e na Escola Pública, nos serviços públicos, na justiça, na cultura, no Poder Local e, em contraste, os milhares de milhões de euros disponibilizados para o grande capital, através dos juros da dívida pública, das parcerias público-privadas, dos contratos SWAP e outros ruinosos celebrados com interesses privados, como a venda a retalho de empresas públicas rentáveis, os privilégios e benefícios fiscais dados ao grande capital, por exemplo, redução da TSU, dos apoios diretos à recapitalização da banca, já favorecida com o financiamento do BCE, e também as garantias dadas ao sector financeiro, ou seja, tira-se ou rouba-se, como quiserem, aos salários, pensões e rendimentos dos pequenos e médios empresários do comércio, indústria e agricultura, para manter os grupos monopolistas e o parasitismo da economia de casino, tornando o País refém do capitalismo transnacional e dependente do neo liberalismo, hoje pedra de toque na União Europeia, com a Alemanha ao leme.
Por outro lado, verifica-se a continuação da mentira e mistificação por parte do primeiro-ministro e seus pares, ao tentarem apresentar as suas medidas como necessárias para libertar o País da troika e regressar aos mercados, ao mesmo tempo que nos vão dizendo que ainda vamos «aguentar» mais uns quinze ou vinte anos e que o governo até conseguiu criar 120 mil novos empregos em 2013, quando o número real se situa nos cerca de 20 mil e o desemprego aumenta, a emigração não cessa, nem tão pouco o fecho de empresas, pois a economia não arranca, nem pode com as opções políticas em vigor.
Esta propensão para a mentira e mistificação encontra eco na chamada comunicação social de referência, subjugada pelo poder económico, tentada a distrair-nos com falsos problemas, entretenimentos de duvidosa qualidade e atoardas, omitindo e desinformando, mas esquecendo a existência das redes sociais que a contradizem e um ou outro Edward Snowden que a desmentem, assim ajudando os povos do mundo a acordar, pois não se pode enganar eternamente.  
Neste contexto, as eleições para o Parlamento Europeu em 25 de Maio do próximo ano, apresentam-se como um importante acontecimento político e eleitoral, não só para o nosso País periférico, mas para toda a União Europeia, pois podem e devem constituir uma forte mudança de sentido nas políticas até agora seguidas e, quem sabe, no repensar da nossa própria soberania monetária.  

Este é um tema a ter em conta para derrotar a política de direita, aqui e na UE.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

A Europa connosco de que alguns falavam

Conferência de Imprensa, João Ferreira, Deputado ao Parlamento Europeu, Inês Zuber, Deputada ao Parlamento Europeu, Lisboa

As conclusões do Conselho Europeu apontam, cega e obstinadamente, num único caminho: o da continuação de uma política de cortes de direitos sociais, de baixa de salários, de expropriação da soberania dos Estados, de desregulação laboral, de privatização de empresas e serviços públicos e de uma ainda maior concentração de capital, bem visível nas medidas de transferência da carga fiscal do capital para o trabalho, nomeadamente com a descida da TSU ao nível europeu.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

A luta vai continuar

Declaração de Pedro Guerreiro, membro do Secretariado do Comité Central, Lisboa

Um governo fora-da-lei que a luta dos trabalhadores derrubará


Em reacção à Mensagem de Natal do Primeiro-Ministro, Pedro Guerreiro do Secretariado do Comité Central, afirmou que Passos Coelho é chefe de um governo fora da lei, que promove uma política de destruição do país, de saque aos trabalhadores e de benesses para o grande capital e que só a luta organizada do povo e dos trabalhadores derrubará.

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Aos Baionenses

                         Mais um Natal do nosso descontentamento
Algumas citações para melhor nos situarmos no País onde vivemos e na União Europeia para onde alguns apressadamente nos empurraram, contra os avisos de outros mais cautelosos e conscientes do que poderia acontecer, pois não estão nem querem estar comprometidos com o capitalismo explorador:
«O neoliberalismo procura alcançar na Europa o que já conseguiu nos Estados Unidos, a partir de 1979, quando os salários reais pararam de crescer. O objetivo é duplicar a fatia de riqueza possuída por 1% dos mais ricos. Isto envolve reduzir a população à pobreza, destruir o movimento sindical e arruinar as economias, dando preferência aos mercados», diz-nos Michael Hudson, professor de economia na Universidade de Missouri em Kansas City.
«A Nova Ordem Mundial alimenta-se da pobreza humana e da destruição do ambiente natural. A fome é a consequência do processo de restauração do mercado livre com raízes na crise de endividamento dos anos 80. O seu resultado é a globalização da pobreza», diz-nos Michael Chossudovsky, professor de economia na Universidade de Otava.
«A maior parte dos pensionistas não são pobres e estão a fingir que são pobres. Continuamos a gastar mais dinheiro do que recebemos. Mas estamos a melhorar. O vento mudou. O que tem estado a acontecer, é uma emergência financeira em que se tem cortado onde há dinheiro. E, de facto, o Estado Social tem a maior parte do dinheiro que o Estado gasta. O Estado Social continuará a sobreviver se tiver o bom senso de se ajustar às novas condições», diz-nos César das Neves, professor da Universidade Católica e acólito fundamentalista da Opus Dei.
Posto isto, dizemos nós e constatamos que em Portugal o desemprego já atinge 1.5 milhão e meio de portugueses, 2.700 dois milhões e 700 mil estão no limiar da pobreza e fome, 130 mil conterrâneos emigraram, onde sobressai uma enorme fatia de jovens com muito boa formação, 870 mil também conterrâneos, mas sem crise pois são milionários, aumentaram consideravelmente os seus proventos entre 2012 e 2013, ou seja, cresceu a concentração da riqueza, provando que há dinheiro a jorros aplicado nos negócios da economia de casino, nas off-shores, nas PPP’s e swaps, nas reformas e assessorias milionárias, nos roubos bancários (BPN, BANIF, BPP, etc.) de milhares de milhões de euros e sem julgamento dos culpados, e o Estado Social é desmantelado paulatinamente para ser entregue às Misericórdias, às Instituições de Solidariedade Social (IPSS), às ONG e às Fundações de caridade, tornando esta um chorudo e tentador negócio.
O primeiro-ministro proclama que se «está a viver um momento histórico» e tem toda a razão, pois o défice deste ano irá fixar-se nos 5%, a dívida situa-se perto dos 130% do PIB e temos novo resgate à porta, apesar das poses governamentais.
Sem vergonha e respeito pela população, o governo, novamente fora da lei e da Constituição com a decisão unânime do Tribunal Constitucional sobre os cortes de 10% nas pensões, continua a arrastar-nos para a ruína, indiferente à indignação e protesto que surge de todos os quadrantes da nossa sociedade, mercê duma austeridade obscena e injusta, para pagar uma dívida que já deveria ter sido renegociada há muito tempo, pois torna-se impagável a cada dia que passa. Tudo isto e já não é pouco, com o apoio ou complacência do presidente de alguns portugueses, incapaz de cumprir o texto constitucional.
A época festiva do Natal está aí, cumprindo o habitual calendário, mas para muitos, muitos portugueses e por muita solidariedade que queiramos e devamos proporcionar, será um período triste, desolador e traumatizante, mas é também um Natal de intensa luta, com manifestações, protestos e vigílias, pois, se Natal é quando o homem quiser e pode sê-lo todos os dias, então reforcemos com confiança no futuro o caudal desta onda para colocarmos um ponto final na atuação deste governo que destrói o País e sacrifica o povo e avançarmos para um Portugal com mais justiça social, mais desenvolvido e soberano, reabrindo as portas que Abril abriu e que alguns, com ideias bafientas de má memória, sonharam fechar.

 Comissão Concelhia de Baião do PCP    

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

As Funções Sociais do Estado serão defendidas

Intervenção de João Oliveira na Assembleia de República

"Quando o governo ataca as funções sociais do Estado, ataca a democracia e a Constituição"


Senhoras e senhores Deputados,
Senhores membros do Governo,
O PCP quis, nesta interpelação, confrontar o Governo com as suas opções políticas, opções contrárias à Constituição e ao desenvolvimento e progresso do país.
As funções sociais do Estado são parte integrante da conceção de democracia estabelecida pela nossa Constituição e os serviços públicos associados a essas funções sociais asseguram a todos os cidadãos importantes direitos sociais e culturais conquistados com a Revolução de Abril, afirmando objetivos de progresso, desenvolvimento e justiça social.
Quando ataca as funções sociais do Estado e os serviços públicos, o Governo ataca a democracia e a Constituição e empurra o país para o retrocesso e o atraso.
Com esta interpelação quisemos confrontar o Governo com a realidade vivida pelos portugueses e com essas opções políticas que negam o futuro ao povo.
Preparámos esta interpelação onde ela faz sentido, junto daqueles que diariamente sentem a sua vida a regredir com as medidas impostas pelo Governo, sejam trabalhadores da Administração Pública com postos de trabalho e direitos em risco, sejam os cidadãos que lhes veem ser negados direitos sociais que a Constituição lhes garante.
Trouxemos a esta interpelação muitas das preocupações vividas pelos portugueses e muitas outras estão nas mais de cem perguntas escritas que nos últimos dias dirigimos ao Governo.
Trouxemos também preocupações quanto ao sentido que estas políticas assumem para lá dos serviços públicos que os garantem e aí se tornou mais evidente que o que preocupa os portugueses não é preocupação do Governo.
As preocupações do Governo são outras.
Aquilo que preocupa o Governo e esta maioria parlamentar é poder receber os cumprimentos do capital financeiro internacional escondido sob a pele dos mercados ou da troica, é ouvir os elogios dos homens da finança ou a confiança manifestada na política do Governo pelos grupos monopolistas em reconstituição acelerada.
As vidas arruinadas e o desespero de milhões de portugueses emigrados, desempregados ou esmagados pela pobreza e a miséria continuam a ser ignorados pelo Governo e considerados apenas como o preço a pagar para satisfazer os grandes interesses económicos e financeiros.
As respostas dadas pelo Governo às preocupações dos portugueses ofendem aqueles que hoje estão a sofrer as consequências das suas opções políticas.
Ao drama de quem desiste de estudar porque não tem dinheiro ou abandona o país porque não tem trabalho, o Governo nem sequer se dignou a responder.
Aos professores que empurra para o despedimento e que ainda ontem humilhou com a prova de ingresso, o Ministro Poiares Maduro respondeu hoje com novo achincalhamento.
E a isto nós respondemos: o que é preciso é revogar a prova não é fazer-lhe enxertos. O que é preciso é respeitar os professores e valorizar as suas carreiras porque não é atacando a sua dignidade que se constrói o futuro.
A quem vive isolado ou excluído o Governo respondeu com o encerramento de repartições de finanças, tribunais e a instalação de espaços do cidadão.
A este respeito queremos ainda perguntar ao Governo quanto é que os 1000 quiosques dentro dos CTT vão significar de encaixe para os seus novos proprietários privados?
Ao drama da pobreza, do desemprego e da exclusão social o Governo responde com a privatização das estruturas da Segurança Social.
Ao drama de quem fica sem consultas, tratamentos ou medicamentos o Governo respondeu com retórica e desconsideração pelas dificuldades dos utentes.
E que a incapacidade de um senhor deputado do PSD compreender o que se diz não distorça o que aqui foi debatido. O PCP não ataca nem desconsidera as Misericórdias, atacamos e combatemos o Governo que quer entregar às Misericórdias aquilo que é público, sejam hospitais, sejam equipamentos e estruturas de intervenção social.
Senhora Presidente,
Senhoras e senhores Deputados,
Senhores membros do Governo,
Esta interpelação marca o confronto político com o Governo no final de mais um ano de afundamento nacional, de ruína económica e desastre social. Mas ela constitui também a preparação dos embates que hão-de vir com o ano de 2014.
O Orçamento do Estado para 2014 aprovado por PSD e CDS, a ser concretizado, irá agudizar todos os problemas e dificuldades vividos pelos portugueses hoje aqui retratados.
Desta interpelação resulta o confronto do Governo com a sua responsabilidade nas dificuldades dos portugueses mas resultará também a proposta de soluções para esses problemas.
Na sequência desta interpelação o Grupo Parlamentar do PCP apresentará um conjunto alargado de iniciativas legislativas correspondendo aos anseios dos portugueses.
Ainda esta semana entregaremos treze projetos de lei e de resolução que dão resposta à necessidade de uma política alternativa que defenda as funções sociais do Estado e serviços públicos de qualidade e proximidade ao serviço dos cidadãos.
Um Portugal desenvolvido exige outro rumo e outras políticas.
Um Portugal desenvolvido exige acesso do povo ao trabalho, à educação, à saúde, à segurança social, à cultura, aos transportes, à qualidade de vida e do ambiente.
A política que este Governo está a seguir nega todos esses objetivos e por isso é uma política de retrocesso.
O PCP reafirma por isso o seu compromisso de continuar a exigir a demissão do Governo e a convocação de eleições antecipadas e a propor a política alternativa, patriótica e de esquerda de que o país necessita e que tantos portugueses reclamam.
Disse.

sábado, 21 de dezembro de 2013

A luta continua

Declaração de Margarida Botelho, membro da Comissão Política do Comité Central, Lisboa

Um orçamento de miséria que tem de ser derrotado


Presente em Belém numa vigília, organizada pela CGTP-IN, de protesto e luta contra o Orçamento de Estado e pela exigência de veto por parte do Presidente da República, uma delegação do PCP expressou a sua solidariedade com a luta e reforçou o apelo para que os trabalhadores e as populações se unam na exigência de demissão do Governo e pela rejeição da política de direita que é a política do Pacto de Agressão assinado por PS, PSD e CDS-PP.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Não à Europa dos monopólios

Intervenção de Jerónimo de Sousa na Assembleia de República

"Os únicos satisfeitos com estas políticas são os que lucram com a miséria dos povos"


O Secretário-Geral do PCP afirmou hoje, no debate em torno da reunião do Conselho Europeu, que nesta união europeia, dos 27 milhões de desempregados, dos 125 milhões de pobres, as políticas seguidas não resolvem nenhum destes problemas, mas antes agravam-nos, continuando a encher os cofres ao grande capital financeiro.

Os professores disseram não à prova humilhante

Declaração de Rita Rato, Deputada, Lisboa


Reagindo à realização da prova de avaliação para os professores, Rita Rato afirmou que esta é uma prova de humilhação a que o governo colocou os professores, e a única forma de resolver este problema é anular a mesma tal como o PCP tem vindo a defender.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

As privatizações contra o interesse nacional

                        A mudança de paradigma e os resultados visíveis
No site da CMVM foram publicadas as contas da Estoril Sol, grupo que engloba Casinos do Estoril, de Lisboa-Expo e da Póvoa do Varzim, contas respeitantes a 30 de Setembro de 2013 e que nos mostram alguns dados no mínimo curiosos, a saber:
O terceiro trimestre da empresa fechou com a apresentação de lucros na ordem dos 1.258.281 euros, o que não é de subestimar;
embora se verifique uma diminuição das receitas em 5% face ao período homólogo de 2012, constata-se, porém e numa observação mais cuidada, que as receitas derivadas das slot-machines desceram 7%, ao passo que as respeitantes ao jogo de banca, por exemplo, gamão e bacará, subiram 2%;
no total de 137.771.294 euros de receita contabilizada, 42% dizem respeito ao Casino de Lisboa, 37% ao Casino Estoril e 21% ao Casino da Póvoa.
O grupo obteve, entretanto, benefícios fiscais na módica quantia de 2.333.516 euros, ou seja, um valor de mais ou menos o dobro do lucro registado e cerca de 1,8% do total da receita encontrada, benefícios estes atribuídos como apoio do Estado à renovação dos equipamentos de jogo (tudo precisa estar devidamente em dia com as novas técnicas) e ainda mais 405.000 euros como prémio pela boa prestação de serviços realizada.   
Trata-se dum critério escandaloso, pois o governo corta, por exemplo, nas pensões mais baixas de viuvez de poucas centenas de euros e concede benefícios de milhões para máquinas de jogo e espetáculos de variedades apresentados nos Casinos.
Por outro lado, o governo vende empresas públicas rentáveis por preços irrisórios, não se importa que muitas delas contribuiriam para o relançamento necessário da economia e continua apostado seriamente nas privatizações, estratégia que já vem de longe, do tempo em que o atual Presidente da República era primeiro-ministro, corria o ano da graça de 1989 e para nossa  desgraça era iniciada a privatização da Banca.
O argumento sempre utilizado é que o Estado é mau gestor, não tem vocação para gerir, o sector privado é mais dinâmico e por aí fora, razões puramente ideológicas e preconceituosas, que nos estão a levar para a ruína. E não deixa de ser curioso observar que muitos dos parlamentares da maioria, mas também da anterior governação, acumulam as funções públicas com apoios em empresas privadas, beneficiando-as à luz desta verdadeira promiscuidade a que urge colocar um ponto final.
O caso recente dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo está a tornar-se um verdadeiro escândalo, por ações e omissões envolvendo o ministro da tutela e o próprio governo, ao pretenderem entregar a uma empresa privada, com um passivo de cerca de 400 milhões de euros, uns estaleiros de construção naval com uma boa carteira de encomendas e barcos prontos para entrega, além de que colocariam centenas de trabalhadores com boa formação profissional no desemprego e deixariam as respetivas famílias em precárias condições sociais.
Como resultado do programa de privatizações, aqui e na europa connosco, surgiu em 2008 a fatura no valor de mais de quatro biliões de euros desviados dos contribuintes europeus para salvação dos Bancos que continuam a cartelizar taxas e comissões para os povos pagarem, enquanto recebem uma boa parte dos empréstimos da troika e as populações sofrem na pele os resultados desta pouca vergonha.
No nosso País e em nome da mudança de paradigma social, privatizaram os sectores petrolífero e energético e nós contribuintes pagamos os combustíveis mais caros do que a média europeia e os preços do gás e da eletricidade continuam a subir, agora com a privatização dos CTT vamos pagar uma boa fatura em indemnizações compensatórias e, em pouco tempo, teremos seguramente os serviços postais mais caros da Europa.
Em paralelo, o Estado Social vai-se degradando com a Saúde, a Educação, a Segurança Social, os Transportes, a Justiça, as Repartições de Finanças, cada vez mais longe dos cidadãos e as assimetrias regionais a avolumarem-se.
Com esta mudança de paradigma não vamos longe e por essa razão devemos mobilizar-nos mais fortemente para acabar com o modelo e expulsar os seus autores.
  








segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Urgente a demissão do governo

Conferência de Imprensa, Jerónimo de Sousa, Secretário-Geral, Lisboa


Sobre a reunião do Comité Central do PCP

O Comité Central analisou aspectos da situação nacional, marcada pela agudização da situação económica e social, as consequências para o país resultantes da aprovação do Orçamento do Estado para 2014, um verdadeiro instrumento de rapina dos trabalhadores e do Povo, um novo pacote de medidas de terrorismo social que empobrecerá ainda mais os portugueses e o País.
Um instrumento de exploração e liquidação de direitos. Um Orçamento que, ao serviço dos lucros dos grupos económicos e financeiros, acentua as injustiças e as desigualdades.
Em vez das inevitabilidades que apregoam, o que o país assiste é a uma opção clara, programada e enganadora da parte do actual governo. Clara na medida em que cada euro roubado aos salários, às pensões, aos rendimentos dos micro e pequenos empresários ou agricultores servirá apenas para manter intocáveis os interesses dos grupos monopolistas que operam em Portugal. Programada, porque a pretexto desta crise, o que está a ser concretizada, é uma velha aspiração de ajuste de contas com direitos e conquistas alcançados com a Revolução de Abril. Enganadora porque apresentada como caminho para “libertar” o país da troika e o tão propalado “regresso aos mercados”, é no fundo, o caminho da perpetuação durante as próximas décadas do empobrecimento e da austeridade como modo de vida e futuro do país.
A realidade com que Portugal está hoje confrontado - expressão de mais de 37 anos de política de direita, do processo de integração capitalista da União Europeia e da própria natureza e da crise estrutural do capitalismo – reflecte o rumo de declínio económico e retrocesso social e que teve, primeiro com os PEC's do PS e depois, nos últimos dois anos e meio, com o Pacto de Agressão que PS, PSD e CDS assumiram com a União Europeia, o Banco Central Europeu e o FMI, factores de forte acentuação e aceleramento.
Governo, grupos monopolistas e aqueles que os servem, lançam-se numa campanha de mentira, manipulação e dissimulação da realidade. É a fraude do “milagre português” assente na mais grosseira manipulação estatística: usam os mais de 130 mil trabalhadores que neste ano de 2013 abandonaram o país para a emigração e a destruição real de emprego para virem dizer que o desemprego está a baixar; apresentam como êxito os saldos positivos da balança comercial quando na verdade estes reflectem, uma dramática quebra do consumo interno e do investimento, sinónimos de pobreza e de atraso; jogam com as variações em cadeia e dados sazonais do PIB para vender como positiva uma situação de regressão económica que coloca o PIB nacional ao nível daquele que existia no ano 2000.
Uma política e um governo que, a não serem derrotados, ameaçam destruir as condições de vida da esmagadora maioria da população, arrasar com a economia nacional, comprometer a soberania, a independência e o futuro do país.
O Comité Central do PCP reafirma que, perante o rumo de exploração, de declínio e retrocesso social a que o País tem sido submetido e os projectos para o procurar perpetuar, a demissão do governo e a convocação de eleições antecipadas assume-se como uma questão decisiva e inadiável.
Mais do que nunca urge romper com a política de direita que abra caminho à construção de uma política alternativa, patriótica e de esquerda. Uma política que seja capaz de libertar Portugal da dependência e da submissão, recuperar para o país o que é do país, devolver aos trabalhadores e ao povo os seus direitos, salários e rendimentos.
Perante a violenta ofensiva desenvolvida nestes últimos dois anos e meio contra os direitos dos trabalhadores e das populações, os ataques ao regime democrático e à soberania nacional, a luta dos trabalhadores tem constituído um factor determinante para travar a política de direita e as suas consequências.
Luta nas empresas e nos locais de trabalho contra o roubo nos salários, na defesa dos postos de trabalho e do trabalho com direitos, na melhoria das condições de trabalho, contra a privatização de empresas do sector público como é exemplo os Estaleiros de Viana do Castelo, e a melhoria do serviço público, como tem vindo a acontecer nas empresas de transportes públicos de passageiros e nos CTT.
Luta que conheceu três momentos marcantes na «Marcha por Abril, contra a exploração e o empobrecimento» que decorreu no dia 19 de Outubro; no «Dia Nacional de Indignação e Luta» que se realizou no passado dia 26 de Novembro com expressão nacional, ambos convocados pela CGTP-IN; e na manifestação convocada, pela primeira vez, por todas as organizações representativas dos profissionais das forças de segurança – acções que constituíram corajosas e determinadas afirmações de dignidade e patriotismo.
O PCP apela aos trabalhadores e ao povo, para que respondam a esta ofensiva intensificando a luta pela resolução dos seus reais problemas - a começar com a sua participação na acção de luta convocada para esta semana pela CGTP-IN, com destaque para a vigília da próxima quinta-feira em Belém – exigindo a ruptura com a política de direita e eleições antecipadas, passo importante na luta pela alternativa patriótica e de esquerda.
O futuro do país está nas mãos dos trabalhadores e do povo.
Em vésperas de mais um Conselho Europeu e perante a indisfarçável crise económica e social da União Europeia, o aprofundamento dos pilares neoliberal, militarista e federalista só podem conduzir ao agravamento dos problemas económicos e sociais e ao comprometimento das soberanias nacionais.
O processo em curso de aprofundamento da União Económica e Monetária; as orientações da governação económica, do semestre europeu e da Estratégia 2020; o “Tratado orçamental”, a União Bancária e o Mecanismo Único de Supervisão Bancária; o aprofundamento e alargamento do Mercado Único a novas áreas de lucro; as regras da condicionalidade macro-económica na atribuição de fundos Europeus recentemente aprovadas; a redução do já de si irrisório orçamento comunitário, constituem no seu conjunto uma tentativa de “naturalização” e institucionalização do “ajustamento” e de eternização da regressão social em curso na UE, um processo que tem como único objectivo servir os interesses dos grandes monopólios, particularmente de prosseguir os apoios milionários à Banca.
As eleições para o Parlamento Europeu, a realizar em 25 de Maio, constituem assim uma importante batalha política e eleitoral que, articulada com o desenvolvimento da luta, contribua para a inadiável derrota do governo e para a ruptura com a política de direita.
As eleições para o Parlamento Europeu constituem uma oportunidade para reforçar a CDU e contribuir para dar força à construção de uma política patriótica e de esquerda, condição indispensável para assegurar a defesa dos interesses e direitos dos trabalhadores e do povo português e para a afirmação da soberania nacional que liberte o País do actual rumo de retrocesso social, declínio económico e dependência.
Numa situação que, quer PSD e CDS por um lado, quer PS e outros que o acompanham invocando designadamente o «europeísmo de esquerda», apresentarão o aprofundamento do federalismo europeu enquanto alegada solução para os problemas nacionais, esse mesmo federalismo que conduziu o País à situação de dependência, a CDU assume-se como a mais sólida referência para a defesa dos interesses e direitos dos trabalhadores, do povo e da soberania nacional.
O reforço da CDU e do número dos seus deputados no Parlamento Europeu é assim a melhor garantia para a firme defesa dos interesses dos portugueses, para minimizar os condicionamentos e consequências negativas da integração, para utilizar a favor do progresso social todos os meios e possibilidades, para lutar contra as imposições supranacionais e as limitações à democracia e à vontade do povo, para agir especificamente e em articulação com os trabalhadores e os povos de outros países para romper com o processo de integração capitalista europeu. Uma presença que, distintamente de quaisquer outros deputados, dará expressão às aspirações dos trabalhadores e do povo e que encontrará na profunda ligação aos problemas concretos do país o elemento e razão central da sua intervenção no Parlamento Europeu.
O Comité Central aprovou na sua reunião duas importantes resoluções. Uma sobre o reforço da organização partidária e uma outra sobre o 40º aniversário da Revolução de Abril em que se sublinha a actualidade das suas conquistas e valores e a sua projecção enquanto elementos estruturantes de um Portugal de progresso, desenvolvido e soberano. O PCP desenvolverá no ano de 2014 uma acção nacional centrada na projecção dos valores de Abril e na afirmação da política patriótica e de esquerda. Uma acção integrada e articulada com a preparação das eleições europeias, as comemorações do 40º Aniversário do 25 de Abril e a intervenção e luta pela derrota definitiva do Pacto de Agressão, a demissão do governo e a ruptura com a política de direita, identificada na afirmação dos direitos e na elevação das condições de vida dos trabalhadores e do povo, no desenvolvimento económico e social e na afirmação da soberania e independência nacionais, elementos essenciais à solução dos problemas do país.
O Comité Central deliberou ainda, no âmbito do trabalho de direcção, eleger para a sua Comissão Política os camaradas João Oliveira, Presidente do Grupo Parlamentar do PCP na Assembleia da República e Manuel Rodrigues que, no início do próximo ano, assumirá a responsabilidade de Director do Jornal «Avante!».

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Um exemplo a seguir



DIRECÇÃO DA SUB-REGIÃO DO VALE DO SOUSA E BAIXO TÂMEGA
DO PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS
PALESTRA INSERIDA NAS COMEMORAÇÕES DO CENTENÁRIO DE ÁLVARO CUNHAL

Decorreu na passada Sexta, no dia 13, na Escola Secundária de Penafiel, uma palestra dirigida a três turmas do 12º ano, inserida nas Comemorações do Centenário de Álvaro Cunhal com o tema: “Vida, pensamento e luta: um exemplo que se projecta na actualidade e no futuro” a cargo do Professor Manuel Rodrigues, membro do Comité Central do Partido Comunista Português. Sendo um desafio lançado a todas as escolas secundárias do país e que foi aceite pela Direcção desta Escola é motivo de louvor os momentos vividos nesta palestra, em que a abordagem dessa figura maior do espectro histórico deste país, permitiu através de um devido enquadramento histórico, uma abordagem pedagógica que certamente foi aproveitada por estes alunos. Num momento em que há a tentativa de reescrita perversa da História, de apagamento dos crimes cometidos pelo fascismo em Portugal e da dominação ideológica do Capital nos meios de comunicação social, este evento desmontou de forma clara estes objectivos permitindo um outro ângulo de visão de acontecimentos marcantes do país que irá influenciar o juízo crítico destes jovens.
Decorre ainda uma pequena exposição e uma banca de livros de autoria de Álvaro Cunhal que têm permitido conhecer facetas mais desconhecidas deste homem, como seja a sua dedicação à escrita literária e pintura.

Penafiel, 13 de Dezembro de 2013
A Direcção da Sub-Região do Vale do Sousa e Baixo Tâmega

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

A verdade necessária



Uso do direito de resposta à Tribuna Pacense pelo PCP

Direção da Sub Região do Vale do Sousa e Baixo Tâmega

Exmo. Sr. Director e Proprietário da Tribuna Pacense:
          Dr. António José G. Ribeiro

Ao abrigo do direito de resposta, a Comissão Concelhia de Paços de Ferreira do Partido
Comunista Português solicita a publicação da nossa resposta:

Lamentámos que tenha tido destaque de primeira página (in Tribuna Pacense de 6 de
Dezembro de 2013), o artigo de opinião do vosso colaborador Octávio R. Magalhães que,
apesar de conter lacunas graves, não merece mais considerações pela nossa parte.

Lamentámos pelas seguintes razões:

1º. As fotos e o título “A CDU E O AMBIENTE” (na primeira página) não estão identificados
como artigo de opinião, o  que induz os leitores em erro, dado que existia, à data de 5 de
Dezembro, propaganda política do PS e do PSD (ver fotos anexas).
Liberdade de imprensa, rigor jornalístico, isenção política são critérios a respeitar e que nós pensamos
existirem no vosso semanário.

2º. É bom jornalismo recolher depoimentos de visados em artigos antes de os publicar.
Estaremos sempre disponíveis para prestar quaisquer declarações, informações que a
redacção do vosso jornal nos solicitar.

3º. No dia anterior à publicação da Tribuna Pacense, ou seja, no dia 5 de Dezembro, o
Concelho de Paços de Ferreira não tinha qualquer propaganda política da CDU relativa às
eleições para as Autarquias Locais de 2013, nomeadamente a propaganda da CDU
identificada nas fotos de primeira página.

4º. Anexamos mais três exemplos de fotos que ilustram situações de agressões
ambientais e que nos preocupam: o primeiro caso refere-se a lixo doméstico num passeio
público, o segundo a um cartaz pertencente à Câmara que está completamente
ultrapassado e por último um caso de uma empresa privada que tem o cartaz rasgado.

Sem mais de momento,
Subscrevemo-nos com estima,
Paços de Ferreira, 10 de Dezembro de 2013
A Comissão Concelhia de Paços de Ferreira do Partido Comunista Portuguê













terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Apoio aos trabalhadores dos ENVC

PCP na acção de solidariedade com os trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo


Uma delegação do PCP, constituída por João Frazão, membro da Comissão Politica do Comité Central, Filipe Vintém, membro do Comité Central e responsável pela DORVIC, Carla Cruz, deputada do PCP à Assembleia da República, Cláudia Marinho, vereadora em substituição na Câmara Municipal de Viana do Castelo, participou hoje na acção de solidariedade com os trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo.
Carla cruz, que usou da palavra, lembrou que o PCP, para além de manifestar o seu apoio à luta dos trabalhadores e da população, exige o total apuramento de responsabilidades, tendo apresentado na assembleia da república uma proposta de constituição de uma Comissão de lnquérito para o efeito.
A deputada do PCP à Assembleia da República concluiu a sua intervenção com um forte apelo à participação de todos na manifestação promovida, pelas Organizações Representativas dos Trabalhadores, no próximo dia 13 de Dezembro, pelas 16h.

A luta vai continuar

                                 Perspetivas de descalabro social
O novo ano que já espreita, vai trazer consigo mais penúria e conflitos sociais, face ao conteúdo do Orçamento de Estado para 2014, aprovado com os votos da maioria PSD/CDS, as oposições parlamentares a rejeitá-lo unanimemente e a população na rua a manifestar o seu completo desagrado.
Entrado na Assembleia da República para discussão, saiu inalterado em termos estruturais, constituindo-se assim como um documento gerador de destruição da economia, de mais pobreza, desigualdades e injustiças.
Alguns dados disponíveis podem proporcionar uma ideia clara daquilo que nos espera em 2014: relativamente às PPP’s, por exemplo, foi gasta a módica quantia de 1.645 milhões de euros em 2013, pois para o próximo ano já estão orçamentados mais 776 milhões de euros para este autêntico sorvedouro do erário público.
Entretanto, os cortes na Saúde situam-se nos 784 milhões de euros, na Educação 485 milhões, na Cultura 20 milhões, no RSI (Rendimento Social de Inserção) 10 milhões, no apoio a idosos 6,7 milhões, no abono de família 3,5 milhões, ou seja, milhares de milhões para aumentar os lucros dos grupos económicos que os lançarão na especulação bolsista, em vez de colocar esses recursos ao serviço do desenvolvimento do País e assegurar os legítimos direitos da população.
Mas há mais em relação a cortes, nomeadamente nas pensões de sobrevivência e na redução remuneratória, mas para esta o executivo governamental vai ao ponto de batizá-la hipocritamente de contribuição extraordinária de solidariedade.
Os funcionários públicos, auferindo salário superior a 600 euros ilíquidos, iriam ser também contemplados com corte, mas aqui a maioria, magnânima para enganar incautos, propôs alteração para 675 euros, considerando certamente que estes trabalhadores, com patamares salariais próximos, já são suficientemente ricos e podem bem arcar com mais reduções de vencimento.
Estamos, pois, perante apenas três exemplos de cortes (Estado Social, pensões e salários) mas suficientemente elucidativos sobre a falta de respeito pelo ser humano e pela Constituição demonstrado pelos atuais governantes, constituindo ainda uma grosseira violação de princípios fundamentais do Estado de direito democrático, pois nem sequer podemos considera-los como proporcionais.
Com semblantes de indiferença perante a miséria que vão semeando, o Eurostat estima já 2 milhões e 700 mil portugueses a entrar no limiar da pobreza, estes cavalheiros de discurso fútil, continuam a tratar os cidadãos seus conterrâneos como débeis mentais que não entendem o superior desígnio das suas políticas de desgraça nacional, a bem da Nação.
Anunciam, nos debates parlamentares, com sorrisos cínicos, galhofa de mau gosto e educação deficiente, as suas medidas para mais autoridade e sofrimento e pretendem fazer-nos crer que a culpa do descalabro económico e social que vivemos é do Tribunal Constitucional, dos Sindicatos, da oposição e da troika, discurso demonstrativo de recônditas tendências fascizantes que só irá originar mais indignação, mais protesto e mais luta.
Esta gente não possui qualquer sombra de pejo em afirmar hoje o contrário do que pensou e disse ontem.
Estamos todos consternados com a morte de Nelson Mandela, baluarte da luta por uma sociedade multirracial, por justiça social e mais igualdade no seu País que, nos seus longos anos de luta, enfrentou a prisão, a tortura e a humilhação, sendo até considerado terrorista, perigoso para a sociedade e para o mundo, numa lista elaborada pelos Estados Unidos.
Pois em 1987, quando a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou, com 129 votos a favor, um apelo para a libertação incondicional de Nelson Mandela, houve três países que votaram contra: os Estados Unidos, cujo presidente na altura era Ronald Reagan, a Grã-Bretanha liderada por Margaret Thatcher e Portugal, cujo primeiro-ministro era Aníbal Cavaco Silva e o presidente da República era Mário Soares. Estes senhores apresentam-se hoje em nossas casas, via televisão, hipocritamente tecendo os mais rasgados elogios e «cantando» loas sobre a personalidade do falecido. Como é possível acreditarmos neles?
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segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Um Partido com passado, presente e futuro

                                         PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS

     
                     DIRECÇÃO DA SUB-REGIÃO DO VALE DO SOUSA E BAIXO TÂMEGA


                      CONVÍVIO COMEMORATIVO DO CENTENÁRIO DE ÁLVARO CUNHAL

                                                                    E

                              DO 96º ANIVERSÁRIO DA REVOLUÇÃO DE OUTUBRO

Decorreu no passado Sábado, dia 7, um Convívio inserido nas Comemorações do
Centenário de Álvaro Cunhal – complementado com uma exposição – e da Revolução de
Outubro, no Centro de Trabalho do PCP em Penafiel.
João Pires, membro do Comité Central do PCP, abriu a sua intervenção com um pequeno
parágrafo alusivo ao recente falecimento de Nelson Mandela destacando a importância
histórica deste grande Homem, seguindo-se o tema político que abarcou duas datas
importantes no nosso ideário comunista - O Centenário de Álvaro Cunhal e a Revolução de Outubro - acontecimentos que marcaram a história da Humanidade e da Sociedade.
Com a presença de 60 militantes e amigos do PCP, realizou-se a seguir um convívio que aliou a História com a fraternidade e solidariedade, características fundamentais neste Partido e nos seus militantes.



                                     
                                      



Patranhas governamentais

Intervenção de Jerónimo de Sousa, Secretário-Geral, Entroncamento, Almoço de Natal da Organização Regional de Santarém

O objectivo do Governo é facilitar os despedimentos


No almoço de Natal, realizado no Entroncamento, o Secretário-Geral, Jerónimo de Sousa, alertou para as notícias de que a troika exige o corte nos salários servirem para o Governo avançar no objectivo de facilitar os despedimentos e transformar o patrão em "juiz em causa própria".
"E se conseguissem o alargamento dos conceitos para despedimentos conseguiriam impor baixos salários e conseguiriam, caso o direito da contratação colectiva fosse liquidado, recuperar facilmente o que parece ser uma vitória, a ideia de que o Governo está contra o corte dos salários”, afirmou.

Para sabermos toda a verdade

Declaração de Jerónimo de Sousa, Secretário-Geral, Lisboa

PCP apresenta proposta de criação de Comissão Parlamentar de Inquérito sobre os ENVC


sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

O discurso da conveniência

Morreu Nelson Mandela - 1918/2013, 95 anos de luta, com prisão, tortura e humilhação pelo meio. Considerado terrorista, só há muito pouco tempo foi "riscado" de uma lista, elaborada pelos EUA, onde constava como "perigoso para a sociedade e para o mundo".


 1987 - Cavaco Silva contra libertação incondicional de Mandela

Para que não se apague da memória dos portugueses, nunca será demais lembrar que, em 1987, quando a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou por 129 votos a favor um apelo para a libertação incondicional de Nelson Mandela houve três países que votaram contra: Estados Unidos, cujo presidente era Ronald Reagan, a Grã-Bretanha cujo primeiro-ministro era Margaret Thatcher e Portugal cujo primeiro-ministro era Aníbal Cavaco Silva e o presidente da República Mário Soares.

Hoje e através da televisão, assistimos às mais hipócritas  palavras de  louvor a Mandela.

Desaparece o lutador, fica o exemplo

Declaração de Jerónimo de Sousa, Secretário-Geral, Lisboa

"Nelson Mandela é um exemplo para a luta dos povos"

Ainda sobre Álvaro Cunhal


                           Uma visita indispensável
Mesmo para aqueles que não comungam, perfilham ou abraçam o ideal comunista, um contacto direto com a Exposição, inserida nas Comemorações do Centenário de Álvaro Cunhal e que está patente ao público no edifício da Alfândega do Porto, representa não somente uma curiosidade, mas, muito mais, constitui um ato de pedagogia para adultos e jovens.
Com efeito e apesar da complexidade da vida e obra do homenageado não caber num espaço insuficiente para abarcar noventa e um anos de atividade, setenta e quatro dos quais de intenso empenhamento político e revolucionário como militante e dirigente do Partido Comunista Português, mas também de profunda reflexão teórica nos planos político, ideológico e estético, reflexão essa consubstanciada em imensas obras literárias, estudos, artigos, conferências, discursos, debates e uma rica produção plástica, foi possível optar por momentos e intervenções particularmente significativos para o conhecimento e compreensão de Álvaro Cunhal, nas suas facetas de homem, comunista, intelectual e artista, deixando, no entanto, por mostrar muitos outros momentos e acontecimentos igualmente relevantes.
Apesar destes constrangimentos, muito pode ser visto e compreendido e, para quem puder fazê-lo, tem também a hipótese de adquirir uma substancial quantidade de obras que seguramente constituirão uma mais-valia para estudo, para recolha de elementos e para transmitir de geração em geração.
O legado de Álvaro Cunhal, o seu pensamento, o seu exemplo, o seu trabalho e o seu contributo na luta revolucionária para a transformação do mundo e para uma sociedade livre da exploração do homem pelo homem, constituem património do seu Partido Comunista Português, mas também dos trabalhadores e do povo português e da causa internacional pela emancipação dos povos, sendo ainda um legado de vida que se projeta na atualidade e no futuro, ao serviços dos trabalhadores e da pátria, pela democracia, o socialismo e o comunismo.
É este no fundo o ideal dos comunistas portugueses, a liberdade de pensar, de escrever, de afirmar e de criar, mas é também o direito à verdade, o direito de colocar os principais meios de produção ao serviço do povo e da pátria e não ao serviço do enriquecimento de alguns poucos para a miséria de muitos, é erradicar a fome, a miséria e o desemprego, é garantir a todos o bem-estar material, o acesso à instrução, à saúde e à cultura, é promover a expansão da ciência, da técnica e da arte, é assegurar à mulher a efetiva igualdade de direitos e condição social e à juventude o ensino, a cultura, o trabalho, o desporto e a alegria de viver, é criar uma vida feliz para as crianças e anos tranquilos para os idosos, é afirmar a independência nacional na defesa intransigente da integridade territorial, da soberania, da segurança e da paz e no direito do povo português a decidir do seu destino.
E é, enfim, a construção em Portugal de uma sociedade verdadeiramente socialista, correspondendo às particularidades nacionais, aos interesses, às necessidades, às aspirações e à vontade do povo português, uma sociedade de liberdade e abundância, em que o Estado e a política estejam inteiramente ao serviço da população e onde o poder político não esteja subordinado ao poder económico, para que, parafraseando Álvaro Cunhal, «vida fora, todos realizem os seus sonhos».