sábado, 27 de agosto de 2016

Fidelidade aos compromissos com os trabalhadores e o povo

JERÓNIMO DE SOUSA VISITA FEIRA DE GRÂNDOLA

Não abdicamos do caminho de reposição de direitos e rendimentos

Não abdicamos do caminho de reposição de direitos e rendimentos
Jerónimo de Sousa afirmou que o PCP não abdica do caminho de reposição de direitos e rendimentos, de salvaguarda de salários, de reformas, de pensões, de serviços públicos.
Temos uma preocupação latente com estas ameaças permanentes, esta chantagem, esta posição crispada dos círculos decisórios da UE, que não gostam da solução política encontrada e que procurarão travar este caminho de reposição de direitos e de justiça social sublinhou o Secretário-Geral durante uma intervenção no jantar com militantes e apoiantes do PCP, na Feira de Agosto, em Grândola.

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

NOTA DO SECRETARIADO DO COMITÉ CENTRAL DO PCP

Faleceu Silas Cerqueira

Faleceu Silas Cerqueira
Membro do Partido Comunista Português desde a década de cinquenta e destacado activista do Movimento da Paz, faleceu ontem aos 86 anos, Silas Coutinho Cerqueira.
Silas Cerqueira foi um incansável combatente anti-fascista, participou no MUD Juvenil e no Movimento da Oposição Democrática, nomeadamente na campanha eleitoral de 1958, momento em que foi preso pela PIDE pela segunda vez.
Em finais dos anos cinquenta radicou-se em França onde se tornou investigador na área das Ciências Sociais e aí prosseguiu uma diversificada actividade política unitária tendo sempre como principal referência a situação em Portugal. Simultâneamente empenhou-se na solidariedade com outros povos, com destaque para o povo do Vietname, em luta contra a agressão do imperialismo norte-americano, e os povos submetidos ao jugo colonial português e respectivos movimentos de libertação nacional. Participou activamente na luta contra a repressão fascista e pela libertação dos presos políticos portugueses.
De regresso a Portugal com a Revolução de Abril, Silas Cerqueira, revelando profundo conhecimento da evolução da situação internacional, dedicou-se com grande empenho ao movimento da paz e da solidariedade participando no relançamento e institucionalização do Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) e no estreitamento das suas relações com o Conselho Mundial da Paz e outras organizações unitárias internacionais, como a Organização de Solidariedade com os Povos de África e Ásia.
Sob o impulso da Revolução de Abril e com a sua activa contribuição, tiveram lugar em Portugal importantes Conferências Internacionais de Solidariedade como a “Conferência Mundial de Solidariedade com o Povo Árabe e a sua Causa Central: a Palestina” em que participou a OLP como única e legítima representante do povo palestiniano, a “Conferência Internacional de Solidariedade com os Estados da Linha da Frente” que teve importante papel na luta dos povos da África Austral pela liquidação do apartheid, e outras iniciativas marcantes como a Conferência de solidariedade com a Revolução Sandinista da Nicarágua.
Desempenhou um papel de relevo na luta pelo desarmamento, em particular o desarmamento nuclear em que é de destacar o Movimento ZLAN, Zonas Livres de Armas Nucleares, envolvendo numerosos municípios portugueses.
Silas Cerqueira foi membro da Direcção do Conselho Português para a Paz e Cooperação durante dezenas de anos e integrava actualmente a sua Presidência. Era também membro da Direcção Nacional do Movimento Pelos Direitos do Povo Palestiniano e Pela Paz no Médio Oriente, MPPM, de que foi um dos fundadores.
Intelectual prestigiado, Silas Cerqueira interveio como conferencista em numerosas iniciativas, tendo-se licenciado em ciências histórico-filosóficas pela Universidade de Coimbra, especializou-se em ciências políticas e relações internacionais na Universidade de Paris. Foi professor da Universidade do Minho na área das ciências políticas e leccionou em Angola no quadro da solidariedade com o MPLA.
O PCP manifesta o seu pesar pelo falecimento do camarada Silas Cerqueira e expressa à sua família sentidas condolências.
O PCP informa que o velório terá lugar a partir de Quarta-feira na Casa da Paz (sede do CPPC) e que o funeral de Silas Cerqueira se realizará na Quinta-feira, pelas 17h00, no Cemitério do Alto de São João.

Apresentação do programa integral da Festa do «Avante!» 2016



Jerónimo de Sousa recebe José Ramón Balaguer




Jerónimo de Sousa recebe José Ramón Balaguer
Jerónimo de Sousa, Secretário-Geral do PCP, recebeu o camarada José Ramón Balaguer, Secretário das Relações Internacionais do Comité Central do Partido Comunista de Cuba que, após ter representado o PCC no VII Congresso do MPLA, realizado em Luanda, passou em trânsito por Lisboa no seu regresso a Cuba.
Durante o encontro, que decorreu de forma amistosa e fraternal, os dois Partidos tiveram a oportunidade de trocar opiniões sobre importantes aspectos da complexa situação internacional, da situação nos respectivos países, assim como sobre o necessário reforço e cooperação entre os comunistas e outras forças progressistas e anti-imperialistas no mundo, tendo sido sublinhados os estreitos laços de amizade que caracterizam as relações entre os dois Partidos. Durante o encontro, o PCP reiterou a sua profunda solidariedade e confiança com a Revolução cubana.
Estiveram ainda presentes no encontro Carmelina Ramirez, funcionaria do Comité Central do PCC, Johana Tablada, Embaixadora de Cuba em Portugal, Melne Martinez, Primeiro Secretário da Embaixada de Cuba, assim como Pedro Guerreiro, membro do Secretariado e responsável da Secção Internacional do PCP.

domingo, 21 de agosto de 2016

Jerónimo de Sousa visita área ardida em Gondomar

Jerónimo de Sousa visita área ardida em Gondomar
Uma delegação do PCP, que contou com a presença do Secretário-Geral, visitou hoje a zona de Ramalho, em São Pedro da Cova, concelho de Gondomar. Um concelho que nos passados dias de 5 a 11 de Agosto viu os incêndios atingir várias Freguesias, Melres, São Pedro da Cova, Jovim, Valbom e Foz do Sousa, obrigando ao corte da autoestrada A43, a destruição de uma casa de habitação e avultados prejuízos com a destruição de quase 1500 hectares de floresta.
Na visita e em declaração à imprensa, Jerónimo de Sousa considerou que o desinvestimento, desordenamento, falta de limpeza das matas, escassez dos meios permanentes e dos meios especiais de combate aos fogos como causas profundas dos fogos florestais. Mas apontou como causas mais determinantes a ausência de políticas de apoio ao desenvolvimento da agricultura, aos pequenos e médios agricultores e produtores florestais, o sistemático afrontamento das comunidades dos baldios, a destruição da agricultura familiar, a desertificação do interior incentivadas por falta de actividade produtiva com garantia de rendimento para os produtores, a eliminação de serviços públicos (em particular, escolas e serviços de saúde) e que se acentuaram no mandato do anterior Governo PSD/CDS, a aprovação da chamada Lei da Eucaliptização - que levou ao aumento significativo das áreas de eucalipto plantadas-, a aprovação de uma nova lei dos baldios visando a sua expropriação aos povos e o desvio de mais de 200 milhões de euros do PRODER para outras áreas.
O Secretário-Geral assinalou várias medidas que o PCP considera que são necessárias tomar:
- O ordenamento e limpeza da floresta, contrariando a monocultura, plantação de espécies tradicionais e combate às infestantes, combate à hegemonia do eucalipto – a espécie que ocupa mais área no País à frente do Pinheiro Bravo e do Sobreiro –, abertura de caminhos rurais e aceiros, valorização da agricultura e da pastorícia, ocupação do espaço rural e concretização do cadastro. Para tanto é necessário que o Governo desbloqueie meios do PDR 2020 e do Orçamento do Estado, designadamente do Fundo Florestal Permanente;
- As Garantia de um preço justo pela madeira que se mantém a níveis semelhantes aos de há dez anos atrás, apesar dos custos de produção aumentarem, sendo necessária intervenção pública para contrariar práticas abusivas do domínio do mercado;
- O Apoio ao dispositivo de intervenção, designadamente de sapadores florestais - que deveria contar com 500 equipas em 2012, e que apenas dispõe de 283 –, bem como a retoma do Corpo de Guardas Florestais, que o PCP propôs na anterior legislatura, reforço das estruturas do Ministério da Agricultura, para apoiar pequenos proprietários que detêm a maioria da área florestal e que é necessário respeitar. Renovar frotas, valorizar o pagamento às Equipas de Combate a Incêndios Florestais, investir em equipamento tecnologicamente avançado e em maior disponibilidade de meios humanos, tendo presente que muitas corporações de bombeiros viram os seus efectivos migrar.
Considerando que são necessárias medidas imediatas com vista a reforçar os meios de emergência e combate, tendo em conta que estamos ainda em Agosto,
o levantamento dos prejuízos e o accionamento de medidas de excepção para acudir às famílias, a equipamentos, actividades económicas, designadamente, à agricultura.
Jerónimo de Sousa lembrou ainda que o PCP tem apresentado inúmeras iniciativas na Assembleia da República sobre a matéria e que tudo isto é, em geral, consensual na época dos fogos, e a Assembleia da República aprovou mesmo, em 2014, por unanimidade uma Resolução com 53 medidas para assegurar maior eficácia na prevenção e combate aos fogos, que o Governo PSD/CDS ignorou.

O Orçamento de Estado para 2017

"Em relação ao futuro do Orçamento e do Governo ele será tanto mais duradouro conforme responder aos anseios, às necessidades e aos direitos dos trabalhadores e do povo português" afirmou Jerónimo de Sousa na intervenção realizada no jantar convívio Condeixa-a-Nova.
Fazendo uma análise à situação política actual o Secretário-Geral sublinhou que "os reformados e pensionistas, que viram a sua reforma congelada durante anos, agora que foi descongelada não houve aumento. Então esta é uma batalha importante a travar para nós".
Jerónimo de Sousa valorizou ainda a realização do jantar em Condeixa-a-Nova, considerando um sinal do reforço do PCP no concelho.

sábado, 20 de agosto de 2016

VII Congresso do MPLA

PCP presente no VII Congresso do MPLA

PCP presente no VII Congresso do MPLA
A convite do MPLA, o PCP está presente no VII Congresso deste Partido, sendo representado por Rui Fernandes, membro da Comissão Política. PCP foi convidado a intervir perante os delegados do Congresso.
Na sua intervenção o PCP sublinhou «que a actual situação internacional, marcada pelo aprofundamento da crise estrutural do capitalismo e pela ofensiva agressiva do imperialismo, coloca grandes desafios e exigências aos povos e aos Estados que afirmem a sua soberania e direito ao seu desenvolvimento», sendo «motivo de grande preocupação a escalada de operações de ingerência, desestabilização e agressão promovidas pelos Estados Unidos, a NATO e a União Europeia contra Estados soberanos, como no Médio Oriente, em África e na Ásia Central, com o objectivo de impor relações de domínio político e económico, de domínio neocolonial». Neste sentido, o PCP sublinhou a importância da luta pela paz, pela soberania e independência nacionais, pelo progresso social e a cooperação, assim como a exigência do «fortalecimento e alargamento de uma ampla frente anti-imperialista que inverta o actual curso das relações internacionais e torne possível uma nova ordem internacional livre de relações de exploração e opressão nacional, mais pacifica, mais equitativa e mais justa».
O PCP expressou ainda o seu interesse em «acompanhar os importantes desafios que se colocam a Angola e ao seu povo» e em «aprofundar o seu conhecimento sobre as linhas orientadoras, prioridades e projectos com vista à continuação da reconstrução e do desenvolvimento económico e social de Angola, assim como das medidas e iniciativas em que o MPLA está empenhado para responder a necessidades do povo angolano, nomeadamente as colocadas pela difícil situação decorrente da baixa do preço do petróleo», «no ultrapassar de problemas e dificuldades, assim como em salvaguardar a paz tão duramente conquistada em 2002».
O PCP recordou ainda a sua solidariedade com o povo angolano «na sua longa luta pelo fim do colonialismo português, pelo fim da agressão do regime do apartheid da África do Sul, pelo fim da ingerência do imperialismo e da acção criminosa da UNITA, pela conquista da paz, pela reconstrução do seu país». Reafirmando os princípios que sempre caracterizaram o seu posicionamento, o PCP reafirmou a sua «solidariedade com o povo angolano e o MPLA na defesa da soberania, da integridade territorial, da unidade e da independência de Angola, da paz, dos direitos e do progresso social do povo angolano, rejeitando operações de desestabilização contra Angola e o seu povo, considerando que cabe ao povo angolano decidir soberanamente do seu presente e futuro, liberto de quaisquer ingerências externas».
Relativamente à sua intervenção em Portugal, o PCP apontou «a sua luta em defesa dos direitos e interesses dos trabalhadores e povo português, da soberania e independência nacional, por uma efectiva ruptura com a política de direita e por uma alternativa patriótica e de esquerda, que abra caminho a uma democracia avançada que afirme os Valores da Revolução de Abril no futuro de Portugal e aponte como perspectiva o socialismo».
Por fim e sublinhando os percursos diferenciados e as realidades distintas em que os dois partidos intervêm, o PCP formulou o seu desejo de que o VII Congresso do MPLA «represente um contributo para a construção de um futuro melhor e a concretização das aspirações do povo angolano» e de «prosseguir e desenvolver as relações históricas que unem os nossos dois partidos e de contribuir para o estreitamento dos laços de amizade e cooperação entre Portugal e Angola e entre o povo português e povo angolano».

O processo de nomeação da administração da CGD e as decisões do BCE

O flagelo dos incêndios


          
                                          PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS
                                                 Comissão Concelhia de Baião
                                                       Tlms 963054425 - 963766179
                                                                           Aos Baionenses
O panorama, de norte a sul do continente e na Região Autónoma da Madeira, é pura e simplesmente devastador, não somente pela perda de vidas humanas, a existência de feridos graves e a ruína para muitas pessoas que ficaram sem casa e haveres, mas também pelos elevados prejuízos para a economia do País resultantes dos fogos até agora ocorridos, com todas as consequências sociais e ambientais daí resultantes.
Há anos que o discurso governamental tem primado por garantias de preparação para o combate com utilização de meios humanos e materiais julgados como suficientes e também por uma cuidada prevenção.

Aconteceu, porém, pelo menos até ao presente, uma rotunda falha de todos estes projectos, pois nem os meios humanos têm sido suficientes, nem os meios materiais, nomeadamente os aéreos, podem ser considerados quantitativamente os mais adequados para o ataque aos fogos florestais. São conhecidas as dificuldades existentes na manutenção da frota aérea de combate a incêndios, assim como a possibilidade de algumas «negociatas» pouco transparentes vindas a lume sobre este assunto, denunciando mais uma vez permeabilidade de algumas entidades privadas mal escolhidas para o efeito, ou seja, nem agora a corrupção nos larga.

Sendo certo que se torna imprescindível uma aposta decidida na prevenção, não é menos correcto afirmar a exigência duma verdadeira política de protecção civil, movida por um sistema eficaz e capazmente financiado, a par do reordenamento florestal e o apoio à agricultura, medidas há anos solicitadas pelo PCP que propõe ainda a valorização dos recursos florestais no respeito pelas diferentes realidades sociais existentes na floresta, nomeadamente a pequena propriedade e a propriedade comunitária, contribuindo assim para travar o abandono e fixar as populações.
As condições actuais, não sendo de forma alguma aceitáveis, levam-nos, num elementar acto de justiça, a louvar a prestação dos bombeiros, os quais, num combate realizado duramente e com enorme dificuldade, têm dado o melhor de si próprios para debelar os fogos e socorrer as populações, num denodado esforço quantas vezes inglório e mesmo frustrante.

A elevada carga de biomassa existente nas matas e as políticas existentes, como a aprovação pelo anterior governo PSD/CDS da chamada Lei da Eucaliptização, que levou ao aumento significativo das áreas de eucalipto plantadas, de uma nova lei dos baldios visando a sua expropriação aos povos e com o desvio de mais de 200 milhões de euros do PRODER para outras áreas, tornam impossível controlar o fogo recorrendo apenas ao seu combate e por outro lado, não tem havido uma acção correctiva sensata em relação ao incendiário doente, sem medidas adequadas de tratamento e internamento, mas também ao incendiário não doente e seus mandantes, para os quais falta a intervenção necessária e eficaz da justiça penal.    
                                                      Baião, Agosto de 2016
PCP-UM PARTIDO DE PRINCÍPIOS E CONVICÇÕES AO SERVIÇO DO POVO PORTUGUÊS
             
                                                                        

terça-feira, 16 de agosto de 2016

DECLARAÇÃO DE JOÃO FRAZÃO, MEMBRO DA COMISSÃO POLÍTICA DO COMITÉ CENTRAL, CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

Sobre fogos florestais

Sobre fogos florestais
I - O PCP manifesta a sua solidariedade para com as populações atingidas pelos incêndios dos últimos dias, e o apreço pelo incansável trabalho que milhares de bombeiros e outros intervenientes realizam para minimizar os seus efeitos.
Milhares de hectares de floresta ardida, dezenas de anos de trabalho e investimento perdidos em poucos minutos, habitações, edifícios públicos, culturas agrícolas, gados, armazéns, e outras instalações agrícolas e industriais destruídas. Vidas humanas perdidas. Recorde-se que, no balanço da última década, os incêndios florestais deixaram no País um rasto de destruição expresso em mais de um milhão de hectares de área ardida.
II - O PCP há muito que vem alertando para as causas deste flagelo: desinvestimento, desordenamento, falta de limpeza das matas, escassez dos meios permanentes e dos meios especiais de combate aos fogos, mas aponta como causas mais determinantes a ausência de políticas de apoio ao desenvolvimento da agricultura, aos pequenos e médios agricultores e produtores florestais, o sistemático afrontamento das comunidades dos baldios, a destruição da agricultura familiar, a desertificação do interior incentivadas por falta de actividade produtiva com garantia de rendimento para os produtores, a eliminação de serviços públicos (em particular, escolas e serviços de saúde) e que se acentuaram no mandato do anterior Governo PSD/CDS, com a aprovação da chamada Lei da Eucaliptização, que levou ao aumento significativo das áreas de eucalipto plantadas, com a aprovação de uma nova lei dos baldios visando a sua expropriação aos povos, ou com o desvio de mais de 200 milhões de euros do PRODER para outras áreas.
O PCP reitera hoje o que vem afirmando há décadas.
O problema dos incêndios florestais só pode ser resolvido com uma efectiva política de ordenamento florestal, contrariando as extensas monoculturas, de limpeza da floresta, de plantação de novas áreas de floresta tradicional, combatendo a hegemonia do eucalipto – que passou a ser a espécie que ocupa mais área no País, à frente do pinheiro bravo e do sobreiro –, de abertura de caminhos rurais e aceiros, de valorização da agricultura e da pastorícia, de ocupação do espaço rural.
Ordenamento assente num rigoroso cadastro da floresta portuguesa, indispensável para caracterizar com rigor a nossa floresta, os seus principais constrangimentos e os seus proprietários que, apesar de sucessivamente anunciado, não tem saído do papel ou das experiências piloto.
É também indispensável uma acção de combate decidido às espécies infestantes que proliferam pela nossa floresta e que hoje se tornaram dominantes em algumas áreas do País.
Ordenamento que só resultará se se garantir aos produtores um preço justo pela madeira que, por acção do autêntico monopólio do eucalipto e da pasta de papel, se mantém a níveis semelhantes aos de há dez anos atrás, apesar dos custos de manutenção encarecerem a cada dia que passa.
Ordenamento que terá que contar, por um lado, com um dispositivo permanente de equipas de sapadores florestais, que, segundo o Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios deveria contar com 500 equipas em 2012, e que hoje apenas dispõe de 283, tendo mesmo havido uma redução nos últimos anos. Equipas que, pela sua agilidade e ligação aos pequenos proprietários florestais, pudessem prestar o importante serviço de limpeza de matas e prevenção no Inverno e de protecção e primeira intervenção no Verão. Por outro lado, como o PCP propôs na anterior legislatura, é ainda necessário retomar o Corpo de Guardas Florestais, integrado numa política de reforço das estruturas desconcentradas do Ministério da Agricultura, capazes de assegurar o acompanhamento, aconselhamento e apoio aos pequenos proprietários que detêm a esmagadora maioria da área florestal e que é necessário respeitar na sua especificidade.
III - Entretanto, os últimos dias foram particularmente trágicos. Contrariando a precipitada avaliação dos fogos florestais, feita em meados do mês de Julho, pouco mais de 15 dias bastaram para mostrar, uma vez mais, o triste cenário de um país a arder com o cortejo de prejuízos ambientais, materiais e dramas humanos que lhes são inerentes. Assistimos a centenas de ocorrências diárias e com uma incidência de extrema gravidade em várias regiões do País e, particularmente na cidade do Funchal, na Região Autónoma da Madeira, onde há mesmo a lamentar a perda de vidas humanas, para além da destruição de habitações, escolas, evacuação de hospitais, entre outros avultados prejuízos. A situação de autêntica catástrofe que ali existe, exige medidas excepcionais a que é necessário dar prioridade inequívoca.
IV - O PCP considera necessária uma enérgica e imediata intervenção do Governo com vista a assegurar o reforço dos meios de emergência e de combate, tendo em conta que estamos ainda no início do mês de Agosto; o levantamento imediato de todos os prejuízos; o accionamento de medidas de excepção tendo em conta a gravidade da situação criada, para acudir em primeiro lugar às famílias atingidas, mas também aos equipamentos, às actividades económicas e, designadamente, à agricultura.
O PCP chama particularmente a atenção para a necessidade de reforço da cooperação técnica e financeira entre o Governo da República e o Governo Regional da Madeira para dar resposta àquela situação excepcional.
Importará ainda que o Governo desbloqueie os meios do PDR 2020 e do Orçamento do Estado, designadamente do Fundo Florestal Permanente, que o anterior Governo manteve sempre sob uma gestão opaca, para que sejam realizados os investimentos necessários.
Deve também prosseguir a renovação de frotas, a valorização do pagamento às Equipas de Combate a Incêndios Florestais, mais investimento em equipamento tecnologicamente mais avançado, em equipamentos terrestres e aéreos e em maior disponibilidade de meios humanos, tendo presente as dificuldades de muitas corporações de bombeiros, uma vez que, por força da situação social e do desemprego, muitos dos seus efectivos tiveram de migrar.
Estes são elementos que se confirmam como necessários, para aliar à coragem, dedicação e abnegação de milhares de homens e mulheres que, com risco das próprias vidas enfrentam este flagelo nacional.
V - O PCP que interveio junto do Governo sobre esta matéria, e que, nos próximos dias procurará conhecer com maior rigor as diversas situações no país, estando já agendada para a próxima sexta feira uma deslocação de um Deputado do Parlamento Europeu à Madeira, dirigiu já hoje duas perguntas ao PE com o objectivo de mobilizar todos os apoios possíveis para as consequências dos incêndios e designadamente para a Madeira, e intervirá esta tarde, na Conferência de Líderes da Assembleia da República com o objectivo de que esta matéria seja tratada com prioridade para que seja criado um grupo de trabalho de acompanhamento para, com a maior brevidade possível, fazer com o Ministério da Administração Interna o ponto da situação e avaliar as medidas tomadas e a tomar.
Outra política agrícola, outra política florestal, definição da defesa da floresta portuguesa como prioridade da acção política, a par da ajuda imediata às populações atingidas, são medidas pelas quais o PCP não cansará de levantar a sua voz. Uma opção que é inseparável da exigência de uma outra política, patriótica e de esquerda, que em vez de se subordinar aos interesses dos grupos económicos e financeiros, responda aos problemas e aspirações do povo e do País.

Reposição de direitos roubados

"Tem que continuar esta linha de devolução e de reposição de direitos"

O Secretário-Geral esteve no Algarve em duas iniciativas realizadas em Monte Gordo e Lagos. Na sua intervenção no convívio de verão no Parque de Merendas de Monte Gordo, Jerónimo de Sousa sublinhou vai ser necessário "responder em primeiro lugar à complexidade da situação politica e social, que continua numa linha de agravamento em várias áreas, resultantes particularmente destes constrangimentos e condicionamentos externos".
Jerónimo de Sousa afirmou que "nós queremos dizer que tem que continuar esta linha de devolução, de reposição de direitos, de respeito pelos salários, de aumentos das pensões e reformas. Esta é a linha e não qualquer linha que passe pela cabeça do Governo de voltar à política de austeridade e à política que PSD e CDS defendem" e que foi rejeitado em 4 de Outubro pela maioria do povo português.
"Mas isto leva a um aumento da responsabilidade do actual governo PS, que é o de saber se soçobra perante as pressões de direita da União Europeia ou se connosco procura soluções duradouras de reposição de direitos, de salários, de respeito pela esperança, pelo sentimento que os portugueses têm de que é possível, no seu país, terem uma vida melhor, não terem de recorrer à emigração", reiterou.

Um revolucionário histórico

Mensagem de Jerónimo de Sousa a Fidel Castro

Mensagem de Jerónimo de Sousa a Fidel Castro
Por ocasião do 90º aniversário de Fidel Castro, Jerónimo de Sousa, Secretário-Geral do Partido Comunista Português, enviou uma mensagem ao líder histórico da Revolução cubana onde valoriza a sua «vida de revolucionário e comunista inteiramente dedicada à luta pela liberdade, soberania e progresso social do seu povo e à causa libertadora dos trabalhadores e dos povos de todo o mundo», transmitindo-lhe «como expressão de grande apreço e admiração, as felicitações dos comunistas portugueses, com os votos de que continue a dar à causa da paz, amizade e solidariedade dos povos da América Latina e Caraíbas e no plano mundial o seu valioso contributo».
Jerónimo de Sousa sublinhou ainda que «a Revolução cubana e a construção em Cuba de uma sociedade socialista representa muito para o mundo» e reafirmou a «fraternal amizade e activa solidariedade do Partido Comunista Português para com a acção heróica dos comunistas e do povo cubanos em defesa da soberania da sua pátria e no prosseguimento da sua revolução socialista e pelo fim do criminoso bloqueio imperialista».

Sobre os recentes desenvolvimentos no sector bancário

Uma figura marcante do desporto nacional

PCP endereça condolências pelo falecimento de Mário Moniz Pereira

PCP endereça condolências pelo falecimento de Mário Moniz Pereira
O PCP endereçou hoje condolências à família do professor Mário Moniz Pereira, sublinhando a “figura marcante do atletismo e do desporto nacionais, Doutor Honoris Causa pela Universidade de Lisboa, personalidade reconhecida pela dimensão e valores culturais, éticos e humanistas que marcaram o seu percurso de vida e profissional”.

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Um monstruoso crime contra a humanidade

NOTA DO GABINETE DE IMPRENSA DO PCP

Hiroshima nunca mais!

Hiroshima nunca mais!
O dia 6 de Agosto de 1945 é uma data que as forças progressistas e amantes da paz de todo o mundo assinalam, para que se não perca a memória desse monstruoso crime que foi o lançamento da primeira bomba atómica sobre a cidade japonesa de Hiroshima (e três dias depois sobre Nagasaki) e retirar dessa tragédia, que provocou milhares de mortos e sofrimento que perdura até hoje, ensinamentos para a luta contra o militarismo e contra a guerra e pelo desarmamento nuclear.
É necessário defender a verdade histórica, combater todas e quaisquer tentativas de justificar o recurso à arma atómica, desmistificar o falso argumento de que a sua utilização foi necessária para derrotar o Japão pois este se encontrava já derrotado, responsabilizar o imperialismo norte-americano por um crime que apenas visou afirmar o poderio e os objectivos hegemónicos dos EUA no plano mundial.
É necessário não esquecer que as raízes da guerra e das suas trágicas consequências residem no poder dos monopólios e no ilimitado apetite explorador e predador do capital financeiro e especulativo, e alertar para os grandes perigos que pairam sobre a Humanidade em resultado do crescimento de forças xenófobas e fascistas, do militarismo, da multiplicação de focos de tensão, de desestabilização e de guerras de agressão imperialistas, numa situação em que a chamada “guerra ao terrorismo” está a ser utilizada como cobertura para o ataque a liberdades e direitos fundamentais, o aumento das despesas militares e a ingerência nos assuntos internos de países soberanos.
Neste quadro geral é motivo da maior preocupação a escalada agressiva do imperialismo bem patente na Síria, Médio Oriente e Norte de África, nas decisões da recente cimeira da NATO realizada em Varsóvia, numa “política de segurança e defesa comum” da União Europeia cada vez mais articulada com os EUA e a NATO, na corrida aos armamentos na região Ásia Pacífico com intensa actividade militar norte-americana, o reforço do tratado nipo-norte-americano e o relançamento do militarismo e do intervencionismo japonês. Particularmente inquietante, porque envolvendo cenários de guerra e a admissão do recurso à arma nuclear, é a instalação pelos EUA e NATO de sistemas anti-míssil no Leste da Europa e na Península da Coreia, junto às fronteiras da Federação Russa e da República Popular da China.
Lembrar Hiroshima e Nagasaki é pois lutar para que jamais uma tal tragédia volte a acontecer. É intensificar a luta contra o fascismo e contra a guerra, contra a política agressiva do imperialismo, pela dissolução da NATO, pela solução política dos conflitos com respeito pela soberania dos povos, pelo desarmamento e em primeiro lugar pelo desarmamento nuclear. É unir todas as forças, que possam ser unidas, na luta pela paz e para afastar definitivamente do horizonte o perigo de holocausto nuclear.
Nunca como hoje a luta pelo progresso social e a paz esteve tão ligada com a luta pela soberania dos Estados e o direito de cada povo à livre escolha do seu caminho de desenvolvimento. Em Portugal o PCP continuará a intervir com determinação para libertar o País dos constrangimentos externos que comprometem a sua soberania, contra as imposições e chantagens da União Europeia, contra o envolvimento do País em operações de agressão a outros povos, por uma política externa e de defesa de brio patriótico e, no cumprimento da própria Constituição da República Portuguesa, de paz, amizade e cooperação com todos os povos do mundo.

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Sobre os recentes desenvolvimentos no sector bancário

Sobre deslocação de membros do Governo a convite da Galp

A Ria Formosa e as demolições ilegais

PERGUNTA ESCRITA À COMISSÃO EUROPEIA DE JOÃO PIMENTA LOPES NO PARLAMENTO EUROPEU

Sobre a intenção de demolições de habitações na Ria Formosa



Ria Formosa reveste-se de grande importância do ponto de vista económico, social, cultural e natural, estando intimamente ligada à vida, cultura e tradições das populações locais, em particular dos concelhos de Faro, Loulé, Olhão, Tavira e Vila Real de Santo António. As ilhas barreira que delimitam o sistema lagunar a sul, têm vários núcleos urbanos cujo valor social, económico e cultural deve ser igualmente reconhecido.
A coberto de uma suposta defesa dos valores naturais, sucessivos governos procuraram expulsar as comunidades locais das ilhas-barreira da Ria Formosa, assim como limitar ou eliminar o direito das populações à utilização dessas ilhas-barreira. Mantém-se a intenção de demolição das habitações aí existentes, facto que tem vindo a suscitar a mobilização e oposição das populações ali residentes. O objectivo não declarado, a entrega deste valioso património natural à exploração por grandes interesses privados.
Pergunto à Comissão:
1. Conhece a mobilização de fundos da UE, no passado ou futuro, para financiar acções de demolição de habitações nas ilhas barreira?
2. Podem esses fundos ser direccionados para outras intervenções destinadas à melhoria da qualidade ambiental da Ria e da melhoria da sua dinâmica hidrológica e sedimentar?
3. Conhece a apresentação de candidaturas a fundos da UE para o financiamento de projectos turísticos de implantação nas ilhas-barreira?