sábado, 20 de agosto de 2016

O flagelo dos incêndios


          
                                          PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS
                                                 Comissão Concelhia de Baião
                                                       Tlms 963054425 - 963766179
                                                                           Aos Baionenses
O panorama, de norte a sul do continente e na Região Autónoma da Madeira, é pura e simplesmente devastador, não somente pela perda de vidas humanas, a existência de feridos graves e a ruína para muitas pessoas que ficaram sem casa e haveres, mas também pelos elevados prejuízos para a economia do País resultantes dos fogos até agora ocorridos, com todas as consequências sociais e ambientais daí resultantes.
Há anos que o discurso governamental tem primado por garantias de preparação para o combate com utilização de meios humanos e materiais julgados como suficientes e também por uma cuidada prevenção.

Aconteceu, porém, pelo menos até ao presente, uma rotunda falha de todos estes projectos, pois nem os meios humanos têm sido suficientes, nem os meios materiais, nomeadamente os aéreos, podem ser considerados quantitativamente os mais adequados para o ataque aos fogos florestais. São conhecidas as dificuldades existentes na manutenção da frota aérea de combate a incêndios, assim como a possibilidade de algumas «negociatas» pouco transparentes vindas a lume sobre este assunto, denunciando mais uma vez permeabilidade de algumas entidades privadas mal escolhidas para o efeito, ou seja, nem agora a corrupção nos larga.

Sendo certo que se torna imprescindível uma aposta decidida na prevenção, não é menos correcto afirmar a exigência duma verdadeira política de protecção civil, movida por um sistema eficaz e capazmente financiado, a par do reordenamento florestal e o apoio à agricultura, medidas há anos solicitadas pelo PCP que propõe ainda a valorização dos recursos florestais no respeito pelas diferentes realidades sociais existentes na floresta, nomeadamente a pequena propriedade e a propriedade comunitária, contribuindo assim para travar o abandono e fixar as populações.
As condições actuais, não sendo de forma alguma aceitáveis, levam-nos, num elementar acto de justiça, a louvar a prestação dos bombeiros, os quais, num combate realizado duramente e com enorme dificuldade, têm dado o melhor de si próprios para debelar os fogos e socorrer as populações, num denodado esforço quantas vezes inglório e mesmo frustrante.

A elevada carga de biomassa existente nas matas e as políticas existentes, como a aprovação pelo anterior governo PSD/CDS da chamada Lei da Eucaliptização, que levou ao aumento significativo das áreas de eucalipto plantadas, de uma nova lei dos baldios visando a sua expropriação aos povos e com o desvio de mais de 200 milhões de euros do PRODER para outras áreas, tornam impossível controlar o fogo recorrendo apenas ao seu combate e por outro lado, não tem havido uma acção correctiva sensata em relação ao incendiário doente, sem medidas adequadas de tratamento e internamento, mas também ao incendiário não doente e seus mandantes, para os quais falta a intervenção necessária e eficaz da justiça penal.    
                                                      Baião, Agosto de 2016
PCP-UM PARTIDO DE PRINCÍPIOS E CONVICÇÕES AO SERVIÇO DO POVO PORTUGUÊS
             
                                                                        

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