quinta-feira, 31 de março de 2016

O ódio paira no ar europeu

                                              
Não pode haver relativismo quanto à condenação dos atentados terroristas que continuam a assolar as vidas de cidadãos europeus, africanos e asiáticos, assim como não pode existir qualquer espécie de preconceito relativamente à denúncia da origem de toda esta situação 
que radica essencialmente na falta de respeito por estados soberanos, religiões e culturas diferentes das nossas, na insana procura de hegemonismo, na rapina de recursos naturais, e na conquista de posições geoestratégicas, ou seja, no terrorismo de estado.
Pertencemos a um continente que marcou globalmente, pela positiva e também negativamente, a vida de gerações de povos, mas com a sua mística europeia os portugueses constituíram um exemplo ao saberem cultivar a miscigenação, bem patente no carácter luso espelhado nos cinco continentes.
O presidente dos Estados Unidos, de visita a Cuba, onde testou a dignidade do povo cubano, fez promessas que sabe não poder cumprir, mas preferiu enlear-se na narrativa dos direitos humanos, simulando esquecer que tem sido a política externa estado unidense a maior causadora dos conflitos que actualmente preocupam a humanidade, não se vislumbrando no horizonte uma forte vontade política para arrepiar caminho, com a agravante da União Europeia seguir incondicionalmente o exemplo desastroso trilhado pelas políticas belicistas e expansionistas do império que nos estão a conduzir para patamares de assustadora insegurança ao nível global e a contribuir para uma imparável onda de refugiados que nos batem à porta e não podemos ignorar, apesar dos muros da vergonha erguidos por alguns países e de outros constrangimentos em preparação.
Os líderes europeus apressam-se nas condenações indignadas, os comentadores seguem-
lhes o rasto e nos debates aumenta o coro sancionatório hipócrita e preconceituoso em que todos se enredam num círculo vicioso, incapazes de reconhecerem a origem desta situação que nos está a lançar para o caos, mas não tiveram a mesma atitude quando assistiram e apoiaram a invasão do Iraque e as intervenções na Líbia, Afeganistão, Somália, Sudão, Iémen, Mali e agora da Síria, nem tão pouco abrem a boca para o posicionamento da Arábia Saudita, regime arcaico e feudal, aliado dos Estados Unidos que, juntamente com a França, proporcionam o material bélico necessário às aventuras de hoje e de ontem, que têm dizimado atrozmente o heróico povo palestiniano, por exemplo, com a prestimosa ajuda do regime sionista de Israel e estão a contribuir para o alastramento da guerra na Síria, onde já opera no contrabando petrolífero o regime turco, membro da NATO.
Se a esta maléfica panóplia acrescentarmos o apoio da União Europeia ao regime pró nazi da Ucrânia, então somos levados a acreditar que estão a ser criadas as condições para um conflito mais alargado cujo desfecho se torna cada vez mais imprevisível.     
No entanto e por cá, alguma luz pareceu surgir nesta falta de denúncia das origens destes acontecimentos, não sabemos se com carácter de continuidade, quando, via comunicação social na RTP e no jornal das vinte horas do dia 22 do corrente, tivemos oportunidade de ouvir pela primeira vez um alto responsável militar e um jornalista especializado em questões internacionais, convidados a discorrer sobre esta preocupante situação, os quais lançaram algumas pistas verosímeis sobre os fundamentos da onda de insegurança dos dias de hoje e desassombradamente entreabriram o livro da denúncia das políticas hegemónicas e militaristas. 
Não podemos esquecer que o terrorismo serve sempre as estratégias e os interesses mais reaccionários e sinistros e é inseparável das políticas de exploração e opressão, assim como não devemos ignorar os perigos da instrumentalização de genuínos sentimentos de indignação que podem resultar na imposição de medidas de conteúdo antidemocrático e o desenvolvimento de políticas desumanas perante o drama dos refugiados, assim como para a promoção de sentimentos racistas e xenófobos que estão a alimentar o crescimento na Europa de forças de extrema-direita de cariz nazi-fascista.

A resposta ao terrorismo e à lógica de conflito que o alimenta passa necessariamente pelo combate às suas mais profundas causas, políticas, económicas e sociais, pela defesa e afirmação dos valores da liberdade, da democracia, da soberania e da independência dos Estados e por uma política de relações internacionais de desanuviamento, de diálogo e de paz que eliminem as possibilidades do aparecimento de conflitos locais e globais.

quarta-feira, 30 de março de 2016

Um Partido diferente


Normalmente, quando pretendemos caracterizar uma pessoa, uma instituição, um governo ou um País surge-nos a natural reacção de procurarmos termos comparativos, o que não sucede, porém, com o PCP pela heterogeneidade da sua formação.

Inspirado num clima de ascenso revolucionário provocado pelas grandes lutas travadas pelos trabalhadores portugueses, culminando na vitória da Revolução Republicana de 1910 que colocou um ponto final num regime monárquico anacrónico e parasitário e realizou importantes progressos no plano das liberdades e direitos fundamentais, na educação e na cultura, na laicização do Estado e dotou o País duma Constituição avançada para a época, a Constituição de 1911, mas resultante também do impacte da Revolução Socialista de Outubro na União Soviética, assim foi fundado o PCP.
A criação do PCP, em 1921, foi pois expressão de uma necessidade histórica da classe operária portuguesa e o resultado da evolução do movimento operário, porque constituiu a concretização do instrumento indispensável às aspirações de uma classe decidida a transformar a sociedade, marcando o início de uma nova etapa do movimento operário em Portugal e de uma nova fase da vida nacional.
Não foram fáceis os primeiros anos de vida do PCP, pois a criação de um partido comunista em Portugal implicou uma exigente batalha política e ideológica contra a influência e concepções tácticas ou práticas oportunistas de outras forças políticas, que exerciam forte influência no seio do movimento operário, mas também porque desde o primeiro dia enfrentou a repressão da Primeira República e logo a partir de 1926, com o golpe militar de 28 de Maio que conduziu à instauração da ditadura fascista e com apenas cinco anos de existência, foi proibido, perseguido e forçado a desenvolver a sua actividade nas condições da mais severa clandestinidade e brutal repressão, condições para as quais não estava naturalmente preparado, mas soube resistir-lhes.
É a partir de 1929, com a Conferência de Abril e sob a direcção de Bento Gonçalves, aí designado Secretário-geral, que o Partido, virando-se audaciosamente para a classe operária, forjando uma organização capaz de actuar na clandestinidade, cria uma imprensa clandestina, o Avante e O Militante, organiza-se segundo a concepção leninista de um partido de novo tipo e inicia verdadeiramente uma actividade de massas, traduzida num vasto conjunto de importantes lutas, onde pereceram muitos dos seus elementos.
O prestígio e a importância política do PCP só foram possíveis com a rigorosa definição científica dos seus objectivos, da sua táctica e da sua linha política, forjadas ao longo dos anos e traduzidas nos seus Congressos clandestinos, designadamente em 1965, no VI Congresso e no Programa para a Revolução Democrática e Nacional aí aprovado, cujas orientações, Rumo à Vitória, haveriam de abrir caminho ao derrubamento do fascismo, à conquista das liberdades e à concretização da Revolução de Abril de 1974.
O prestígio e a importância do PCP só foram possíveis com a sua inequívoca e consequente política de conformidade de opiniões ao longo destes anos, lutando pela unidade da classe operária e de todos os trabalhadores, criando Comissões de Unidade nas empresas e praças de jorna, desenvolvendo uma notável actividade nos Sindicatos e na constituição, dinamização e orientação de organizações democráticas unitárias. O desenvolvimento orgânico do movimento democrático, o reforço da sua capacidade de acção só foi possível com a contribuição do PCP, salvaguardando sempre a sua independência de classe e decisão, sem ceder perante pressões de inimigos, nem de aliados.
O prestígio e a importância política do PCP só foram possíveis com a sua ideologia, o marxismo-leninismo, teoria revolucionária, por natureza antidogmática, que constitui a base teórica do Partido permanentemente enriquecida pela sua intervenção e experiência próprias e pela prática do movimento comunista e revolucionário mundial.
No 95º aniversário da sua existência, o PCP não esqueceu o evoluir dos tempos e, adaptando-se aos mesmos, mas mantendo os seus princípios, identifica-se com os interesses nacionais, defendendo intransigentemente a soberania, a independência do País, a Constituição e, acreditando sempre no advento do homem novo, apoia a juventude portuguesa, mas não esquecendo a transformação da sociedade mantém-se activo na Assembleia da República, nas Autarquias, no Parlamento Europeu e nas lutas laborais.

PCP apresenta requerimento para audição da administração do Fundo de Res...

"A solução na defesa dos interesses nacionais é a da nacionalização do N...

Reformados, pensionistas e idosos

ASSUNTOS E SECTORES SOCIAIS|INTERVENÇÃO DE JERÓNIMO DE SOUSA, SECRETÁRIO-GERAL, ALMADA, ENCONTRO COM REFORMADOS

Os reformados, idosos e pensionistas podem continuar a contar com o PCP

Num encontro com reformados realizado em Almada, Jerónimo de Sousa afirmou que a “gravidade dos problemas que estão colocados na vida dos portugueses exige uma permanente luta dos trabalhadores, dos reformados e do nosso povo mas exigem também acção e intervenção dentro das instituições, nomeadamente na Assembleia da República, onde vamos continuar a apresentar propostas e a defender os interesses dos reformados e pensionistas”.
O Secretário-Geral relembrou que foi graças à luta e ao voto dos portugueses foi possível travar a ofensiva do governo PSD/CDS mas também conter o prosseguimento da política que vinha sendo seguida, conseguindo com a acção e iniciativa do PCP “contrariar já o rumo que vinha sendo seguido com um conjunto de medidas positivas de reposição de direitos e rendimentos roubados aos trabalhadores e aos reformados”.
“Não é ainda o que é justo e se impunha, mas são medidas que dão sinal positivo de inversão do caminho que estava a ser seguido. Foi a pensar em melhorar as condições de vida e dar resposta a direitos que temos estado empenhados, nesta nova fase da vida política nacional, propondo e tomando a iniciativa, como ainda foi agora no âmbito do Orçamento, aonde nós pensamos que era possível ir mais longe em relação com medidas de melhoramento da vida dos reformados e pensionistas”, sublinhou.
“Foi por isso que apresentámos a proposta de aumento extraordinário já para este ano das pensões de reforma em 10 euros para assegurar que ao descongelamento das pensões alcançado também em 2016 se juntasse uma trajectória de recuperação do seu valor real. Era pouco? Sim, mas era um sinal de esperança de esperança! Também propusemos tornar mais justas as regras de actualização anual das reformas de modo a garantir a evolução do nível de vida dos reformados. Não foi possível fazer aprovar estas mais que justas propostas mas não descansaremos de lutar com os reformados por esse objectivo. O PCP sempre defendeu a actualização anual das reformas e pensões, repondo o poder de compra perdido, mas também a sua valorização e por isso não nos conformamos”, reiterou.
Jerónimo de Sousa reiterou quer “o problema não é a falta de dinheiro, mas uma outra distribuição da riqueza. Sim, na verdade poderíamos e deveríamos ir mais longe na melhoria das condições de vida dos reformados e de outras camadas do nosso povo, mas falaram mais alto os condicionamentos das opções do governo do PS, a sua recusa em se libertar das imposições Europeias e de outros constrangimentos externos e ao capital monopolista que domina o País”.
“Gostaria de lhes dizer que nesta luta em defesa dos reformados, idosos e pensionistas podem continuar a contar com o PCP”, concluiu.

Sobre a promulgação do Orçamento do Estado pelo Presidente da República

Encontro entre o PCP e a CGTP-IN

quarta-feira, 23 de março de 2016

Controlo público da Banca

Saudações aos nossos convidados e a todos os presentes neste Seminário sobre o tema «Controlo público da banca, condição para o desenvolvimento da soberania nacional», primeira iniciativa de um ciclo que se vai prolongar durante os dois próximos meses e que pretender abordar, debater e responder a alguns dos principais constrangimentos ao desenvolvimento do País.
É inquestionável que o País enfrenta há muito tempo sérios e complexos problemas que se têm apresentado cada vez mais agravados e têm arrastado paulatinamente o País para o declínio.
Esse agravamento dos problemas está bem patente na prolongada situação de degradação económica e social no País a que assistimos nos últimos anos em resultado das políticas de deliberado empobrecimento das classes e camadas não monopolistas.
Uma situação que se tem caracterizado, entre outros aspectos, por uma degradação acentuada do tecido produtivo nacional, uma preocupante regressão económica e um enorme défice de produção e de emprego, um acumular de défices de investimento público e privado, por uma dívida insustentável, por uma sangria permanente de recursos humanos jovens e pelo aumento da pobreza e das desigualdades sociais e regionais.
A situação a que o País chegou, para ser efectivamente alterada precisa, quanto a nós, de uma verdadeira ruptura com o rumo até hoje seguido por sucessivos governos do PSD, CDS e PS.
Sem desperdiçar nenhuma oportunidade para repor direitos e rendimentos em que o PCP está empenhado, precisa, particularmente, num processo coerente e articulado, ir dando resposta e resolver um conjunto de graves constrangimentos que a política de direita criou e alimentou, e que estão a bloquear e a paralisar o desenvolvimento do País, entre os quais está, o da dívida e do serviço da dívida que mobiliza recursos numa dimensão insuportável, os que resultam da integração monetária no euro e aquele que hoje aqui nos trás e que resulta da dominação financeira da banca privada. Um problema que assume neste momento uma nova e preocupante actualidade.
Nesta nova fase da vida política nacional, marcada pelo afastamento do governo do PSD/CDS e pela nova correlação de forças na Assembleia da República, a superação destes constrangimentos e problemas precisa de ser encarada de frente, conscientes que somos de que eles serão tanto mais difíceis de resolver quanto mais se adiar no tempo a sua solução.
No que diz respeito ao sector bancário privado é hoje muito claro que ele não serviu o País, nem os portugueses.
Pelo contrário, apenas pensou no lucro dos seus accionistas sem olhar a meios, incluindo os mais ilegítimos e corruptos.
De facto, como aqui foi evidenciado a banca privada em Portugal nunca fez parte da solução de nada, pelo contrário, fez sempre parte dos problemas mais graves do País. A privatização da banca, nacionalizada e desenvolvida a partir da Revolução de Abril, foi, e é, factor de desequilíbrio, de instabilidade, de degradação económica e social.
Desequilíbrio, instabilidade e degradação, porque concentrou riqueza na oligarquia financeira, no capital monopolista, nos grandes grupos económicos e na grande propriedade fundiária urbana e rural.
Porque desinvestiu e aspirou riqueza dos sectores produtivos, das pequenas e médias empresas, para a especulação financeira, a bolha imobiliária e os sectores não transacionáveis de lucro resguardado.
Porque instituiu um crédito usurário, o aumento das taxas, dos spreads, das comissões, dos abusos nos serviços bancários, em desfavor dos clientes, das famílias, dos micro pequenos e médios empresários, dos produtores.
Porque canalizou vultuosos recursos nacionais para o estrangeiro, agravando a dependência externa do País, e transferiu riqueza do interior para o litoral urbano, agravando o desordenamento interno do território.
Porque foi incapaz de financiar a economia e, pelo contrário, descapitalizou as próprias instituições, tornou-se dependente do socorro público, lesou o Estado com os auxílios e a perda de receitas fiscais, aumentou o défice e a dívida pública, agravou a situação financeira do País, acumulou milhares de milhões de euros de lucros privados e de prejuízos públicos.
Porque facilitou a evasão fiscal, a fuga de capitais, o recurso aos offshores, promoveu a desregulamentação financeira e dos mercados públicos, e a privatização de empresas do sector empresarial do Estado.
Porque parasitou o financiamento público e comunitário, obteve injustificáveis benefícios fiscais, espoliou patrimónios públicos e privados e incitou a contenção salarial, a precariedade e a destruição do emprego bancário.
Porque financiou e privilegiou ilegitimamente os respectivos grupos empresariais, escondeu contas, multiplicou sociedades para iludir a fiscalização, expôs-se a activos tóxicos, manipulou o mercado, praticou uma gestão aventureira, incompetente, danosa e mesmo fraudulenta.
Porque se atascou em corrupções, tráficos de influências, ilegalidades, práticas dolosas, deploráveis comportamentos éticos, saque pessoal de rendimentos e capitais, negócios obscuros e ilícitos, numa lastimosa sucessão de escândalos financeiros e que são em si mesmo inseparáveis do capitalismo monopolista contemporâneo.
Porque acentuou a promiscuidade com as pressões sobre e a subordinação do poder político, a par da intensa manipulação da opinião pública.
Não! Repetimos mil vezes, a banca privada nunca foi parte da solução! Foi sempre parte do problema do País. Desequilíbrios e desigualdade, instabilidade social, degradação da situação nacional, tais foram os resultados naturais, expectáveis e confirmados da constituição, do reforço e da promoção da banca privada em lugar da banca pública.
Portugal precisa de uma banca que, em vez dos desequilíbrios, contribua para corrigir o enviesamento especulativo dos fluxos financeiros, a dependência externa, a divergência com a União Europeia, as assimetrias regionais, as desigualdades sociais.
Portugal precisa de uma banca que, em vez de assegurar a estabilidade e o reforço dos lucros dos grandes grupos económicos, da alta finança, dos senhores do dinheiro, à custa da instabilidade do rendimento das famílias dos trabalhadores e do povo, do desemprego, da precariedade, da pobreza e da miséria, contribua, ao contrário, para assegurar a estabilidade e o reforço dos rendimentos, das condições de vida e dos direitos da população.
Portugal precisa de uma banca que, em vez de comprometer a sua soberania e agravar a sua situação económica, defenda a autonomia e independência nacionais, o seu mercado interno, o investimento produtivo, a expansão e modernização da sua capacidade industrial, a criação de emprego, o crescimento económico, o desenvolvimento social.
Portugal precisa, em resumo, de um grande reforço do sector público bancário, que assegure o controlo público e discipline o mercado financeiro, que salvaguarde a solvabilidade e reoriente a actividade da banca nacional.
Duas coisas vão ficando mais claras aos olhos da população.
A primeira é que se faz muita gala na banca privada – e infelizmente o PS não se desliga do PSD e CDS nesse coro –, mas a verdade é que, sem o Estado, sem a intervenção do Estado, sem os auxílios financeiros, os amparos fiscais e as garantias do Estado, o sistema bancário português estaria ainda mais profundamente debilitado, senão em colapso, em resultado dessa gestão essencialmente orientada para a especulação e para a sistemática engorda do capital accionista.
Uma intervenção do Estado, cuja factura tem sido paga e bem paga pela população em geral e pelos trabalhadores da banca em particular, vítimas de uma opção, orientação e práticas que permitiram destruir milhares de empregos, forçar o rebaixamento das condições de trabalho e a liquidação de direitos.
A necessidade de conter os grandes riscos sistémicos que persistem para a economia, de impedir mais transferências de prejuízos privados para o povo português, de garantir a solvência, a liquidez e o funcionamento regular das instituições financeiras, de assegurar uma efectiva regulação, supervisão e fiscalização da banca, exige o controlo público do sistema financeiro.
Reclamamos, a propósito, que a reparação dos prejuízos das instituições financeiras privadas, sobretudo se por acção dolosa dos seus proprietários ou representantes, se faça com o capital e as reservas das próprias e, além disso, com os recursos, os activos e os patrimónios dos respectivos grupos económicos e dos principais accionistas, em vez do dispêndio público.
A segunda coisa que vai ficando clara é que, numa tendência que converge cada vez mais rapidamente para o seu desenlace, a banca ou é pública ou não é nacional. O capital transnacional tem um peso crescente, e crescentemente dominante, no sector, agravando o trespasse de riqueza para o estrangeiro e a perda de soberania do País.
A privatização das instituições financeiras conduz, mais cedo ou mais tarde, à sua aquisição ou domínio pelos megabancos europeus, expurgadas dos activos tóxicos e recapitalizadas com fundos públicos, como na entrega do Banif ao Santander.
A banca pública é a única possibilidade de garantir o interesse público e nacional, de evitar gravosas orientações determinadas pelos centros do capital financeiro transnacional, de limitar as distorções da concorrência pela grande concentração bancária privada, de recuperar uma alavanca imprescindível para o desenvolvimento soberano do País.
Com o euro o País perdeu a soberania monetária, deixou para uma entidade externa, o BCE, a faculdade de emitir moeda. Mas com a privatização e progressivo domínio estrangeiro da banca deixa igualmente para centros de comando externos o controlo da criação monetária pela banca comercial.
Um problema que, como aqui se chamou a atenção, se agrava com a União Bancária e o chamado “mecanismo único de supervisão” que constitui mais um inaceitável golpe na soberania nacional e uma forma política de agilizar o processo de centralização e concentração de capital no plano da União Europeia e com o qual se visa a promoção do encerramento de bancos de menor dimensão, a fusão, a concentração de depósitos e investimentos nos grandes colossos financeiros.
O novo mecanismo de resolução bancária, com a contribuição dos accionistas, credores e grandes depositantes para o custo dos resgates, em vez do suporte pelo Estado do custo dos resgates é outra mistificação.
Não precisamos de um mecanismo europeu único de supervisão e de resolução bancária para fazer recair os custos da resolução da banca sobre quem deve, prioritariamente os donos privados e os credores do banco.
Não precisamos de figurinos de regulação formatados pelo BCE, orientados pela bitola dos grandes bancos europeus, para que os trabalhadores portugueses, aparentemente, não tapem com os seus impostos e a degradação dos serviços públicos os buracos da banca.
Precisamos é de vontade e coragem políticas.
A supervisão e a resolução bancárias únicas alienam ainda mais a capacidade de resolvermos, da maneira que a cada momento considerarmos mais adequada à nossa realidade, as dificuldades dos bancos portugueses, debilitam ainda mais a capacidade de controlo do Estado português sobre o sistema bancário nacional, aumentam a dependência e a submissão às pressões do BCE e, muito mais grave, promovem a dominação monopolista dos grandes grupos financeiros continentais.
Como aqui foi salientado e numa perspectiva mais vasta, a necessidade de travar a especulação financeira, de canalizar as poupanças e recursos para o investimento na produção nacional, de impulsionar o crescimento e defender a soberania, reclama que a moeda, o crédito e outras actividades financeiras essenciais sejam progressivamente postas sob controlo e domínio públicos, ao serviço dos interesses nacionais.
Com o alargamento daqueles que, connosco, defendem uma solução pública para a banca nacional, insinuaram-se duas concepções opostas, a nosso ver erradas. As novas instituições públicas, de dimensão significativa como o Novo Banco, de que propusemos a nacionalização definitiva, nem devem ser integradas e concentradas na CGD, fazendo o sector bancário do Estado coincidir com um mega banco, nem as novas instituições públicas devem ser fraccionadas num conjunto desmembrado, irrelevante e ineficiente de bancos regionais.
Concebemos um sector público, progressivamente alargado e reforçado, articulado e equilibrado, constituído por instituições distintas e autónomas bem dimensionadas, eventualmente com especializações geográficas e funcionais diferenciadas, que mantêm entre si uma certa emulação e estão, juntamente com os remanescentes segmentos privados, mistos ou intervencionados do sector financeiro sob uma acrescida regulação, supervisão e fiscalização públicas das autoridades nacionais.
Aprendemos com a valiosa experiência das nacionalizações e do desenvolvimento do sector empresarial financeiro público que, diga-se de passagem, apesar dos seus erros, da gestão e da orientação da política de direita, contrastou bem com o vazamento continuado de recursos públicos para tapar os buracos da actual banca privada.
Uma grande experiência histórica que, apesar das insuficiências e das dificuldades a que foi sujeita, mostrou que é possível uma reorganização do sistema bancário no interesse, não dos lucros e da acumulação dos grupos económicos nacionais e estrangeiros que o instrumentalizam, mas da economia nacional, do povo e do País.
O progressivo alargamento da banca pública pode combinar ritmos e formas diversas. Nomeadamente nacionalizações, intervenções de emergência para defender o interesse público, resoluções bancárias, negociações, aquisições de núcleos accionistas em condições favoráveis e eventualmente até a preços simbólicos. O caminho da reconstituição de um poderoso sector público financeiro é o de um reforço simultaneamente quantitativo, com o aumento da quota de mercado, e qualitativo, com a articulação e a reorientação do sistema e a forte regulamentação pública.
Mas é fundamental não desperdiçar oportunidades. A nacionalização definitiva do Novo Banco, como já propôs o PCP na Assembleia da República, provisoriamente alocado no Fundo de Resolução, na verdade já pago – com a contribuição e as garantias estatais, a contribuição da CGD e a perda de receitas fiscais dos bancos contribuidores do Fundo – permitiria elevar desde já o peso do sector público no mercado bancário claramente acima dos 40%. Para além de salvaguardar o emprego, os balcões e o importante papel no financiamento das pequenas e médias empresas, de tranquilizar os depositantes e consolidar a instituição.
Nada pode justificar, e muito menos a legislação comunitária que o proíbe, a subsidiação pelo Estado português, traduzida na diferença entre os auxílios públicos e a receita de uma venda apressada, ao grupo económico privado, certamente estrangeiro, que comprasse o Novo Banco.
E como na intervenção de abertura se afirmou, o problema não está em optar entre capitais deste ou daquele País, em maioria ou em exclusividade, nem na divisão negociada e concertada do mercado bancário entre grupos económicos. O problema está no domínio desses grupos e desse capital sobre o sector bancário nacional.
O povo português não tem, nem deve pagar a entrega de instituições saneadas com fundos públicos aos grandes tubarões bancários transnacionais. Como na recente compra do Banif pelo Santander que, na verdade, se tratou de uma recapitalização deste à custa das verbas públicas despejadas naquele.
O Estado português não tem que ficar com os prejuízos e, ainda por cima, ficar sem os bancos.
Portugal precisa de preparar e concretizar outro caminho. Precisa de outras soluções para os seus problemas. Precisa de se libertar das amarras da submissão e da dependência.
De facto, nada pode obrigar Portugal a aceitar a posição de Estado subalterno e a alienar a sua independência e soberania nacionais e a renunciar ao direito de optar pelas suas próprias estruturas sócio-económicas.
É nossa profunda convicção que Portugal não está condenado ao atraso. É possível e necessário realizar outra política, invertendo o caminho que tem sido seguido. Há propostas, e muitas aqui hoje foram apresentadas, evidenciando a existência de uma política alternativa às políticas de direita, capaz de resolver os problemas do desenvolvimento do País.

Os atentados em Bruxelas

INTERNACIONAL|NOTA DO GABINETE DE IMPRENSA DO PCP

PCP condena atentados na Bélgica

O PCP condena firmemente os atentados hoje ocorridos em Bruxelas e expressa a sua consternação e os sentimentos de pesar aos familiares das vítimas, assim como a sua solidariedade ao povo belga.
O PCP sublinha que o terrorismo – quaisquer que sejam as suas causas, formas e objectivos proclamados –, serve sempre as estratégias e os interesses mais reaccionários e sinistros e é inseparável das políticas de exploração e opressão e da lógica do militarismo e da guerra.
O PCP chama a atenção para os perigos de instrumentalização de genuínos sentimentos de indignação para a imposição de medidas de cariz anti-democrático e o desenvolvimento de políticas desumanas perante o drama dos refugiados ainda mais atentatórias de direitos, liberdades e garantias fundamentais, assim como para a promoção de sentimentos racistas e xenófobos que têm alimentado o crescimento de forças de extrema-direita e de cariz fascista na Europa.
O PCP reitera ainda que a resposta a crimes como os agora perpetrados na capital belga não passa por um ainda maior pendor militarista e intervencionista da União Europeia que – como as guerras contra Estados soberanos no Médio Oriente, no Norte de África e na Ásia Central comprovam – alimentam o perigoso crescimento de forças e grupos reaccionários e xenófobos e da sua acção de terror.
A necessária resposta ao terrorismo e à lógica de conflito que o alimenta passa necessariamente pelo combate às suas mais profundas causas – políticas, económicas e sociais – e pela defesa e afirmação dos valores da liberdade, da democracia, da soberania e independência dos Estados e de uma política de relações internacionais de desanuviamento, de diálogo e de paz.

sábado, 19 de março de 2016

As opções da Comissão Europeia

                                        
Muitos de nós estarão certamente lembrados do esforço de convencimento efectuado pelos incondicionais adeptos da nossa entrada para a União Europeia a qualquer custo, onde encontraríamos e recolheríamos em pé de igualdade os benefícios da coesão social e desenvolvimento económico, situados no tal pelotão da frente, mas seguramente também não esquecerão os avisos de bom senso e cautela daqueles, sem dúvida poucos ou até únicos, que nos convocavam para uma atitude criteriosa na nossa escolha como povo independente e soberano.
Este regresso a esse tempo foi-me sugerido pelo debate entre António Guterres e Durão Barroso, promovido há dias pela RTP e tendo certamente em consideração o percurso das duas personalidades no âmbito internacional e, atrevo-me a considerar, dada a circunstância de ambos terem abandonado o País que se encontrava de «tanga e no pantanal», indo procurar conhecimentos e sabedoria em terras «estranhas» que aproveitariam para valorização da sua terra.
Devo confessar a minha desilusão porque nem um teve a coragem de reconhecer a sua infeliz passagem pela Comissão Europeia, onde esteve sempre alinhado com as opções belicistas e militaristas do imperialismo e da NATO, o episódio da cimeira das Lages é sintomático, descurando as prometidas políticas de coesão social e desenvolvimento económico adequado aos países mais necessitados, nem outro teve o desassombro de mencionar essas falhas, talvez por delicadeza, bem patentes, aliás, na área dos refugiados, onde mais desenvolveu e bem a sua actividade, situação que vem originando um cortejo de centenas de milhares de vítimas mortais, destruição de culturas e patrimónios milenares.
E este desabafo é bem a contra gosto, pois seria certamente mais reconfortante o reconhecimento pela positiva de qualquer percurso pelas «estranjas» dum conterrâneo ou compatriota nosso, sendo verdade que os há a dar boa conta do recado, como é costume dizer-se, tanto na diplomacia, na investigação científica, nas artes, como na gestão bancária ou no desporto, não esquecendo os milhares de emigrantes disseminados na diáspora e considerados competentes trabalhadores.
Os encómios tecidos à gestão da Comissão Europeia pecam, desde sempre, por sustentabilidade dadas as desigualdades de tratamento entre países, aliás, hoje bem visíveis, com a ameaça da Grã-Bretanha de se afastar da União Europeia e das concessões inadmissíveis para evitar tal acontecimento, incluindo planos para reinstalação dos refugiados e novas leis de espionagem, ofendendo direitos humanos, em flagrante contraste com as ingerências e pressões utilizadas contra outros, relativamente aos respectivos orçamentos de estado de que fomos alvo e não os únicos, mas também relativamente à renegociação das respectivas dívidas.
Não se instalou por mero acaso um mal-estar visível, quer nos países nórdicos, quer nos da orla mediterrânica, mas também nos mais próximos do nosso País, nem tão pouco podemos considerar estranho que o actual vice-presidente da Comissão Europeia, Sr. Valdis Dombrovskis, afirme agora que há discussões em curso relativas à reestruturação das dívidas soberanas, mas também quanto ao espaço Schengen de livre circulação que abrange 26 países e ainda sobre as razões pelas quais a injecção de dinheiro nos sistemas financeiros não se repercute no desenvolvimento das economias, mas sobra para a corrupção.

O processo de integração capitalista na Europa Comunitária encontra-se, pois, em profunda crise, desagregação, regressão social e ausência de valores, sendo urgente a sua ruptura, razões pelas quais se torna no mínimo surpreendente vir para a RTP dar a entender despudoradamente, como fez Durão Barroso ex-responsável por estas políticas desastrosas, que tudo está no caminho certo.

PCP saúda a luta dos produtores de leite

Os acontecimentos no Brasil

Face aos recentes acontecimentos no Brasil

Face aos recentes acontecimentos no Brasil
Face a solicitações de diversos órgãos de comunicação social relativamente aos recentes acontecimentos no Brasil, o PCP sublinha que:
Os recentes desenvolvimentos no Brasil não podem ser desligados do aprofundamento da crise do capitalismo que marca a situação internacional e que tem actualmente profundas consequências nos chamados países emergentes.
Tentando tirar partido de reais problemas e de profundas contradições na sociedade brasileira, os seus sectores mais retrógrados e anti-democráticos promovem uma intensa operação de desestabilização e de cariz golpista procurando alcançar o que não conseguiram nas últimas eleições presidenciais – a acção montada contra Lula da Silva insere-se neste processo mais geral de desestabilização.
O que sobressai nos recentes acontecimentos no Brasil não é a tentativa de combater a corrupção e um sistema político e eleitoral que a favorece, mas antes uma acção protagonizada pelos sectores mais retrógrados – eles próprios mergulhados em décadas de corrupção –, visando, por via da instrumentalização do poder judicial e da acção de órgãos de comunicação social, a criação das condições para a reversão dos avanços nas condições de vida do povo brasileiro alcançados nos últimos 13 anos.
Uma acção de desestabilização indissociável do conjunto de manobras de ingerência promovidas pelos Estados Unidos visando os processos progressistas e de afirmação soberana na América Latina.
O PCP é solidário com as forças progressistas brasileiras, com os trabalhadores e o povo brasileiro e a sua luta em defesa dos seus direitos, da democracia, da justiça e progresso social.

95 anos de vida e luta

PCP comemora na Madeira o 95º Aniversário

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A Organização Regional da Madeira deu o seu contributo à celebração dos 95 anos da fundação do Partido com a realização de um jantar-comício com a participação de 600 militantes e simpatizantes, que teve lugar na Estalagem da Encumeada, na Ribeira Brava.
Nesta iniciativa, que comprova a capacidade de mobilização do PCP na Madeira, e que contou com as intervenções políticas de Duarte Martins, da Direcção Regional da JCP, de Edgar Silva, Coordenador Regional do Partido, e de Jerónimo de Sousa, Secretário-Geral do Partido, foi focado não apenas o historial de luta, de sacrifício, de intervenção e de resistência do Partido, desde 1921, passando pela longa noite fascista e pela Revolução de Abril, até aos nossos dias, mas também os desafios que se colocam à Região e ao País, e aos quais o PCP e os seus militantes devem responder com um desempenho particularmente interventivo na defesa dos direitos dos trabalhadores e das populações, tendo sido especialmente destacado o papel que o Partido assumiu, desde o primeiro momento, na contribuição para a derrota da direita, para o esforço de ruptura com as políticas de destruição da economia nacional, de empobrecimento e de roubo nos rendimentos, e para a garantia de um Governo do PS apoiado numa maioria de esquerda na Assembleia da República, cujo primeiro grande resultado positivo foi a recente aprovação do Orçamento do Estado para 2016, o qual contou com muitas e importantes propostas apresentadas pelo Partido visando a recuperação de rendimentos e a salvaguarda de direitos fundamentais.

segunda-feira, 14 de março de 2016

OE 2016

O Orçamento para 2016 é diferente para melhor, mas não é o Orçamento do PCP. Comporta muitas limitações que resultam das opções do governo do PS, mas abre a possibilidade de, com a intervenção do PCP, interromper aspectos da ofensiva que estava em curso e concretizar medidas pelas quais os trabalhadores e o povo muito lutaram.


AS PROPOSTAS DO PCP

APROVEITAR TODAS AS OPORTUNIDADES PARA MELHORAR AS CONDIÇÕES DE VIDA

Isenção de taxas moderadoras para doentes crónicos

Apoio extraordinário a desempregados

 Aprovado

Não aumento das propinas no Ensino superior

Recibos verdes: Cálculo dos descontos para Segurança Social com base no rendimento real

 Aprovado

Gratuidade progressiva dos manuais escolares

Diminuição das contribuições nos subsistemas da ADSE, SAD e ADM

Autonomia das Instituições do Ensino Superior

Aprovado

Reforço do Orçamento para património cultural

Redução da taxa máxima do IMI

Consignação de apoios à agricultura familiar e pesca artesanal

Reforço do Orçamento para criação artística

Alteração ao PEC aos MPME

Prorrogação da actividades das amas da segurança social.

 Aprovado

Reposição de direitos e remuneração na Administração Pública e SEE

Integração dos bolseiros na carreira de investigação científica

Actualização extraordinária das pensões

Tributação de grandes empresas

Impostos sobre sector energético

Reversão das Parcerias Público Privado

Imposto sobre o Património Mobiliário

Registos e Notariados

A EXPLORAÇÃO E O EMPOBRECIMENTO

SE PSD E CDS TIVESSEM CONTINUADO NO

RECUSAR A EXPLORAÇÃO E O EMPOBRECIMENTO

SE PSD E CDS TIVESSEM CONTINUADO NO GOVERNO?

  • Manutenção dos cortes salariais até 2019
  • Privatizações (STCP, CARRIS ou Metro)
  • Ataque às PME e a manutenção do IVA de 23% na restauração
  • Favorecimento fiscal do grande capital
  • Despedimentos na Função Pública
  • Novas alterações para pior na legislação laboral

 GOVERNO?

  • Manutenção dos cortes salariais até 2019
  • Privatizações (STCP, CARRIS ou Metro)
  • Ataque às PME e a manutenção do IVA de 23% na restauração
  • Favorecimento fiscal do grande capital
  • Despedimentos na Função Pública
  • Novas alterações para pior na legislação laboral