terça-feira, 2 de julho de 2013

Confirmou-se a importância da Greve Geral

Os trabalhadores e o povo em luta


 Sempre empurrados para altos patamares de luta pela defesa dos seus legítimos direitos e interesses, consecutivamente espezinhados pelo atual governo, os trabalhadores portugueses vão utilizar novamente o seu último recurso que é a greve geral, esgotadas que foram todas as outras possibilidades num diálogo de surdos eternizado estrategicamente pelos representantes do executivo governamental. 
Os últimos dias ficaram, aliás, marcados pela elevadíssima participação na luta dos professores, em defesa dos seus direitos e também da Escola Pública de qualidade para todos, conseguindo realizar uma das mais expressivas greves e dando assim a resposta adequada perante os atropelos, insultos à inteligência e mentiras levados a cabo pelo ministro da Educação e seus pares, manifestando os docentes a intenção de continuar a luta.
O próximo dia 27 constituirá, pois, mais uma forte jornada de luta dos trabalhadores portugueses, tanto do setor público, empresarial do Estado e Administração Pública, como do setor privado, mas irá ainda contar com a presença de muitos outros descontentes com a política de direita e as medidas postas em prática pelo atual executivo governamental, sejam eles desempregados, reformados e pensionistas, jovens, micro, pequenos e médios empresários, mas também utentes dos serviços públicos, todos fustigados sem qualquer sensibilidade social por estes «cavalheiros» seguidores obedientes dos planos da troika internacional, sempre manifestando obscenamente vontade de ir mais além.
O atual governo demonstra desorientação crescente, não porque tenha esquecido os seus objetivos ideológicos de classe, em obediência ao capital financeiro, mas devido ao crescimento da resistência à sua política, facto que lhe agrava as dificuldades, mas também aprofunda as suas próprias contradições, pois o País caminha a passos largos para mais empobrecimento e dependência e não são resolvidos os graves problemas do desemprego, da dívida, do défice, do relançamento económico e da injustiça social.
Atolados no pantanal da dívida, à mercê dos especuladores e da troika internacional, os portugueses enfrentam também um governo constituído por mistificadores, com o primeiro-ministro à frente, todos os dias tentando impingir novas mentiras e promessas, as últimas das quais consubstanciadas na usurpação do subsídio de férias da Administração Pública, com o beneplácito do Presidente da República, na falsa proposta de data de exames e na greve dos professores e na manipulação do prazo anunciado de mais um corte na despesa no montante de 4700 milhões de euros, factos estes que, aliados às falhas contínuas das previsões do super ministro das finanças, muito contribuem para agravar a fraca credibilidade do governo e para promover a sua desorientação.
Aliás, o FMI no seu relatório sobre Portugal diz-nos que as condições do mercado do trabalho continuam extremamente difíceis, com o ajustamento a acontecer sobretudo através da destruição de emprego e continua sem ser claro quanto tempo vai demorar até o ajustamento do mercado do trabalho ficar completo, sem políticas para induzir mudanças que facilitem o declínio dos salários nominais e pode ser necessária uma reforma mais ambiciosa para promover maior flexibilidade salarial. A esta instituição que já se auto criticou por lapso nas medidas preconizadas para Portugal, o primeiro-ministro promete cortar o dobro da despesa já em 2013, sem qualquer respeito pelos portugueses.
Com confiança, a greve geral vai dar a justa resposta às ameaças do governo e alargar a exigência da sua demissão e duma nova política para o País.

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