terça-feira, 9 de julho de 2013

Novo governo, novas políticas

                                           Palhaçada Grotesca
Situação talvez inédita no panorama político nacional até aos tempos de hoje, aquilo que aconteceu nos últimos dias no âmbito da coligação governante só pode obter a classificação duma palhaçada no pior sentido do termo.
Num quadro de desemprego e de miséria para muitos portugueses, a demissão de Gaspar, expectável, e de Portas, irrevogável, constituem um processo pleno de cenas caricatas e deprimentes com a população incrédula a ser alvo uma vez mais duma falta de respeito de tal ordem que toca as raias do obsceno e do patético, mostrando claramente o estado de desagregação do atual governo e a sua incapacidade para governar o País e revelando por outro lado que está em causa o regular funcionamento das instituições, razão pela qual é mais que tempo para o Presidente da República dissolver a Assembleia da República, cumprindo o seu mandato institucional e deixando de proporcionar apoio a um governo sem condições para o ser ou confirmando uma das suas últimas afirmações de que ao longo da sua vida tinha aberto centenas de covas. Quem diria!
A derrota final deste Governo parece estar iminente, restando a seguir derrotar a política que conduziu Portugal e os portugueses à dramática situação em que se encontram, mas esse desfecho continuará a ser obra da luta de massas, a qual contribuirá também para a derrota da política das troikas.
O PCP deu à nova situação criada a imediata e necessária resposta, promovendo desfiles e concentrações em Lisboa, Évora e Porto e por seu lado, a CGTP-IN convocou uma concentração para Belém bem participada, apesar do intenso calor.
É este o único caminho capaz de derrotar a política de direita e de conquistar para Portugal um futuro de progresso e desenvolvimento, tendo os valores de Abril como referência essencial.
Os escribas a soldo do grande capital e os comentadores com ele comprometidos, não se cansam de especular e conjeturar sobre o apocalipse se o governo for demitido e formos para eleições antecipadas, receando, não pelo País e os portugueses que nunca constituíram a sua fonte de preocupação, mas unicamente interessados com a sua sorte sempre ligada ao poder discricionário, ao capital financeiro e ao capitalismo internacional, confrontado com a luta dos povos.
A luta dos trabalhadores e do povo por uma política e um governo patrióticos e de esquerda, pela rejeição do pacto de agressão e pela ruptura com o processo de integração capitalista europeu, é simultaneamente uma luta internacionalista pela liberdade e a democracia.
Dois anos foram passados em que o governo, pretextando a crise e a falta de dinheiro para a população e o Estado Social, mas não para os grandes grupos económicos e financeiros nacionais e estrangeiros sempre favorecidos e aumentando os lucros, proporcionou também as condições para eles manterem rendas ilegítimas, por exemplo, na área da energia e o saque de milhares de milhões de euros para os juros da dívida soberana, destruindo a capacidade produtiva do País, alienando recursos nacionais e concentrando a riqueza nuns poucos, mas ainda canalizando enormes recursos para o BPN, as parcerias público privadas e os contratos de gestão de risco financeiro (SWAP), além de ter privatizado empresas públicas rentáveis.

O governo não resolveu nenhum dos problemas do País, mas conseguiu aumentar a dívida pública em mais de 48 mil milhões de euros, ou seja, 127% do PIB, acumular recessão em 5,5%, diminuir salários, aumentar o desemprego e a precariedade, arruinando micro, pequenas e médias empresas e aprofundar a recessão económica, razões mais que suficientes para ir todo embora. 

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