Projecto será discutido na próxima semana na Assembleia da República, poucos
meses antes de terminar a concessão do equipamento a privados.
O Centro de Reabilitação do Norte (CRN) está em funcionamento desde 2014.
Apesar de construído pelo Serviço Nacional de Saúde e apenas com
recurso a fundos públicos, o CRN está concessionado, desde a sua
abertura, à Santa Casa da Misericórdia do Porto, correspondendo a
desejos antigos dos membros do PSD e do CDS que na altura estavam no
governo.
No final do ano passado, o actual governo minoritário do PS
prolongou, por um ano, o acordo de gestão do Centro de Reabilitação do
Norte com a Santa Casa da Misericórdia do Porto. A resolução do
Conselhos de Ministros (212/2017) refere que “atento o imperativo de
salvaguarda da continuidade da prestação de cuidados de saúde (…)
constitui entendimento da tutela sectorial que a prorrogação da produção
de efeitos dos acordo de gestão até 25 de Novembro de 2018, data que
correspondente ao termo do prazo máximo de produção de efeitos do
mesmo”. A mesma resolução prevê o pagamento pelo Estado de 8.576.400
euros à Santa Casa da Misericórdia apenas por um ano de concessão.
Sendo assim, em Novembro termina o acordo de gestão entre o Estado e a
Santa Casa da Misericórdia, razão pela qual o PCP entende que se devem
criar condições para “recuperar” este equipamento para a gestão do
Serviço Nacional de Saúde e potenciar os serviços que esta unidade pode
prestar às pessoas com deficiência, aos sinistrados do trabalho e a
outros utentes do SNS que assim o necessitem.
O PCP sempre rejeitou e rejeita a transformação deste equipamento
numa unidade de “turismo de saúde” ou num negócio para privados, pelo
que entendemos que o Governo deve aproveitar a iminência do fim do
“acordo de gestão” para “resgatar” o CRN para o Serviço Nacional de
Saúde, com a respectiva gestão pública.
Foi com este objectivo que o Grupo Grupo Parlamentar do PCP
apresentou uma proposta na Assembleia da República, procurando que se
adoptem “as medidas necessárias para garantir a gestão pública do CRN,
no âmbito do Serviço Nacional de Saúde.”
Esta proposta será discutida na próxima semana, entendendo o PCP que
existem todas as condições, designadamente políticas, para o regresso ao
Serviço Nacional de Saúde da gestão deste importante equipamento
público.
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