Apelo
à humanidade
O Conselho Mundial da Paz é uma instituição suprapartidária criada em
1949, no período pós II Guerra Mundial, por organizações de todo o mundo que
lutam pela paz, pela coexistência pacífica e pelo desarmamento nuclear. A sua
sede na Finlândia foi posteriormente transferida para a Grécia, onde se realizou
um Congresso na cidade de Atenas em Maio de 2004 em que estiveram presentes
representantes de 100 grupos pacifistas de todo o mundo.
Aproximando-se a data da próxima cimeira da NATO, a realizar de 4 a 6 de Setembro do corrente
mês de Setembro no País de Gales, o Conselho Mundial da Paz apelou a todas as
pessoas do mundo amantes da paz para se mobilizarem por um Dia Internacional de
Protesto contra a NATO que teve lugar em 30 de Agosto passado e contou com a
presença de muitos milhares de pessoas por todo o planeta, incluindo Portugal.
No ano que agora decorre assinalam-se o 100º aniversário do início da I
Guerra Mundial e o 75º do início da II Guerra Mundial, conflitos de índole
imperialista da história humana que levaram à morte cerca de 70 milhões de
pessoas, à destruição de muitos países, suas economias e recursos naturais e
prejudicando seriamente a qualidade do meio ambiente.
Sobre este assunto, seguem-se alguns extratos da posição do Conselho
Mundial da Paz que nos diz o seguinte: Foi descrito como «a guerra para acabar
com todas as guerras», isto em relação à I Grande Guerra, mas hoje, um século
mais tarde, o potencial militar para destruir vidas e um ambiente habitável
encontra-se a um nível aterrorizante e continua a aumentar.
Diariamente, em todo o mundo, as pessoas sofrem com os conflitos
armados, o crescimento militar, a ocupação, atos de intimidação e agressão,
modernização e proliferação de armas nucleares e outras armas de destruição
maciça. A crise económica capitalista agrava mais ainda a vida das pessoas,
enquanto os lucros das indústrias de guerra crescem.
O centenário da I Guerra Mundial deve ser um momento de reflexão, para
o fortalecimento da paz e para o estímulo da amizade e da solidariedade
internacional, baseadas na igualdade e no respeito pela soberania dos povos.
Deve ser apontado para acabar com o domínio económico dos monopólios e
corporações multinacionais e também contra as alianças militares agressivas.
Por isso, devemos agir contra a NATO, a principal máquina de guerra do mundo.
O Conselho Mundial da Paz sublinha a necessidade de retirar conclusões
sobre o período que conduziu à invasão nazi da Polónia no dia 1 de Setembro de
1939 e ao início da II Guerra Mundial. A gloriosa resistência dos povos contra
o fascismo e o nazismo, em combinação com a luta e as dezenas de milhões de
vítimas da URSS, conduziram à libertação da Europa do fascismo e à vitória dos
povos. A situação internacional no pós-guerra, a fundação da ONU e a sua Carta
criaram uma nova realidade para os povos e para a sua luta pela liberdade e
soberania. Tudo isto está hoje a ser ferozmente posto em causa e derrubado e
estão em marcha esforços para substituir a ONU pela NATO, forças neofascistas
crescem em várias partes da Europa ao serviço de ideologias e planos
reacionários contra os povos.
A NATO é a maior, a mais forte e mais agressiva aliança militar no
mundo de hoje. Firmemente dominada pelo imperialismo dos EUA, a NATO é também o
pilar da estratégia de defesa da União Europeia. Atualmente, a NATO tem 28
Estados membros na América do Norte e na Europa. Outros 22 Estados estão
envolvidos no chamado «Conselho de Parceria Euro-Atlântico» (EAPC). A juntar a
estes, outros 19 Estados estão envolvidos em todo o mundo com a NATO, através
de programas como o «Diálogo do Mediterrâneo» ou a «Parceria para a Paz», por
incrível que pareça, pois a NATO é um inimigo da paz, estando empenhada nas
doutrinas do primeiro ataque e dos ataques preventivos. Como aliança militar
ofensiva está pronta para intervir antes que a diplomacia tenha a devida
oportunidade, se tal for do interesse do imperialismo ocidental. A expansão da
NATO e as suas provocações – como a atual crise na Ucrânia demonstra – são
diretamente responsáveis pela desestabilização, agitação, violência e guerra. A
NATO é um inimigo dos povos. Quando intervém, os seus membros utilizam
regularmente armas tóxicas que contêm, por exemplo, urânio empobrecido ou fósforo
branco e considera as armas nucleares como parte fundamental da sua estratégia
de defesa. Com a intervenção da NATO, os resultados são sempre o aumento da
destruição, de refugiados e de morte. Os exemplos das guerras na antiga
Jugoslávia e a criação do protetorado do Kosovo, as intervenções no Afeganistão
e Líbia, a agressão contra a Síria e o Iraque, provam que a NATO não trouxe nem
paz nem democracia. A dissolução da NATO deve ser uma prioridade para os que
defendem a paz, a justiça social e o progresso e também o direito de cada povo
lutar para sair dela.
Conselho Mundial da Paz, Maio de 2014.
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