quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Uma no cravo, outra na ferradura

        
Conforme a recente reabertura de embaixadas em Cuba e nos Estados Unidos foi saudada a nível global, embora ainda estejam por solucionar a entrega da base naval de Guantánamo cujo território continua ilegalmente ocupado e o embargo económico ao heróico povo cubano, sempre apoiado por larga maioria nas votações da ONU e noutras imensas iniciativas, e já começa a surgir no horizonte nova e preocupante atitude provocatória na América do Sul.
Com efeito e a partir da República Cooperativa da Guiana, tanto a CIA, como o MI6 e a Mossad estão a organizar atividades de intervenção na Venezuela, País soberano da América Latina, visando desestabilizá-lo, assim adverte o ex vice-presidente venezuelano José Vicente Rangel.
O passar dos tempos, para aqueles que não se sentem subjugados por preconceitos acéfalos ou obscuros interesses, habituou-os a olhar a prática do imperialismo norte-americano como o principal motivo de perturbação a nível mundial e, nesse sentido, a América Latina sempre foi considerada pelas autoridades americanas como o seu pátio traseiro, não sendo aí tolerado o desenvolvimento de ideias progressistas e anti-imperialistas, por muito que essas ideias possam ir de encontro aos legítimos direitos e anseios dos respetivos povos.
Já Lenine dizia que «não só nos países recentemente descobertos, mas também nos velhos, o imperialismo conduz às anexações, à intensificação da opressão nacional e, por conseguinte, intensifica também a resistência».
José Vicente Rangel afirma que estão sendo organizadas atividades, tais como treinamento militar e de inteligência com tropas da Força de Defesa da Guiana, coadjuvadas por forças especiais estado-unidenses com a finalidade de infiltração no território venezuelano.
Entretanto, as autoridades militares de inteligência venezuelanas detetaram a existência de grande fluxo de armas a partir da Guiana Essequiba e já anteriormente, 12 de Junho passado, elementos do governo tornaram público o seu repúdio em relação à atitude de ingerência do Alto Comissariado da Grã-Bretanha, Gregory Quinn, também a partir da Guiana Essequiba, território este que o governo venezuelano reclama totalmente como seu, pois somente possui a parte oriental e onde a norte americana Exxon Mobil começou operações de exploração petrolífera em Abril passado.
E assim se vão unindo as pontas para que o pretenso estado «polícia do mundo», com o apoio de governos com políticas de direita, continue o seu caminho de ingerência, invasão, morte de milhões de vítimas inocentes, destruição de património cultural de valor incalculável, sem respeito por culturas e modos de vida diferentes, fuga desesperada de milhares de refugiados para a Europa e ocasionando também a formação de sentimentos de retaliação e vingança, concretizados pelo aparecimento de estados fundamentalistas que semeiam, também eles, a morte e a destruição em países soberanos com uma violência que parece não ter fim à vista, pois envolve cada vez mais protagonistas, beneficiando apenas os traficantes de seres humanos e de armamento.

A política externa norte americana continua por caminhos sinuosos e perigosos.

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