O próximo dia 4 de Outubro poderá tornar-se no princípio de reviravolta
para um dos piores períodos da nossa História recente, assim o queira a
população portuguesa e seja possível ultrapassar a barreira das indecisões.
A necessidade da ruptura com as políticas de direita, protagonizadas
pela troika nacional (PS, PSD, CDS) em
que a actuação do atual governo, ao agravar as medidas impostas pela troika internacional, deixou o País em
estado caótico, quer ao nível social, quer ao nível económico, constituem um
imperativo nacional.
Os responsáveis do actual governo, chegados ao poder na base de
mentiras, embustes e promessas falsas, não possuem o mínimo de respeito pelo
povo que deviam servir com honestidade, verdade e competência, pois entraram em
campanha eleitoral com a pretensão de fazer crer que não têm quaisquer
responsabilidades na situação a que chegamos e vão ao desplante de afirmar que
o País e os portugueses precisam de estabilidade, ou seja, da estabilidade
deles, da estabilidade da manutenção da crise.
Sem qualquer resquício de sensibilidade social e moral, de
credibilidade, continuam com a linguagem mistificadora nos discursos,
entrevistas e novas promessas eleitoralistas para convencimento dos incautos e de
todos aqueles que beneficiaram e continuam a beneficiar com as acções
governativas.
No entanto, sabem muito bem que nada possuem de novo para apresentar à
esmagadora maioria da população (trabalhadores públicos e privados, reformados
e pensionistas, pequenos e médios empresários, utentes dos serviços públicos
essenciais, jovens à procura do primeiro emprego e condenados à emigração),
pois somente podem oferecer a continuação da política de direita que nos
conduziu à austeridade para muitos e às vantagens e ganhos para alguns, dado
que os custos da crise sempre foram consciente e injustamente repartidos.
E até mesmo em relação à política externa são bem patentes a submissão
às imposições do directório da União Europeia, com os seus tratados e
convenções sempre assinados de bom grado, assim como o alinhamento
incondicional à NATO e às guerras de agressão dos EUA, de que, infelizmente,
vemos agora bater-nos à porta os respectivos resultados, mas que nem por isso fazem
alterar a nossa actuação, pois não deixaremos de participar nas próximas
manobras militares internacionais, as maiores de sempre, tudo muito bélico e
agressivo que nos impõe gastos também agressivos e nos retira cada vez mais
independência e soberania.
Por estas e outras razões, as eleições do próximo dia 4 de Outubro
poderão constituir uma oportunidade para afirmar um não peremptório e
inequívoco a esta situação de dependência externa, regressão social e
subdesenvolvimento e levar-nos à libertação do garrote imposto e a uma nova
política, patriótica e de esquerda que relance o País para novos rumos que
constituam resposta às necessidades da população portuguesa e aos problemas
existentes, que afirmem um Portugal livre e soberano e uma Europa de paz e
cooperação, que proporcionem as condições para uma séria renegociação da dívida
soberana e, se preciso for, que possam mesmo contribuir para estudar
criteriosamente a libertação do euro, na defesa intransigente dos interesses
nacionais e no cumprimento da Constituição da República Portuguesa.
Que nada possa impedir o cumprimento do dever cívico, nem mesmo o futebol marcado para a mesma altura, pois a apatia e o conformismo só favorecem os mentores da actual situação que eles pretendem manter a todo o custo com a prestimosa colaboração do presidente de alguns, mas os portugueses não querem estar condenados a políticas de terceiro mundo.
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