sexta-feira, 2 de outubro de 2015

O dia de todas as decisões

                                            
O próximo dia 4 de Outubro poderá tornar-se no princípio de reviravolta para um dos piores períodos da nossa História recente, assim o queira a população portuguesa e seja possível ultrapassar a barreira das indecisões.
A necessidade da ruptura com as políticas de direita, protagonizadas pela troika nacional (PS, PSD, CDS) em que a actuação do atual governo, ao agravar as medidas impostas pela troika internacional, deixou o País em estado caótico, quer ao nível social, quer ao nível económico, constituem um imperativo nacional.
Os responsáveis do actual governo, chegados ao poder na base de mentiras, embustes e promessas falsas, não possuem o mínimo de respeito pelo povo que deviam servir com honestidade, verdade e competência, pois entraram em campanha eleitoral com a pretensão de fazer crer que não têm quaisquer responsabilidades na situação a que chegamos e vão ao desplante de afirmar que o País e os portugueses precisam de estabilidade, ou seja, da estabilidade deles, da estabilidade da manutenção da crise.
Sem qualquer resquício de sensibilidade social e moral, de credibilidade, continuam com a linguagem mistificadora nos discursos, entrevistas e novas promessas eleitoralistas para convencimento dos incautos e de todos aqueles que beneficiaram e continuam a beneficiar com as acções governativas.
No entanto, sabem muito bem que nada possuem de novo para apresentar à esmagadora maioria da população (trabalhadores públicos e privados, reformados e pensionistas, pequenos e médios empresários, utentes dos serviços públicos essenciais, jovens à procura do primeiro emprego e condenados à emigração), pois somente podem oferecer a continuação da política de direita que nos conduziu à austeridade para muitos e às vantagens e ganhos para alguns, dado que os custos da crise sempre foram consciente e injustamente repartidos.
E até mesmo em relação à política externa são bem patentes a submissão às imposições do directório da União Europeia, com os seus tratados e convenções sempre assinados de bom grado, assim como o alinhamento incondicional à NATO e às guerras de agressão dos EUA, de que, infelizmente, vemos agora bater-nos à porta os respectivos resultados, mas que nem por isso fazem alterar a nossa actuação, pois não deixaremos de participar nas próximas manobras militares internacionais, as maiores de sempre, tudo muito bélico e agressivo que nos impõe gastos também agressivos e nos retira cada vez mais independência e soberania.
Por estas e outras razões, as eleições do próximo dia 4 de Outubro poderão constituir uma oportunidade para afirmar um não peremptório e inequívoco a esta situação de dependência externa, regressão social e subdesenvolvimento e levar-nos à libertação do garrote imposto e a uma nova política, patriótica e de esquerda que relance o País para novos rumos que constituam resposta às necessidades da população portuguesa e aos problemas existentes, que afirmem um Portugal livre e soberano e uma Europa de paz e cooperação, que proporcionem as condições para uma séria renegociação da dívida soberana e, se preciso for, que possam mesmo contribuir para estudar criteriosamente a libertação do euro, na defesa intransigente dos interesses nacionais e no cumprimento da Constituição da República Portuguesa.

Que nada possa impedir o cumprimento do dever cívico, nem mesmo o futebol marcado para a mesma altura, pois a apatia e o conformismo só favorecem os mentores da actual situação que eles pretendem manter a todo o custo com a prestimosa colaboração do presidente de alguns, mas os portugueses não querem estar condenados a políticas de terceiro mundo.

Sem comentários:

Enviar um comentário