sexta-feira, 9 de outubro de 2015

O dia seguinte às grandes decisões

          
A democracia funcionou, o povo decidiu e a maioria de direita foi derrotada nas eleições legislativas, abrindo um novo ciclo na vida política nacional.
Embandeirando em arco, em plena e insana euforia, a coligação PAF foi esmorecendo gradualmente e na medida em que os dados iam surgindo, indicando claramente que era impossível uma maioria absoluta.
A composição do Parlamento ficará, pois, sensivelmente alterada, mostrando uma maioria de deputados de esquerda, o que significa que a população portuguesa rejeitou a austeridade como forma de governação.
Contrariamente ao que as sondagens previam, a abstenção manteve-se em nível elevado que poderia ser bem diferente se muitos dos cerca de 500 mil emigrantes recentes pudessem exercer o dever cívico, assim lhes tivessem sido proporcionadas as respectivas condições.
O resultado obtido pela CDU confirma a sua expressão política, conquistada ao longo dos últimos actos eleitorais, dando razão a todos quantos reconhecem nesta coligação a razão dos seus argumentos, a seriedade dos militantes e o seu papel insubstituível na defesa dos interesses do povo trabalhador e do País, na luta incessante contra as injustiças e por uma vida melhor.
Contudo, a conclusão mais importante a retirar dos resultados destas eleições e do novo quadro político é a confirmação da derrota dos projectos do PSD/CDS para o prosseguimento da destruição de direitos, do assalto aos rendimentos de quem trabalha, dos reformados e pensionistas, dos pequenos e médios empresários, da perda de soberania nacional.
A CDU conseguiu levar a cabo uma intensa campanha de esclarecimento e mobilização, baseada no trabalho, na verdade, na honestidade, na competência e na seriedade, originando uma grande participação popular e confirmando que os deputados eleitos constituirão sempre uma força activa em defesa dos trabalhadores, do povo e do País.
Foi com o trabalho e dedicação de milhares de militantes, activistas e candidatos do PCP/PEV/ID e da juventude CDU que se tornou possível esclarecer, mobilizar e dar corpo à ideia de que, sim, é possível uma vida melhor e mais digna.
Os resultados eleitorais confirmam a derrota da direita que perde a maioria e é fortemente castigada pela população portuguesa, razão pela qual seria inadmissível que o mais alto magistrado da Nação viabilizasse a constituição de novo governo pelos mesmos que saíram penalizados, a não ser que o maior parido da oposição para tal contribuísse, recusando-se a formar governo.
O resultado obtido pela CDU é tanto mais notável quanto foi visível a campanha ideológica, de condicionamento, chantagem e medo, tratamento desigual, por vezes mesmo afrontoso levado a cabo por algumas instituições que deveriam proceder de modo deontologicamente diferente.
Como afirmou o Secretário-Geral do PCP «temos pela frente tempos de exigência mas são também tempos de confiança, tempos de confiança na luta e na resistência de muitos milhões de portugueses, honrando os nossos compromissos, assumimos desde já a apresentação, no início dos trabalhos parlamentares, de um conjunto de iniciativas legislativas com vista à recuperação e devolução dos rendimentos e direitos roubados nos últimos anos».

Temos, pois, pela parte do PCP a firme disposição de começar o trabalho parlamentar com a recuperação de malfeitorias aplicadas à população e vamos também ver quem viabiliza as propostas apresentadas nesse sentido.

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