Atualidade Nacional
Três temas marcaram sem dúvida a agenda política e laboral da semana
transata, não só pela ação dos intervenientes, mas também e principalmente pelo
impacte causado na sociedade portuguesa.
Um deles foi a comemoração do 10 de Junho, dia de Portugal, de Camões e
das Comunidades Portuguesas, iniciativa que contou com a presença das mais
altas individualidades e, como é habitual, do Presidente da República e do
Primeiro-ministro, os quais foram apupados pela assistência, durante as
cerimónias militares. Somente as forças armadas e os antigos combatentes
tiveram direito a fortes aplausos.
Esta situação comprova uma vez mais que o País padece de rutura social
e política, sendo falta de bom senso continuar no rumo atualmente seguido, caracterizado
por incomportável sofrimento para amplas camadas da população com um desfecho impossível
de vaticinar, mas seguramente de contornos preocupantes.
Cabe aqui abrir um parêntesis para condenar vivamente as palavras
afrontosas proferidas há dias pelo chefe do grupo parlamentar do PSD, o qual,
sem pestanejar e sorridente, afirmou que os portugueses estão melhor da vida do
que há dois anos. Tal afirmação, para além de constituir uma descarada mentira,
não abona em nada a pessoa e o lugar que ocupa.
Outro tema sobressaiu pela negativa e teve a ver com a deslocação a
Bruxelas do mais alto magistrado da Nação, o qual afirmou, em conferência de
imprensa conjunta com Durão Barroso, que o FMI deveria sair do grupo de instituições
que elaboram os planos de ajuda financeira a países com dificuldades.
Esta afirmação obrigou o Presidente da Comissão Europeia a uma correção
no sentido de tornar claro que a participação do FMI nos programas de ajuda a
Portugal, Grécia, Irlanda e Chipre foi da responsabilidade dos estados membros
e ainda acrescentou que as medidas implementadas pelas instituições (Comissão
Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) resultam de um
mandato que lhes é conferido pelos países europeus, não sendo, portanto,
decisões delas próprias, pois as decisões foram tomadas por unanimidade pelos
estados membros da Zona Euro, ou seja, a troika
internacional atua mediante um mandato conferido e, no caso de Portugal, a troika nacional estipulou as medidas que
o atual governo sempre pretendeu e continua a pretender levar mais além.
No entanto, existe parte substancial de responsabilidade relativamente
à preparação das medidas e, nesse sentido, Barroso até admitiu parte dessa
responsabilidade e o próprio FMI (Fundo Monetário Internacional) já veio
retratar-se ao afirmar que cometeu erros. Com erros ou sem eles, com assunção
de responsabilidades ou sem ela, o principal obreiro nesta trapalhada toda,
aqui em Portugal, é o governo que continua apostado no caminho da desgraça
social e do descalabro económico.
O terceiro tema, também polémico e a deixar a população portuguesa
ligada à Educação em polvorosa, reside na luta dos professores pela
dignificação da profissão e duma Escola Pública de qualidade, tendo a grande
manifestação realizada em Lisboa, contribuído claramente para deitar por terra
a tentativa do governo, único responsável pela situação, de virar pais e alunos
contra os professores. Todos já entenderam muito bem que o ministro da Educação,
não possui qualidades para o cargo, tornando-se num pau mandado do Ministério
das Finanças e todos também já perceberam que nas opções ideológicas do governo
reside uma clara intenção de liquidar o Estado Social, razão, entre outras e de
não menor importância, para exigirmos novo rumo para o País.
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