Bilderberg & Companhia
O chamado clube Bilderberg, que todos os anos reúne, em conferência não
oficial, com agenda secreta e não divulgável, os nomes, num total de 130, mais
sonantes das finanças e do meio empresarial e ainda políticos, académicos,
cientistas e jornalistas escolhidos a dedo dentro dos mais atentos, veneradores
e obrigados da área do capitalismo, este ano realiza mais um conclave, desta
vez em Watford
Hertfordshire na Grã-Bretanha, no sofisticado Grove Hotel.
É curioso que somente são admitidos representantes de países da Europa
Ocidental, Estados Unidos e Canadá, sendo desta forma excluídos quaisquer
elementos da Europa de Leste, podem ainda ter resquícios do socialismo real, Balcãs,
Oriente Médio, exceto a Turquia, obediente aos ditames ocidentais, Ásia, África
e América Latina, a libertar-se pouco a pouco do jugo imperialista.
Temas como a crise capitalista global, o anti-americanismo crescente, as
Guerras Regionais que proliferam e a Ciber Guerra, a Biotecnologia e a
Segurança Interna, devem estar em análise, no sentido de melhor os adequar na
prática aos interesses destas «personalidades» e dos respetivos países ou não
estivessem presentes os expoentes máximos da finança, da indústria petrolífera
e do urânio, da pesquisa médica e farmacológica e até, como não podia deixar de
ser, do complexo político militar e dos serviços secretos representados pela
CIA, que seguramente procurarão encontrar os melhores métodos para assegurar a
continuação da guerra na Síria, armando os elementos anti Presidente Assad com
utilização de meios ainda mais sofisticados do que os aviões telecomandados
(drones), exterminadores de populações indefesas, e também encontrando a melhor
forma de «punir» o Irão, destruindo-lhe as instalações nucleares, só permitidas
a Israel, não esquecendo ainda a tarefa de colocar um ponto final nas
desavenças entre o FMI representado pela Sr.ª Lagarde e a Comissão Europeia por
Durão Barroso, uma instituição por ter feito auto crítica em relação às medidas
de austeridade preconizadas para a Grécia e outra por não concordar com essa
auto crítica, certamente por pretender ir mais além e melhor, aliás, como tem
sido prática corrente do governo português. Para que toda esta parafernália
consiga os objetivos «altruístas» de tornar o mundo melhor, pois claro, os
representantes dos grandes grupos ligados à comunicação social dos países
envolvidos neste convénio, não se esquecerão de tudo fazer, no sentido de nos
inculcarem na cabeça a ideia das suas boas intenções, pois é assim que tudo
isto funciona.
Este ano um dos representantes portugueses existentes no clube, Pinto
Balsemão ligado como sabemos à comunicação social como presidente da Impresa e
seguindo as regras internas do convénio, convidou duas personalidades
nacionais, não por mero acaso mas criteriosamente escolhidas, para assistirem à
sessão: o líder do maior partido da oposição e o ministro dos Negócios
Estrangeiros, desta vez, quem sabe, travestido de acérrimo defensor das
pequenas e médias empresas, os quais com toda a certeza «beberão» empolgados as
ideias pairando naqueles ares, e no regresso deixar-se-ão, um, de «bater» no
governo e, outro, de fingir voz grossa na coligação governamental e, pelo
contrário, com essas ideias frescas seguramente procurarão transmiti-las no
solo pátrio para melhoria das condições de vida da população portuguesa, da
economia nacional e da contenção da austeridade.
É, pois, com grande expectativa, ansiedade e profunda convicção de
melhores dias que os portugueses aguardam os reflexos de mais esta reunião
anual dos representantes dos meios capitalistas mundiais que, por este andar,
continuam a conduzir o planeta para situações preocupantes de difícil
retrocesso.
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