quarta-feira, 28 de maio de 2014

Com a CDU um futuro melhor para Portugal

                           A Constituição da República Portuguesa
Louis Antoine de Saint-Just, pensador e político revolucionário francês, declarou durante o período de profundas e positivas alterações da sociedade francesa no século XVIII que «a liberdade de um povo está na força e na duração da sua Constituição e a sua liberdade morre sempre com ela».
Nos dias de hoje, as sociedades europeias estão subjugadas à ideia da eficiência dos chamados mercados financeiros, do euro como moeda única e da União Europeia como um espaço onde se pratica a democracia e se procura o progresso, ideia essa transmitida pelos ministros, deputados e comentadores pertencentes à área política do governo e do PS, melhor dizendo do chamado centrão político, todos ao serviço do grande capital e das multinacionais que operam no nosso e noutros países da Europa connosco.
Embora não corresponda de todo à realidade, este discurso, de tanto ser repetido, transformar-se-á em verdade insofismável se não for vivamente contestado pela população, como tem acontecido e deverá acontecer mais, para que os seus autores não continuem a apregoar as balelas da saída da crise, da diminuição do desemprego, da retoma económica e de que governam desta forma porque o povo assim o quis, fazendo de nós peças descartáveis e doceis ou marionetas duma peça teatral de Polichinelo.     
Para eles as funções sociais dos Estado devem subordinar-se aos interesses financeiros e monopolistas e o salário é considerado, quando muito, uma concessão e não um direito, ao passo que nos mercados é que reside a eficiência e a racionalidade para bem de toda a população, ideia, no entanto, contrariada pela realidade da corrupção, fraude, crime organizado, paraísos e perdões fiscais e livre transferência de capital. E depois dizem-nos hipocritamente que não há dinheiro, estamos a viver acima das nossas possibilidades e que só podemos ter o Estado que podemos pagar, isto é, só podemos ter a democracia e a solidariedade social que os detentores do dinheiro permitam, em função dos seus próprios interesses.
A falência das políticas postas em prática pelo atual governo, a adesão ao Tratado Orçamental e a outros instrumentos vindos da União Europeia, continuam a produzir desigualdades, empobrecimento, estagnação económica, cortes nos direitos laborais, nas reformas e pensões, mas são consideradas medidas necessárias para a tal retoma que nunca chega.
Estamos a pagar uma dívida, impossível de liquidar nas condições atuais, para a qual não contribuímos, pois ela reside na desregulação do sistema bancário e no desvio do crédito do sector produtivo para a especulação imobiliária e bolsista, na procura de lucros elevados a curto prazo, originando mais concentração da riqueza e em Portugal os 25 mais ricos possuem mais de 10% do PIB e as três maiores fortunas continuam a crescer a bom ritmo.
Dizem que a baixa dos juros constitui um sucesso governamental, pois estão a 3,6% a 10 anos, mas não dizem que o Banco Central Europeu concede aos mercados dinheiro a 0,25% para eles investirem nas dívidas públicas e com cobertura de riscos garantida. Dizem também que conseguiram uma saída limpa, mas continuamos a ser considerados como lixo pelas agências de rating e a dívida pública atinge 130% do PIB.
Os partidos da troika (PS, PSD, CDS) foram duramente penalizados com boicotes, eliminação de mesas de voto, abstenção e, essencialmente, com os resultados obtidos nestas eleições europeias pelas mentiras, ações praticadas e falta de respeito pelo conteúdo da nossa Constituição e o presidente que a jurou cumprir e fazer cumprir fica numa posição insustentável por ter apoiado sem reservas o governo e ter ao mesmo tempo incentivado a população ao voto a favor duma Europa que não cumpre os desígnios da coesão social, da paz e do desenvolvimento económico como devia acontecer.
Porém, o crescimento da CDU, cujos elementos constituirão no Parlamento Europeu uma voz ativa para a necessária mudança, traz-nos a certeza de podermos encarar com confiança um futuro melhor para Portugal e para os portugueses no respeito pela Constituição de Abril.




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