sábado, 10 de maio de 2014

Eleições europeias para a mudança necessária

                                   A estratégia orçamental do governo
Suportada num descarado exercício de mentira e mistificação, o que o Governo prepara para 2015 e pretende continuar nos anos seguintes, se para tal lhe dermos hipótese, é a intensificação de uma política de agravamento das injustiças e das desigualdades, de aumento de exploração dos trabalhadores e favorecimento do grande capital nacional e estrangeiro, de redução do poder de compra da generalidade da população e de asfixia da actividade económica e das pequenas e médias empresas.
Uma política de mentira porque, ao contrário do que o governo proclama, o que vamos ter em 2015 é, não a reposição de salários ou pensões de reforma, mas sim a confirmação do seu roubo, tornando permanente aquilo que anunciara ser transitório, para o período do chamado programa de assistência financeira.
Uma política de aumento da exploração, da acentuação das injustiças, do empobrecimento e redução do poder de compra da população, porque o governo não só mantém a carga fiscal brutal sobre os rendimentos dos trabalhadores com o IRS, como lhes anuncia o aumento da TSU e um novo agravamento do IVA, ao mesmo tempo que mantém o benefício fiscal para o grande capital e os seus lucros, através do IRC. Uma política que agrava também a situação dos trabalhadores da Administração Pública com os cortes decorrentes da imposição da Tabela Remuneratória Única, dos cortes nos suplementos e no aumento dos descontos para a ADSE. Uma política que representa para os reformados e pensionistas o agravamento da sua já débil situação com a substituição de uma contribuição apresentada como sendo de natureza extraordinária a CES, por uma nova taxa de carácter permanente, a que acresce o impacto do aumento do IVA que também sobre eles irá recair.
Estas medidas agora anunciadas contribuirão para uma nova contracção do mercado interno o que arrastará mais umas centenas de pequenas e médias empresas para a falência e constituirá ainda um factor de estrangulamento do crescimento económico.
Inseparáveis do Pacto de Agressão que PS, PSD e CDS subscreveram, e também dos compromissos destes partidos com o Tratado Orçamental da União Europeia para perpetuar o actual rumo de exploração, estas medidas tornam ainda mais actual e urgente a exigência da derrota do governo e da sua demissão, a ruptura com a política de direita que, ao longo dos anos e mais recentemente com os PEC e o Pacto de Agressão, diaboliza a vida dos portugueses e do País, reforçando assim a importância decisiva da mudança de rumo e, nesse sentido, do reforço da CDU enquanto factor imprescindível para a construção de uma política alternativa, patriótica e de esquerda.
Como é que o Governo pode continuar a falar em saída limpa da troika se, no momento em que devia devolver salários, pensões e direitos, anuncia novos cortes para 2015 e aumento de impostos? Porque mente descaradamente ao afirmar que no dia 17 de Maio nos vamos libertar do protetorado da troika, quando apresenta planos para manter até 2018 a política de exploração e empobrecimento?
O que sai do País não é a troika, mas sim a riqueza produzida pelos portugueses e o Documento de Estratégia Orçamental apresentado é sem dúvida alguma mais uma afronta ao povo português, aos seus direitos e à nossa Constituição, o que comprova que, ou os portugueses derrotam este governo ou o nosso futuro não será nada mais do que uma versão pior do nosso presente.
A política deste Governo é a política do enriquecimento de uns poucos à custa do empobrecimento de quase todos, mas é também uma política de atraso, endividamento e dependência do país.
O que o Governo propõe pelo menos até 2018 é a continuação do endividamento público, mais cortes no investimento, a destruição de empresas públicas e o encerramento de mais hospitais, maternidades, centros de saúde, escolas, tribunais e repartições de finanças.
O Governo mentiu e continua a mentir aos portugueses, pois durante três anos repetiu até à exaustão que os cortes e os sacrifícios eram temporários, que seriam aplicados apenas durante o Programa da troika, ou seja, até 2014, mas agora, com a apresentação do Documento de Estratégia Orçamental, deixa cair a máscara, revelando as suas verdadeiras intenções, ou seja, transformar em definitivo o que afirmou ser temporário.
Que mais será necessário para que os portugueses, já nas próximas eleições europeias, demonstrem claramente a sua indignação e protesto, mudando o sentido do voto e atirando estes cavalheiros, de pensar bafiento, para o caixote do lixo da História?

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