O passado dia 7 de Novembro marcou o 97º aniversário da Revolução
Socialista de Outubro de 1917, acontecimento de maior expressão do século XX e
da história da humanidade pelo significado de que se revestiu, pelas inéditas
conquistas sociais e económicas alcançadas e pelo impacte provocado na vida dos
povos, ainda bem visível nos dias de hoje.
Apesar de importantes erros praticados, das ingerências externas e das
traições internas, levando aos revezes sofridos pelo mundo socialista no final
do século passado, cujos resultados são atualmente bem sentidos pelos
trabalhadores e pelos povos de todo o mundo, expostos à exploração sem lei do
capitalismo, continua bem presente e mais se acentua a ideia de que não foi o
socialismo a ser derrotado, razão pela qual o projeto pela justiça social, a
democracia e a liberdade permanece como o único capaz de sacudir o jugo imposto
pelos exploradores e corruptos.
A Revolução Soviética tornou a Rússia czarista, atrasada, analfabeta,
oprimida e explorada por um regime feudal, num dos países mais desenvolvidos do
planeta, a União Soviética, demonstrando a possibilidade do poder ser
constituído por um governo de trabalhadores e camponeses, dirigindo a sociedade
de acordo com os seus interesses, direitos e aspirações.
Após a tomada revolucionária do poder, as primeiras decisões mostraram
claramente a natureza proletária e popular do novo regime que, pelo Decreto da
Paz, apelou às nações para que pusessem fim à guerra imperialista e caminhassem
para uma paz democrática e pelo Decreto da Terra aboliu a propriedade privada,
mas outros documentos sobre os direitos dos povos da Rússia e do povo
trabalhador e explorado revelaram também a natureza e essência do poder soviético,
combinando dialeticamente as particularidades nacionais com as leis gerais do
desenvolvimento social expostas por Marx e Engels e aplicadas por Lenine,
contribuindo para o aparecimento duma nova era na humanidade.
Foi assim que o partido comunista, a classe operária e o povo soviético
conseguiram alcançar em tempos bem difíceis grandes realizações políticas,
sociais, económicas, técnicas, científicas e culturais que lançaram a URSS na senda
do progresso e do desenvolvimento. A jornada de trabalho de oito horas, as
férias pagas, a emancipação da mulher, a liquidação do desemprego, a
gratuitidade da assistência médica e da educação, a eliminação do
analfabetismo, o apoio à infância e o acesso generalizado à cultura,
constituíram exemplos de direitos posteriormente seguidos por outros países. O
exemplo permanece.
Outra data importante é a passagem dos 25 anos sobre a chamada queda do
muro de Berlim que serve de pretexto a campanhas de anticomunismo primário e de
intoxicação da opinião pública no sentido de lançarem a ideia do fim do
socialismo que as forças políticas da social democracia tentam a todo o custo
fazer passar, pois celebram esta data como o fim da RDA e a sua anexação à RFA e
a consequente formação duma grande Alemanha imperialista, cujos resultados já
se fazem sentir atualmente no seio da União Europeia, especialmente nos países
periféricos a braços com o garrote imposto pela Sr.ª Merkel.
A queda do muro de Berlim transformou-se assim numa espécie de símbolo
do triunfo do capitalismo sobre o socialismo, no entanto, a evolução da
situação internacional na última vintena de anos desmente categoricamente esta
delirante teoria, assim como outra sobre o fim da luta de classes ou a morte do
comunismo que não passam de meras declarações de intenção dos autores, até
porque não os vemos minimamente preocupados com a existência de outros muros,
tais como, o da Cisjordânia com Israel, isolando os palestinianos, o que separa
uma parte dos Estados Unidos do México, o que separa gregos e turcos em Chipre,
o que ainda separa católicos e protestantes na Irlanda, o que divide a Índia e
o Bangladesh, o que separa as duas Coreias e o muro dos preconceitos,
impulsionador de todos eles e todos eles ceifando milhares de vidas humanas.
Apesar de todas as dificuldades dum processo acidentado e repleto de
avanços e recuos, o futuro da humanidade continua a ser o socialismo para
transformar a sociedade, tornando-a mais justa, democrática e livre da
exploração.
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