sexta-feira, 23 de janeiro de 2015
A democracia deles
E depois digam que
não é opção ideológica…
…Sabendo nós
que recentemente foram chumbadas pelo PSD e CDS na Assembleia da República três
propostas de lei proibindo a cobrança de encargos pela manutenção das contas à
ordem nas instituições bancárias, propostas estas resultantes da entrega duma
petição reunindo mais de 90 mil assinaturas que a maioria ignorou, apesar de
saber que as referidas comissões não resultam da efetiva prestação dum serviço
e constituem flagrante injustiça social, pois são calculadas pelo saldo médio
dos clientes, pagando mais quem menos tem, ou seja, os deputados da maioria
transformados em servidores da Banca…
Também sabendo que, no processo dos submarinos, não
foi possível a criminalização dos responsáveis por prescrição e evitar a
distribuição de 15 milhões de euros de comissões pela santa família, a qual
ainda beneficiou do chamado Regime Excecional de Regularização Tributária
(RERT) adotado pelo governo para resolver o caso do «esquecimento» de pagamento
de impostos, leia-se, fuga ao fisco. E que o processo dos submarinos pode não
permitir agora a criminalização dos responsáveis, mas não pode deixar de exigir
pelo menos a punição de quem permitiu o negócio, apesar do desaparecimento das
instalações do ministério da defesa, liderado na altura por Paulo Portas e
sendo primeiro-ministro Durão Barroso, de documentação importante referente ao
concurso.
Um presente de bom comportamento, pago do bolso dos
portugueses que andaram a viver acima das suas possibilidades e
consequentemente deviam ser penalizados e avançar com o dinheiro dos seus
impostos para cobrirem os desmandos da corrupção, das PPP, das SWAP, do
empréstimo da PT de 900 milhões de euros ao grupo santo falido, da oferta do
Sr. Mexia da EDP de milhões de euros à universidade onde lecionava como
convidado o inefável e reformado Dr. Pinho, o figurão da tourada parlamentar…
Sabendo ainda que as taxas moderadoras na Saúde vão
custar menos 5 cêntimos, novidade posta a circular como uma medida magnânima,
mas que, resultando da consonância com a taxa de inflação, não evitará o excesso
de utentes nas urgências hospitalares derivadas do encerramento de centros de
saúde, da falta de camas nos hospitais, das condições de trabalho dos
profissionais da área contratados à pressão e à hora por empresas privadas, da
substituição dos cuidados de saúde prestados pelo SNS por unidades do sector
privado, tudo contribuindo para o falecimento de utentes por espera prolongada
nas urgências, realidade a que só escapa quem pode ser assistido no sistema
privado…
E ainda sabendo que, enquanto o povo português é
sobrecarregado com enormes sacrifícios consubstanciados no aumento da pobreza,
no roubo de salários e pensões, nos despedimentos de milhares de trabalhadores
da Função Pública, no encerramento de micro, pequenas e médias empresas, na
emigração de jovens bem qualificados que tanta falta fazem ao País, muitos
«boys» a soldo governamental ocupam os «jobs» usufruindo altos e escandalosos
salários…
Mas também sabendo que o presidente de alguns
portugueses na sua mensagem de Ano Novo exortou os políticos a serem cuidadosos
nas promessas eleitorais que, não podendo ser cumpridas, acentuam a
desconfiança dos cidadãos, ele lá sabia do que falava, pois o primeiro-ministro
tinha acabado de afirmar na mensagem de Natal que nunca o País tinha vivido
melhor e o novo ano seria promissor, ficamos com uma ideia clara sobre o
calibre da governação e dos que ela serve.
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