Os dias de hoje
caracterizam-se essencialmente por uma grande instabilidade social e económica
ao nível global, realidade agravada no nosso País por uma governação que nos
indigna pelas injustiças cometidas, pelo empobrecimento e declínio nacional e
pela hipocrisia com que nos tenta convencer do contrário.
Entramos numa
época do ano propícia ao despojamento e à caridade, quantas vezes para alívio
de consciências nutridas pela ganância e sede de poder discricionário,
causadores das maiores desigualdades e ofensas à dignidade do ser humano e aos
seus inalienáveis direitos.
Alguns casos
podem ilustrar com rigor esta situação se nos lembrarmos, por exemplo, das
afirmações públicas do ex vice presidente dos Estados Unidos Dick Cheney que,
sem pejo ou vergonha, disse «eu não tenho nenhum problema», referindo-se à
utilização do programa de tortura contra pessoas inocentes.
Se recordarmos as
invasões do Iraque, da Líbia, do Afeganistão, mais recentemente as tentativas
de incursão na Síria e a situação na Palestina, com o cortejo de centenas de
milhares de mortes (crianças, homens e mulheres), da destruição de património
mundial de incalculável valor e de recursos naturais imprescindíveis à vida
daqueles povos, podemos bem classificar estas atitudes como autêntica barbárie
causada pelo imperialismo estado unidense, com as consequências ainda hoje
visíveis e que não se apagarão tão cedo.
Mas a Europa não
está isenta nesta infernal caminhada e a hipocrisia com que procura evitar a
chegada de imigrantes africanos, milhares dos quais jazem hoje nas profundezas
do mediterrâneo ou são deportados sem dó nem piedade, não é mais do que o
resíduo patético das invasões coloniais levadas a cabo durante séculos que
saquearam e ainda saqueiam o continente africano para que o continente europeu
pudesse manter a sua ânsia de desbragado consumo.
Hoje, em pleno
século XXI, a barbárie continua e torna-se um espetáculo doloroso e deprimente
ver a civilização europeia avançada, de mãos dadas com o imperialismo,
esquecer-se das lições da História que levaram à queda de Roma às mãos dos
germânicos e tártaros, da grande Britânia curvada perante as massas indús,
lideradas por um homem, pequeno de estatura, mas grande de coração e da Rússia
czarista, feudal, opressora e exploradora, libertar-se pela Revolução de
Outubro donde emergiu o homem novo.
Em África,
América Latina, Próximo e Médio Oriente, os povos erguem-se contra o genocídio,
o saque e as ofensas aos direitos humanos e é nessa luta que vão encontrar
forças para a sua libertação.
O caso recente
da libertação dos patriotas cubanos, injustamente presos e julgados nos Estados
Unidos por terem denunciado autores, sedeados em Miami, de ações terroristas contra
Cuba, é uma vitória do povo cubano, dos cinco heróis e das suas famílias, pois
nunca deixaram de denunciar e lutar contra essa injustiça e de reclamar a sua
libertação, mas é também uma vitória da imensa onda de solidariedade que teve
expressão em todo o mundo, nomeadamente no nosso País, onde se realizaram
várias iniciativas do PCP nesse sentido.
O
restabelecimento das relações diplomáticas entre Cuba e os Estados Unidos abre
caminho para o fim do criminoso bloqueio económico, comercial e financeiro e da
ingerência na soberania desta ilha cubana, a que não são estranhas as votações
na Assembleia Geral das Nações Unidas, sempre favoráveis a esta esperada
decisão.
O Natal deste
ano, embora não nos traga tudo aquilo que desejaríamos para a humanidade,
deixa-nos, no entanto, algumas pistas para encararmos com confiança um futuro
melhor para os povos.
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