Camaradas e amigos, |
Em nome da Comissão Concelhia de Baião, apresento fraternais saudações ao colectivo partidário e aos convidados presentes neste nosso XX Congresso.
Camaradas,
Aqui chegamos, depois de trabalho,
análise, discussão viva e fraterna e apresentação de propostas para o Projecto
de Resolução Política que, juntamente com a Tribuna do Congresso e a troca de
ideias nas organizações do Partido, constituem um valioso contributo para
melhorarmos a nossa actuação no futuro, pois, hoje como sempre, os comunistas
portugueses estão prontos a todas as provas e sacrifícios para servirem o povo
e o País, para serem dignos da confiança que os trabalhadores, a juventude e
outros sectores da população neles depositaram e depositam.
Camaradas,
Apesar da nossa única, intensa e
gloriosa luta, em que muitos tombaram, tanto nos tempos da repressão e do
fascismo como no pós 25 de Abril, sempre fomos rotulados como isolacionistas,
sempre nos tentaram marginalizar, sempre nos condenaram patologicamente por
dizermos «não». Mas, camaradas, como podíamos pactuar com políticas de direita
que infernizavam a vida dos trabalhadores e do povo em geral, durante anos a
fio nomeadamente nos últimos quatro?
E no entanto, perante a luta dos
trabalhadores e das populações e quando a situação se tornou insustentável,
colocando mesmo em risco a democracia, os direitos e os interesses do País, foi
o nosso Partido a tomar a iniciativa de interromper o círculo vicioso que nos
estava a levar para o abismo, proporcionando a existência duma alternativa
governamental com apoio de incidência parlamentar e conseguindo ao mesmo tempo uma notável
formulação marxista-leninista.
Com o contributo inestimável do PCP, um
Partido diferente, foi até possível aprovar um OE para 2017, contendo novos
avanços no interesse dos trabalhadores e do povo, foi possível reverter muitas
medidas injustas e rendimentos precários que ainda consideramos ser possível
melhorar.
Não nos movemos por caminhos
aventureiristas, nem tão pouco renegamos a nossa identidade e ideologia, mas
procuramos, na convergência de ideias e na análise criteriosa dos factores
objectivos e subjectivos, as melhores soluções para o tempo actual e foi assim que
conseguimos estancar a sangria a que a população portuguesa e o próprio Pais
estavam a ser submetidos pelas forças do capitalismo monopolista explorador e
do retrocesso civilizacional, cujos representantes nacionais se apresentam
agora descaradamente a dar lições de moral, fingindo não perceber que, afinal,
havia alternativa à austeridade que até pretenderam agravar.
Camaradas,
Os últimos quatro anos de governação dos
partidos da direita, foram os mais penosos desde a Revolução do 25 de Abril, levando-nos
a patamares de desemprego, miséria social, corrupção, injustiça e declínio
económico nunca anteriormente atingidos e o Concelho de Baião constitui, entre muitos
outros do interior, submetidos à depressão social e económica e ao garrote das
assimetrias regionais, um claro exemplo desta situação, da qual está agora a
tentar libertar-se lentamente, mas com grandes dificuldades, pois a força do
trabalho emigrou, o comércio está em estagnação e a agricultura quase
desapareceu.
Por isso, camaradas e amigos, desta
tribuna também sai o nosso protesto e indignação, mas sai, sobretudo, a
consciência de que, apesar das dificuldades, o tempo futuro se apresenta pleno
de potencialidades para melhores dias, assim o povo português nos proporcione mais
confiança e força para, com uma política patriótica e de esquerda, podermos
avançar ainda mais com um projecto alternativo.
Parafraseando o nosso camarada Álvaro
Cunhal dizemos que «é possível defender as conquistas da Revolução e prosseguir
a construção da democracia, desde que a acção se desenvolva em dois planos
complementares: ao nível das massas e ao nível dos órgãos do Poder» e, nesse
sentido, é com imenso orgulho que podemos afirmar que estamos no caminho certo,
o nosso Partido continua a estar, como sempre esteve, à altura das
responsabilidades que lhe cabem como Partido insubstituível e imprescindível à
democracia portuguesa da qual foi também fundador e para a qual continua a
prestar o melhor contributo para a fortalecer e melhorar.
Camaradas e amigos,
O mundo está incerto, em polvorosa, a
Paz está em risco, o imperialismo e os seus aliados da União Europeia e da NATO
continuam a trilhar os perigosos caminhos do hegemonismo e do militarismo.
Hipocritamente, levantam-se vozes da
área do reformismo neo liberal preocupadas com o crescimento da vaga populista
na Europa e no outro lado do Atlântico, mas essas mesmas vozes não se
pronunciam sobre as causas sociais e económicas que lhe dão origem e radicam no
empobrecimento da democracia, na liquidação de direitos fundamentais e no saque
de recursos naturais de que o capitalismo predador se serve para continuar a
exploração ao nível global.
Inspirados pela Revolução Socialista de
Outubro, pertencemos a um Partido que a nível nacional, nas áreas do Trabalho, do
Poder Local Democrático, dos Movimentos de Massas, dos Serviços Públicos e do
Parlamento, mas também no Parlamento Europeu e mesmo internacionalmente, marca
uma presença digna, de trabalho profícuo e sem igual, não regateando esforços
para a melhoria das condições de vida dos portugueses e dos povos em geral,
porque é um Partido internacionalista e revolucionário que consegue juntar
harmoniosamente a experiência à juventude, assim transmitindo às gerações
futuras o nosso ADN, que orgulhosamente transportamos, tendo como objectivo
final, nesta luta sempre inacabada pela transformação do mundo, a construção do
socialismo e do comunismo.
Viva o XX Congresso!
Viva a JCP!
Viva o Partido Comunista Português!
Almada, 2 de Novembro de 2016
Manuel Vilas Boas
Sem comentários:
Enviar um comentário