terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Intervenção no XX Congresso

                                              

                                 Comissão Concelhia de Baião




                                                            


Camaradas e amigos,

Em nome da Comissão Concelhia de Baião, apresento fraternais saudações ao colectivo partidário e aos convidados presentes neste nosso XX Congresso.

Camaradas,

Aqui chegamos, depois de trabalho, análise, discussão viva e fraterna e apresentação de propostas para o Projecto de Resolução Política que, juntamente com a Tribuna do Congresso e a troca de ideias nas organizações do Partido, constituem um valioso contributo para melhorarmos a nossa actuação no futuro, pois, hoje como sempre, os comunistas portugueses estão prontos a todas as provas e sacrifícios para servirem o povo e o País, para serem dignos da confiança que os trabalhadores, a juventude e outros sectores da população neles depositaram e depositam.

Camaradas,

Apesar da nossa única, intensa e gloriosa luta, em que muitos tombaram, tanto nos tempos da repressão e do fascismo como no pós 25 de Abril, sempre fomos rotulados como isolacionistas, sempre nos tentaram marginalizar, sempre nos condenaram patologicamente por dizermos «não». Mas, camaradas, como podíamos pactuar com políticas de direita que infernizavam a vida dos trabalhadores e do povo em geral, durante anos a fio nomeadamente nos últimos quatro?

E no entanto, perante a luta dos trabalhadores e das populações e quando a situação se tornou insustentável, colocando mesmo em risco a democracia, os direitos e os interesses do País, foi o nosso Partido a tomar a iniciativa de interromper o círculo vicioso que nos estava a levar para o abismo, proporcionando a existência duma alternativa governamental com apoio de incidência parlamentar e conseguindo ao mesmo tempo uma notável formulação marxista-leninista.

Com o contributo inestimável do PCP, um Partido diferente, foi até possível aprovar um OE para 2017, contendo novos avanços no interesse dos trabalhadores e do povo, foi possível reverter muitas medidas injustas e rendimentos precários que ainda consideramos ser possível melhorar.

Não nos movemos por caminhos aventureiristas, nem tão pouco renegamos a nossa identidade e ideologia, mas procuramos, na convergência de ideias e na análise criteriosa dos factores objectivos e subjectivos, as melhores soluções para o tempo actual e foi assim que conseguimos estancar a sangria a que a população portuguesa e o próprio Pais estavam a ser submetidos pelas forças do capitalismo monopolista explorador e do retrocesso civilizacional, cujos representantes nacionais se apresentam agora descaradamente a dar lições de moral, fingindo não perceber que, afinal, havia alternativa à austeridade que até pretenderam agravar.

Camaradas,

Os últimos quatro anos de governação dos partidos da direita, foram os mais penosos desde a Revolução do 25 de Abril, levando-nos a patamares de desemprego, miséria social, corrupção, injustiça e declínio económico nunca anteriormente atingidos e o Concelho de Baião constitui, entre muitos outros do interior, submetidos à depressão social e económica e ao garrote das assimetrias regionais, um claro exemplo desta situação, da qual está agora a tentar libertar-se lentamente, mas com grandes dificuldades, pois a força do trabalho emigrou, o comércio está em estagnação e a agricultura quase desapareceu.

Por isso, camaradas e amigos, desta tribuna também sai o nosso protesto e indignação, mas sai, sobretudo, a consciência de que, apesar das dificuldades, o tempo futuro se apresenta pleno de potencialidades para melhores dias, assim o povo português nos proporcione mais confiança e força para, com uma política patriótica e de esquerda, podermos avançar ainda mais com um projecto alternativo.

Parafraseando o nosso camarada Álvaro Cunhal dizemos que «é possível defender as conquistas da Revolução e prosseguir a construção da democracia, desde que a acção se desenvolva em dois planos complementares: ao nível das massas e ao nível dos órgãos do Poder» e, nesse sentido, é com imenso orgulho que podemos afirmar que estamos no caminho certo, o nosso Partido continua a estar, como sempre esteve, à altura das responsabilidades que lhe cabem como Partido insubstituível e imprescindível à democracia portuguesa da qual foi também fundador e para a qual continua a prestar o melhor contributo para a fortalecer e melhorar.

Camaradas e amigos,

O mundo está incerto, em polvorosa, a Paz está em risco, o imperialismo e os seus aliados da União Europeia e da NATO continuam a trilhar os perigosos caminhos do hegemonismo e do militarismo.

Hipocritamente, levantam-se vozes da área do reformismo neo liberal preocupadas com o crescimento da vaga populista na Europa e no outro lado do Atlântico, mas essas mesmas vozes não se pronunciam sobre as causas sociais e económicas que lhe dão origem e radicam no empobrecimento da democracia, na liquidação de direitos fundamentais e no saque de recursos naturais de que o capitalismo predador se serve para continuar a exploração ao nível global. 

Inspirados pela Revolução Socialista de Outubro, pertencemos a um Partido que a nível nacional, nas áreas do Trabalho, do Poder Local Democrático, dos Movimentos de Massas, dos Serviços Públicos e do Parlamento, mas também no Parlamento Europeu e mesmo internacionalmente, marca uma presença digna, de trabalho profícuo e sem igual, não regateando esforços para a melhoria das condições de vida dos portugueses e dos povos em geral, porque é um Partido internacionalista e revolucionário que consegue juntar harmoniosamente a experiência à juventude, assim transmitindo às gerações futuras o nosso ADN, que orgulhosamente transportamos, tendo como objectivo final, nesta luta sempre inacabada pela transformação do mundo, a construção do socialismo e do comunismo.
Viva o XX Congresso!
Viva a JCP!
Viva o Partido Comunista Português!
Almada, 2 de Novembro de 2016
Manuel Vilas Boas


Sem comentários:

Enviar um comentário