terça-feira, 19 de julho de 2011

CONCURSO PECUÁRIO DA RAÇA BOVINA AROUQUESA


PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS
Comissão Concelhia de Baião

AO POVO DE BAIÃO

Num esforço conjunto das Juntas de freguesia de Ovil e Loivos do Monte, realizou-se no passado dia 16 do corrente mês um Concurso Pecuário, promovendo a raça bovina arouquesa e que teve a presença de algumas dezenas de agricultores, não só do Concelho de Baião mas de concelhos vizinhos, os quais, remando contra ventos e marés, ainda tiveram a coragem para se deslocar a este certame, procurando manter de pé uma das áreas mais importantes da nossa Agricultura: a criação de gado e a defesa das raças autóctones.
Louvamos esta iniciativa que vem de encontro àquilo que há muitos anos vimos afirmando: a Agricultura pode e deve ser apoiada pelo poder central e local, contrariamente ao que tem acontecido, pois só assim se contribui para a riqueza nacional, diminuindo importações, ao mesmo tempo que se incentiva o trabalho nos campos, hoje ao abandono, se promove o meio ambiente e se dignifica a vida rural, procurando cativar gente nova para este sector, tal como a pesca e a indústria, essenciais à nossa independência económica, especialmente em tempos de crise como agora vivemos. 
Não deixa de ser uma atitude hipócrita, ouvir hoje o Sr. Presidente da República dizer que nos devemos virar para o mar ou que devemos importar menos produtos agrícolas, quando sabemos que foi nos seus mandatos como Primeiro Ministro, onde as políticas de destruição da frota pesqueira, da nossa agricultura e da indústria tiveram lugar.
Se pensarmos, por exemplo, que nos dias de hoje existem em Portugal 220 mil agricultores a receber subsídios para não trabalharem a terra, temos uma ideia daquilo que os sucessivos governos têm feito contra a agricultura, não só a mando de Bruxelas, mas também por actuação própria, entregando nas mãos do grande capital e das multinacionais do comércio e da importação o sector agro alimentar.
E no entanto há muitos agricultores a querer e saber produzir, mas também sabem que hoje, quando semeiam, estão a perder dinheiro, pois as sementes, as rações e os combustíveis estão mais caros e ao escoarem os seus produtos recebem menos e muitas vezes nem os conseguem escoar, pois tudo ou quase tudo é importado, mesmo sabendo nós que temos os melhores azeites, vinhos, queijos, leite, fruta, batata, milho, trigo, produtos que até ganham no estrangeiro prémios de qualidade e por cá é confrangedor ver tanta terra a monte e cheia de silvados, servindo de pasto para o fogo, aldeias desertificadas e crescentes assimetrias entre o litoral e o interior, causando enormes dificuldades e desigualdades sociais. Veio dinheiro da União Europeia, mas para que serviu? Quem beneficiou? Só nos últimos 30 anos desapareceram mais de 500 mil explorações e a superfície agrícola diminuiu de centenas de milhar de hectares, ao mesmo tempo que os efectivos animais também baixaram nos ovinos, caprinos e suínos, os apoios do PRODER para instalação de jovens agricultores foram suspensos e a reforma da famigerada PAC parou.
Também na agricultura é preciso um novo rumo e uma nova política agrícola que respeite e apoie a agricultura familiar, os pequenos e médios agricultores e proteja os Baldios para benefício da população e do País, mas essa política não será possível com os mesmos que trouxeram a crise.


PCP/Baião, Julho de 2011

PCP – EM DEFESA DA PRODUÇÃO NACIONAL

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