sábado, 16 de novembro de 2013

O direito de informar

                                                            Mau começo
As normas municipais relativas à colocação de propaganda política no nosso vizinho do lado, a cidade do Porto, postas em prática no mandato de Rui Rio, foram consideradas inconstitucionais por recente acórdão do Tribunal Constitucional.
A gestão autárquica do anterior edil da cidade invicta caracterizou-se por uma prática prepotente, autoritária e antidemocrática, levada a cabo pelos partidos nela envolvidos, o PSD e o CDS, sendo por diversas vezes criticada pelos vereadores do PCP e outras forças sociais.
Em relação á retirada de propaganda política do PCP, seguiu-se uma queixa apresentada no Tribunal Constitucional, que lhe deu provimento ao considerar tal ação como lesiva do direito à informação e, em consequência, ilegal.
Já temos conhecimento de que a direita no poder não convive muito bem com as inconstitucionalidades, quer no governo central, quer no governo das autarquias, dados os últimos desenvolvimentos relativamente a normas dos Orçamentos de Estado e de disposições camarárias.
No entanto, muitos portuenses, convictos de que as mudanças, determinadas pelo voto popular podem ou devem trazer alterações qualitativas, decidiram eleger nas últimas eleições autárquicas uma candidatura não partidária, mas apoiada pelos mesmos partidos da anterior gestão camarária, o que, em princípio vai dar ao mesmo, com a novidade da posterior «cobertura» do PS.
Seja por essa razão ou por outra qualquer que a razão desconhece, a nova maioria presidida pelo Sr. Rui Moreira resolveu trilhar os velhos caminhos da inconstitucionalidade e achou por bem mandar retirar várias estruturas do PCP que anunciavam o comício realizado no pretérito dia 2 do corrente mês no auditório do Instituto Superior de Engenharia do Porto, com a presença do Secretário-geral Jerónimo de Sousa.
Sabemos que os cartazes e outros meios de informação utilizados pelo PCP cumprem plenamente o dever de criticar sem tibiezas as malfeitorias que caracterizam a gestão governamental, mas também a gestão autárquica, quando elas constituem um atropelo aos mais elementares direitos dos trabalhadores e da população em geral e também apelam, como é natural, para o derrube daqueles que protagonizam as políticas de direita que estão a levar o nosso País para a injustiça social e o descalabro económico.
E também sabemos que, sendo o PCP o partido da oposição com identidade, ideologia e programa, o mais ativo e organizado na luta por um Portugal desenvolvido, justo, soberano e pelos ideais do 25 de Abri, por essas razões torna-se no alvo preferencial dos partidos das políticas de direita.
Foi assim nos tempos do fascismo, repressão e morte, é assim nos tempos de hoje caracterizados por tentativas de regresso ao passado, encobertas por um discurso de pretensa preocupação com os mais carenciados, uma oratória elitista e uma prática de destruição do Estado Social, de privatizações selvagens, de corrupção, nepotismo e de financeirização da economia.
Esquecem-se, porém, que é o povo a ter a última palavra para derrotar este governo e estas políticas que contam com o aval do Presidente da República. Há força bastante e a palavra de ordem é «intensificar a luta».

Já Lenine dizia que «a verdadeira liberdade e igualdade apenas existirão quando for impossível enriquecer à custa de outrem, quando for impossível sujeitar direta ou indiretamente a imprensa ao poder do dinheiro e quando nenhum trabalhador seja impedido de usufruir do direito igual ao uso de tipografias públicas». 

Sem comentários:

Enviar um comentário