quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Por Serviços Públicos de qualidade

             Encontro nacional das Comissões e Associações de Utentes
Realizou-se, em Lisboa no passado dia 16 do corrente, o 11º Encontro Nacional das Comissões e Associações de Utentes dos Serviços Públicos, iniciativa organizada pelo MUSP (Movimento de Utentes dos Serviços Públicos) que contou com a participação de representantes de todo o País.
Na proposta de Resolução titulada «Por Serviços Públicos de proximidade e qualidade» pode também ler-se a disposição de mobilizar as populações e organizar os utentes, tendo como finalidade defender os seus direitos e legítimos interesses, seriamente ameaçados com as políticas do atual governo.
Por parte das populações, utentes e trabalhadores, cresce cada vez mais a consciência das implicações negativas causadas pela sistemática destruição dos serviços públicos e das funções sociais do Estado, situação que se reflete negativamente na vida da população e suas famílias.
Os constantes atropelos aos direitos sociais, consagrados na nossa Constituição e no modelo de sociedade construído com o 25 de Abril, levados a cabo por anteriores governos e especialmente pelo atual, a desregulamentação e liberalização dos serviços públicos essenciais para a qualidade de vida da população portuguesa e para o desenvolvimento harmonioso da território nacional, constituem elementos para o objetivo há muito acalentado da sua privatização e estão a causar deficiente funcionamento, degradação e extinção dos mesmos, situação que vemos relatada várias vezes pela comunicação social e tem sido alvo de protestos e indignação dos utentes.  
São os casos observados nomeadamente na Saúde, Educação, Transportes, CTT, Segurança Social, Justiça, na própria eliminação de Juntas de Freguesia, serviços estes essenciais e de proximidade que se tornaram no «bombo de festa» do governo, através de sucessivos cortes seletivos visando o seu desmembramento e entrega ao sector privado, com óbvio prejuízo para a população.
E se dúvidas houvesse quanto ao objetivo da política governamental e sua opção ideológica, o conteúdo do Orçamento de Estado para 2014 acabou por dissipá-las em absoluto, na medida em que nele se inscreve a continuação dos cortes nas verbas para o financiamento dos Serviços Públicos e até os agrava, tornando ainda mais difíceis as condições de vida da esmagadora maioria do povo português e a nossa sociedade mais injusta e desigual.
Nestas circunstâncias, faz todo o sentido a organização dos utentes, juntamente com as populações, o movimento sindical, os seus representantes na Assembleia da República, as autarquias e outras organizações sociais, com a finalidade de solucionar muitos casos e procurar impedir a aplicação de medidas penalizadoras das condições de vida da população portuguesa, como tem acontecido e deverá continuar a acontecer ainda com mais intensidade por iniciativa, presença e opinião do MUSP.
É que por este caminho o País não se desenvolve harmoniosamente, pois não tem economia nem serviços públicos essenciais e há desemprego crescente, aumentam as assimetrias regionais, a pobreza está em crescimento e não em fingimento como proclama a figura de opereta de seu nome César das Neves, acólito da «Opus Dei», pois claro, a meia dúzia de milionários existentes no País está mais rica e o mais alto magistrado da Nação, presidente de alguns portugueses, olha seraficamente os acontecimentos, já que não tem dúvidas e raramente se engana.

Os próximos tempos vão ser de contestação dura, como aconteceu com as forças de segurança e os utentes dos serviços públicos serão chamados a engrossar o crescente caudal de indignação e protesto que alastra pelo País.

Sem comentários:

Enviar um comentário