quarta-feira, 30 de abril de 2014

Todos ao 1º de Maio

Apelo da Comissão Política do Comité Central do PCP
Todos ao 1º de Maio

1. A Comissão Política do Comité Central do PCP apela aos trabalhadores e ao povo português para
uma participação massiva nas manifestações do 1º de Maio convocadas pela CGTP-IN em todo o
País.
No ano em que se assinalam os 40 anos sobre essa jornada de luta histórica que o 1º de Maio de
1974 constituiu – marcando o levantamento popular que se seguiu à ação dos militares,
consagrando o apoio dos trabalhadores e do povo ao processo iniciado em 25 de Abril e marcando-o
com as suas reivindicações e objetivos – o 1º de Maio de 2014 constitui uma ação da maior
importância face à situação dos trabalhadores, do povo e do País.

2. A política de direita, concretizada há 37 anos pelo PS, PSD e CDS-PP, agravada nos últimos anos
pela política dos sucessivos PEC e do Pacto de Agressão, subscrito por esses partidos com o FMI, a
UE e o BCE, está a conduzir o País ao retrocesso e ao declínio.
Degradação do poder de compra dos salários, incluindo do salário mínimo nacional, cortes nos
salários e nas pensões, aumento e desregulação dos horários de trabalho, desemprego, ausência de
apoios sociais, precariedade, emigração, negação do acesso à saúde, ataque à escola pública,
descaracterização da segurança social, aumento brutal dos impostos para a generalidade da
população – é este o conteúdo de um programa de exploração e empobrecimento que sob a capa da
“austeridade” avoluma injustiças e desigualdades.
Uma política que, a pretexto do combate ao défice e à dívida, pretende esconder a sua natureza de
classe ao serviço do grande capital nacional e transnacional, na qual o roubo nos salários, nas
pensões, no financiamento dos serviços públicos e o dinheiro do aumento dos impostos sobre os
trabalhadores, os reformados, os pequenos e médios empresários e a população em geral está a ser
canalizado para os milhares de milhões de euros de lucros e dividendos do grande capital, para o
saque dos 7 mil milhões de euros que anualmente saem em juros de uma dívida em grande parte
ilegítima, para os swap e as PPP, para os escândalos do BPN, do BPP ou do BCP.
Este é o verdadeiro objectivo da política de direita que, num confronto geral e sistemático com a
Constituição da República Portuguesa, empurra o País para o desastre e compromete a soberania e
independência nacionais.

3. A Comissão Política do Comité Central do PCP alerta para o facto de os defensores e executantes
dos PEC e do Pacto de Agressão, cada um à sua maneira, ao mesmo tempo que argumentam
demagogicamente com o fim da troika, preparam a continuação da política da troika.
Para lá da demagogia, o que preparam é: mais cortes nos salários e nas pensões, nos apoios
sociais para 2015 e anos seguintes, agravando as consequências dos cortes aplicados em cada um
dos últimos anos; fazer mais alterações para pior ao Código do Trabalho, visando facilitar os
despedimentos sem justa causa e fragilizar ainda mais a contratação colectiva; agravar a legislação
A Agenda do PCP está disponível na Internet em www.pcp.pt
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Telef. 217813800 – 217813880 * email: imprensa@pcp.pt * Web: www.pcp.pt
de trabalho da Administração Pública; atacar os reformados e pensionistas e o direito à reforma;
promover ainda mais a precariedade e a redução dos salários; prosseguir a destruição dos serviços
públicos e das funções sociais do Estado, particularmente do Serviço Nacional de Saúde, da escola
pública e da segurança social; promover mais privatizações e amarrar cada vez mais o País ao
domínio do euro e da UE.
Com esta política, com este governo ou outro que lhe dê continuidade, não há pós-troika. À
irlandesa, com ou sem programa cautelar, com o Tratado Orçamental e outros instrumentos de
domínio da União Europeia e do Euro, a política das troikas, a política de exploração e
empobrecimento dos trabalhadores, do povo e do país a favor do grande capital é, na opinião e por
vontade dos partidos subscritores dos PEC e do Pacto de Agressão, para continuar. Isso mesmo
ficou expresso no propósito de garantir que os especuladores possam continuar a ter intervenção
directa no País com missões especiais de seis em seis meses até 2038.
4. A Comissão Política do Comité Central do PCP salienta a necessidade da ruptura com a política
de direita, afirma que há soluções para os problemas do País, aponta o caminho da alternativa
patriótica e de esquerda e sublinha que, hoje como sempre, o futuro está nas mãos dos
trabalhadores e do povo.
No seguimento das manifestações do 40º Aniversário do 25 de Abril, poderosa afirmação dos
Valores de Abril e da sua projeção no futuro de Portugal, e antecedendo as eleições para o
Parlamento Europeu, grande jornada em que os trabalhadores e o povo têm no voto na CDU a forma
de luta eficaz para a defesa dos seus interesses e a salvaguarda do futuro do País, o 1º de Maio, dia
internacional dos trabalhadores, grande jornada popular, de unidade e luta da classe operária e de
todos os trabalhadores, assume uma importância central.
A Comissão Política do Comité Central do PCP sublinha a confiança na luta dos trabalhadores e do
povo e apela a que, com a sua participação, façam das manifestações do 1º de Maio da CGTP-IN,
uma grande jornada pela defesa dos seus direitos, pelo aumento dos salários incluindo o salário
mínimo nacional, contra a precariedade e a desregulamentação dos horários de trabalho, pela
defesa e reposição do horário das 35 horas na Administração Pública e pela sua aplicação
progressiva a todos os trabalhadores, pela valorização do trabalho e dos trabalhadores.
A Comissão Política do Comité Central do PCP exorta à participação dos trabalhadores e do povo
nas manifestações do 1º de Maio da CGTP-IN numa grande demonstração de força contra a
exploração e o empobrecimento, pela ruptura com a política de direita, pela demissão do Governo
PSD/CDS-PP, por uma alternativa patriótica e de esquerda, pelos valores de Abril no futuro de
Portugal.
Por Abril
Contra a exploração e o empobrecimento
Pela valorização do trabalho e dos trabalhadores
Todos ao 1º de Maio
29.04.2014

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