Decididamente
no mau caminho
A União Europeia continua a surpreender-nos pela negativa, pois o
prosseguimento das anteriores políticas sociais e económicas que trouxeram a
pobreza e o descalabro, especialmente aos países chamados periféricos,
demonstra claramente não existir vontade política para alterações qualitativas de
monta, mas sim a preocupação da ostentação, de que é exemplo recente a
inauguração da delegação do Banco Central Europeu (BCE) em Frankfurt cujo custo
está avaliado em 1.300 milhões de euros, a continuação do alinhamento com o
imperialismo norte-americano e com a NATO no investimento de milhares de
milhões de euros para «ajuda» ao governo pró nazi da Ucrânia e também com o
recrudescimento das sanções contra a Rússia, ameaçada pelos Estados Unidos e
União Europeia de ficar desligada da SWIFT (Sociedade para Telecomunicações
Financeiras Interbancárias Globais) impedindo assim as transações com o
ocidente, numa clara iniciativa de inqualificável ingerência.
Como é do conhecimento geral, há bastante tempo que a maioria das
transações interbancárias internacionais, tais como, ordens de pagamento e
transferências, faz-se através da rede SWIFT, a qual se mantém sob controlo dos
Estados Unidos que autoritária e arrogantemente a utilizam como arma económica.
Como contra partida, em termos económicos, a Rússia colocou em
funcionamento um sistema alternativo à SWIFT com o objetivo de minimizar os
impactes negativos possíveis com a concretização da referida ameaça, ao qual já
aderiram cerca de uma centena de entidades de crédito russas, o que permitirá
aos bancos comunicar através do Banco Central da Rússia (BCR) com um sistema próprio.
Também o parlamento russo (DUMA) autorizou a criação do Banco de
Desenvolvimento do Grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul),
destinado a servir como reserva de fundos para projetos de infra estruturas nos
países do Grupo, tornando-os assim mais autónomos em relação à política
financeira dos países ocidentais.
Sabe-se ainda que a China vai criar o seu sistema de pagamentos
internacionais, denominado CIPS, entrando em funcionamento em Setembro do ano
corrente e constituindo um reforço da moeda chinesa (yuan), mas acima de tudo destinado
a reduzir a dependência do País face ao dólar.
Por outro lado, a evolução da situação na Grécia confirma que o euro e
a União Económica Monetária (UEM) têm vindo a transformar-se num
colete-de-forças (Pacto de Estabilidade e Tratado Orçamental) para os países
sujeitos ao garrote dos programas de ajuda, os quais, dependentes e
subordinados ao grande capital financeiro e às instituições que o representam, puxam
a corda em qualquer altura e segundo os seus interesses (juros agiotas e
condições políticas) e não aos interesses, direitos e anseios dos povos,
colocando na ordem do dia a possibilidade de nos prepararmos cuidadosamente
para a saída do euro, mesmo considerando os claros constrangimentos temporais.
Não ajuda muito e é grave a ideia do atual presidente da Comissão
Europeia, Jean Claude Juncker, de constituir um exército europeu necessário,
segundo ele, para possibilitar a existência duma verdadeira política externa
europeia, ou seja, fica bem expressa a ideia do processo de integração europeia,
baseado em três componentes (neo liberalismo, federalismo e militarismo) e será
por essa razão que a Islândia retirou já a sua candidatura à entrada no clube,
pois, segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros islandês Gunnar Sveinsson,
os interesses da Islândia estão mais protegidos fora da União Europeia.
O imperialismo, na sua tentativa de domínio global, semeia o caos na
Europa.
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