quarta-feira, 1 de abril de 2015

A Europa que não queremos

                                 Decididamente no mau caminho
A União Europeia continua a surpreender-nos pela negativa, pois o prosseguimento das anteriores políticas sociais e económicas que trouxeram a pobreza e o descalabro, especialmente aos países chamados periféricos, demonstra claramente não existir vontade política para alterações qualitativas de monta, mas sim a preocupação da ostentação, de que é exemplo recente a inauguração da delegação do Banco Central Europeu (BCE) em Frankfurt cujo custo está avaliado em 1.300 milhões de euros, a continuação do alinhamento com o imperialismo norte-americano e com a NATO no investimento de milhares de milhões de euros para «ajuda» ao governo pró nazi da Ucrânia e também com o recrudescimento das sanções contra a Rússia, ameaçada pelos Estados Unidos e União Europeia de ficar desligada da SWIFT (Sociedade para Telecomunicações Financeiras Interbancárias Globais) impedindo assim as transações com o ocidente, numa clara iniciativa de inqualificável ingerência.
Como é do conhecimento geral, há bastante tempo que a maioria das transações interbancárias internacionais, tais como, ordens de pagamento e transferências, faz-se através da rede SWIFT, a qual se mantém sob controlo dos Estados Unidos que autoritária e arrogantemente a utilizam como arma económica.
Como contra partida, em termos económicos, a Rússia colocou em funcionamento um sistema alternativo à SWIFT com o objetivo de minimizar os impactes negativos possíveis com a concretização da referida ameaça, ao qual já aderiram cerca de uma centena de entidades de crédito russas, o que permitirá aos bancos comunicar através do Banco Central da Rússia (BCR) com um sistema próprio. Também o parlamento russo (DUMA) autorizou a criação do Banco de Desenvolvimento do Grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), destinado a servir como reserva de fundos para projetos de infra estruturas nos países do Grupo, tornando-os assim mais autónomos em relação à política financeira dos países ocidentais.
Sabe-se ainda que a China vai criar o seu sistema de pagamentos internacionais, denominado CIPS, entrando em funcionamento em Setembro do ano corrente e constituindo um reforço da moeda chinesa (yuan), mas acima de tudo destinado a reduzir a dependência do País face ao dólar.
Por outro lado, a evolução da situação na Grécia confirma que o euro e a União Económica Monetária (UEM) têm vindo a transformar-se num colete-de-forças (Pacto de Estabilidade e Tratado Orçamental) para os países sujeitos ao garrote dos programas de ajuda, os quais, dependentes e subordinados ao grande capital financeiro e às instituições que o representam, puxam a corda em qualquer altura e segundo os seus interesses (juros agiotas e condições políticas) e não aos interesses, direitos e anseios dos povos, colocando na ordem do dia a possibilidade de nos prepararmos cuidadosamente para a saída do euro, mesmo considerando os claros constrangimentos temporais.  
Não ajuda muito e é grave a ideia do atual presidente da Comissão Europeia, Jean Claude Juncker, de constituir um exército europeu necessário, segundo ele, para possibilitar a existência duma verdadeira política externa europeia, ou seja, fica bem expressa a ideia do processo de integração europeia, baseado em três componentes (neo liberalismo, federalismo e militarismo) e será por essa razão que a Islândia retirou já a sua candidatura à entrada no clube, pois, segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros islandês Gunnar Sveinsson, os interesses da Islândia estão mais protegidos fora da União Europeia.

O imperialismo, na sua tentativa de domínio global, semeia o caos na Europa.  

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