sexta-feira, 24 de abril de 2015

Distribuido à população baionense

                                                Celebrar Abril
A Revolução do 25 de Abril constitui sem dúvida um dos mais importantes acontecimentos da nossa história recente, com enormes repercussões sociais, culturais, políticas e económicas no nosso País, mas suscitando também um inquestionável interesse nos nossos vizinhos europeus e noutros continentes.
O impacte da Revolução resulta das suas raízes históricas no País e no povo, na classe operária, no proletariado rural, nos intelectuais, nos estudantes, nos democratas que lutaram contra o fascismo e na iniciativa heróica dos militares progressistas de Abril para o arranque final, naquela luminosa manhã.
Não reivindicando qualquer privilégio em relação ao 25 de Abril, os comunistas portugueses assumem, no entanto, com orgulho o seu contributo ímpar na longa e heróica resistência durante o fascismo, onde muitos deixaram as suas vidas, para que fosse possível o êxito da Revolução.
Cedo, porém, os detratores da Revolução saíram a terreiro, uns na tentativa de recuperação dos privilégios de que foram justamente desapossados, outros procurando lançar na população medos e mentiras sobre o futuro do País ou as opções políticas mais coerentes do socialismo, semeando promessas vãs e assim contribuindo para confundir o povo.
E entre os que não esquecem esse contributo estão seguramente os trabalhadores portugueses, pois lembram-se muito bem quem deu «o pontapé de saída» para os contratos a prazo, os despedimentos sem justa causa, os salários em atraso ou congelados, o ataque à contratação colectiva e à organização sindical, a repressão nas empresas e a perseguição a dirigentes e activistas sindicais, a precariedade e até os aumentos violentos do custo de vida.
Foi assim nos primeiros governos constitucionais e assim continuou até aos dias de hoje, após longos e penosos 38 anos de retrocessos sociais, eliminação de direitos, cedências ao grande capital financeiro e culminando com o atual governo a destruir as Funções Sociais do Estado, a extorquir salários, pensões e reformas, a liquidar a contratação coletiva, a impor a precariedade, a empobrecer a população, a não atuar eficazmente contra a corrupção, a liquidar as micro, pequenas e médias empresas, a favorecer o grande capital monopolista e a deixar a Segurança Social em apuros, apesar dos cofres cheios, como afirma a atual ministra das finanças, mas que servirão apenas para pagar juros da dívida.
Se do ponto de vista da História 41 anos constituem um tempo curto, para todos os que lutaram por Abril, os que o construíram, os que ao longo destes anos defendem tenazmente as suas conquistas e mantêm vivos os horizontes de democracia, justiça, progresso e liberdade, estes anos constituem um rico e inesquecível património construído dia a dia de lutas, de acção criadora e transformadora, de resistência firme que deve ser transmitida aos vindouros.
E assim cresce o movimento que, passando por Abril, não parará enquanto se mantiver fiel aos interesses dos trabalhadores e do povo e irá tão longe quanto o povo quiser, movimento que se amplia para nos trazer Abril de novo, os seus valores e o seu projecto de democracia, liberdade, justiça social, movimento que a CDU representa e reforça, pois e parafraseando Pablo Neruda «Podes cortar todas as flores, mas não podes impedir a Primavera de aparecer».

Vamos, pois, celebrar Abril e continuar a luta por um Portugal com futuro, independente e soberano que nos liberte das novas amarras de obscurantismo que nos querem impor!

Sem comentários:

Enviar um comentário