Os responsáveis pela situação do país vêm novamente anunciar boas novas e prometer um futuro melhor que a vida nunca confirma
Domingo 30 de Março de 2014
Em Aveiro, no encerramento da IX Assembleia da Organização Regional, Jerónimo de Sousa sublinhou que "tal como já assistimos noutras ocasiões e, particularmente, nos períodos pré-eleitorais, aqueles que são responsáveis pela situação de regressão a que o País e a vida dos portugueses chegaram, vêm, novamente, anunciar boas novas e prometer um futuro melhor que a vida nunca confirma".
"É isso que faz o governo do PSD/CDS e a maioria que o apoia, mas também aqueles que têm jogado o jogo da alternância governativa, para prosseguir o mesmo rumo de sempre, mesmo que digam e repitam que o seu rumo é novo. Em relação ao governo e à maioria que o apoia o descaramento da campanha mistificadora é tal que não só anunciam uma promissora viragem na situação do País no pós-troika, quando se sabe que preparam com essa mesma troika novas e graves medidas penalizadoras na vida do povo, como, imagine-se, o mesmo governo que retirou, limitou ou desvalorizou o subsídio de desemprego, o salário mínimo que congelou, o complemento social do idoso, o Rendimento Social de Inserção, que retirou o abono de família a milhares e milhares de crianças e as mais diversas prestações sociais que criou dificuldades imensas aos serviços de saúde, vem anunciar, como o fez Passos Coelho esta semana, que a grande prioridade do governo vai passar a ser a das políticas sociais", afirmou o Secretário-Geral.
Referindo-se ao anúncio da prioridade às preocupações sociais, por parte do governo, Jerónimo de Sousa disse que "estamos no domínio da farsa. Este governo quer voltar a enganar quem? Aqueles a quem disse que os sacrifícios eram temporários, os salários e as reformas eram sagrados. Que não iria aumentar os impostos! É este governo que, sem dó nem piedade, empurrou para o limiar da pobreza mais umas centenas de milhar de portugueses logo nos seus primeiros dois anos de governo – cerca de 25% da nossa população passou a estar nesta situação em 2012 -, como está patente nos dados do INE, que nos vem falar em preocupações sociais?".
O Secretário-Geral relembrou ainda que o PCP reapresentará nos próximos dias na Assembleia da República a proposta de renegociação da dívida a afirmou que "são hoje, por isso, cada vez mais as vozes que se levantam e que reconhecem que a dívida é insustentável e que não pode ser paga mantendo as actuais condições. Vozes onde se incluem muitos dos que não só combateram na altura a proposta de renegociação apresentada pelo PCP como defenderam o Pacto de Agressão que tanto sofrimento causou ao povo português. Da nossa parte reafirmamos que, perante uma dívida insustentável e em parte ilegítima, a renegociação da dívida – dos seus prazos, juros e montantes – assume-se como uma urgente e patriótica atitude para assegurar o direito de Portugal a um desenvolvimento soberano e independente".
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