O Partido
Comunista Português comemora o seu 93º aniversário com um histórico de
atividade e luta sem paralelo no nosso País, mas também como referência
internacional e afirmação no campo daqueles que, sem reservas ou mistificações,
seguem na luta pelo socialismo e o comunismo.
A sua fundação,
inspirada pelos ventos inovadores da grande revolução socialista de Outubro na
Rússia soviética, sucedeu em 6 de Março de 1921, ano também da criação da
Juventude Comunista, e deveu-se à evolução ideológica de ativistas dos sectores
mais vivos e combativos do movimento operário português desse tempo,
nomeadamente do sindicalismo revolucionário.
Contemporâneo do
golpe de Estado de 28 de Maio de 1926 que proporcionaria o advento do fascismo
em Portugal, o PCP viveu momentos particularmente difíceis, mas a determinação
em resistir foi mais forte e consubstanciou-se nas determinações da Conferência
do Partido em Abril de 1929, contrariamente à atitude de todos os restantes
partidos e forças democráticas então existentes que se submeteram ao decreto da
sua dissolução, imposto pela ditadura emergente.
A partir desta
Conferência, que designou Bento Gonçalves como Secretário-geral, o PCP vira-se
abertamente para a criação de organizações do partido e para o trabalho
sindical, resultando daqui a formação da Comissão Inter-Sindical e, em
consequência, por todo o País surgem importantes lutas operárias. Em 15 de
Fevereiro de 1931 aparece o primeiro Avante, publicado sempre clandestinamente
até ao 25 de Abril de 1974, e dois anos depois o Militante.
Os tempos
seguintes são de intenso combate sem tréguas que hoje continua pela causa mais
justa e avançada da Humanidade: o projeto duma sociedade sem classes que ponha
fim à exploração do homem pelo homem, às desigualdades, às injustiças, às
discriminações e aos flagelos sociais que marcam indelevelmente o capitalismo
nos nossos conturbados tempos.
Este combate
inclui outros objetivos a seguir, tais como, a liberdade, o trabalho com
direitos, a saúde, a educação, a proteção social, a cultura e a Paz, enfim, a
democracia em todas as suas componentes e não somente no aspecto formal como
hoje a temos e é neste combate que encontramos o PCP, ontem e hoje, sempre
contra a corrente que nos querem impor e mesmo sabendo que esta luta teve como
consequência para muitos militantes a prisão, a tortura e a própria morte.
Tanto nos tempos
da fome, da miséria e da repressão, como nos radiosos dias da Revolução de
Abril e hoje, com os retrocessos civilizacionais existentes, o coletivo
partidário comunista continua a sua ação em defesa dos direitos e aspirações
dos trabalhadores e do povo, contra as políticas que somente servem uns poucos
que, explorando a imensa maioria, vão acumulando fortunas.
O nosso País
está a viver o mais dramático período da sua história, desde os tempos do
fascismo, mercê do entendimento assinado entre a troika nacional (PS, PSD e CDS) e a troika internacional dos especuladores (FMI, EU e BCE), entendimento
agravado pelo governo e as suas próprias medidas.
E é nestes
tempos difíceis que o PCP surge, uma vez mais, como a força política da
esperança e da confiança, pois propõe outro rumo para construir um Portugal com
futuro, de progresso e justiça social, rompendo com esta política de direita,
que nos persegue há 38 anos e só nos tem trazido empobrecimento.
Estando presente
através dos seus militantes, nas empresas, noutros locais de trabalho, nas Autarquias,
na Assembleia da República e no Parlamento Europeu, nas lutas contra o
desemprego, a precariedade e as privatizações, pelos direitos, contra o
encerramento de serviços públicos essenciais, o PCP assume-se como o porta-voz dos
interesses e anseios populares.
Em pleno século
XXI temos, pois, um Partido Comunista Português com identidade, ideologia,
programa, projeto alternativo para o País e pronto para assumir
responsabilidades, cabendo aos portugueses decidir.
Os tempos atuais
mostram-nos uma ironia da história na qual devemos meditar: «Tudo o que
temíamos acerca do comunismo – que perderíamos as nossas casas e as nossas
poupanças e nos obrigariam a trabalhar eternamente por escassos salários e sem
ter voz no sistema – converteu-se em realidade com o capitalismo» afirmação do
australiano Jeff Sparrow, escritor e ativista dos direitos humanos.
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