Forte aviso à governação
Apesar das pressões
e tentativas de intimidação por parte do executivo governamental, apesar de
calúnias, falsidades e notícias fantasiosas, deontologicamente reprováveis,
inseridas, por exemplo, no jornal «O Sol», para não referir um ou outro pasquim
com pretensões ao pódio jornalístico, a jornada de luta organizada pela CGTP e
subordinada ao tema «Marcha por Abril contra a exploração e o empobrecimento»
atravessou as pontes respetivamente 25 de Abril em Lisboa e do Infante no
Porto, constituindo um enorme e clamoroso grito de protesto.
São muitas as
razões para elevar o descontentamento da população portuguesa e o Orçamento de
Estado para 2014 indicia desde logo um estrangulamento da economia, um
prolongamento da recessão e uma redução incomportável dos rendimentos de quem
trabalha, dos reformados, dos pensionistas e dos desempregados, pois o governo
PSD/CDS, numa clara opção de classe, faz incidir os cortes sobre estas camadas
da população em mais de 80% e para os rendimentos do capital reserva uma ínfima
percentagem de 4%.
A carga fiscal
sobre os rendimentos do trabalho aumenta consideravelmente e diminui o imposto
que se aplica aos lucros do capital (IRC) em mais de 80 milhões de euros, ao
mesmo tempo que se ataca sem pudor as pensões de sobrevivência.
O estado social,
falsamente eleito como o grande culpado pela crise, vai sendo desmantelado
paulatinamente e vendido a patacos aos privados, deixando a população indefesa
na Saúde, na Educação, na Segurança Social, nos Transportes, nos Correios e
Telecomunicações, enquanto se privilegia a economia de casino ou a especulação
bolsista, se permite a fuga de capitais e a economia paralela e se promove mais
parcerias público-privadas, sorvedouro imenso, mais ordenados, pensões e
assessorias milionários, enquanto hipocritamente é declarado que não há
dinheiro, estamos a viver acima das nossas possibilidades.
Com esta
política e opções ideológicas aumenta a exploração e o empobrecimento e confirma-se
que a «conversa da treta» dos sinais positivos, da retoma e do regresso aos
mercados, constituem uma enorme fraude e mais uma mentira a que, infelizmente,
o atual executivo nos foi habituando com o decorrer dos tempos e com o mais
alto magistrado da Nação a assistir de palanque com uma bonomia
incompreensível.
A dívida
torna-se cada dia que passa mais impagável, porque é vedado aos portugueses o
criar riqueza e porque a renegociação com os credores, preconizada há anos pelo
PCP, mantém-se teimosamente em compasso de eterna espera.
As empresas
públicas lucrativas desaparecem na avalanche de venda a retalho pelo melhor
(menor) preço obtido e o exemplo dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo,
empresa pública exportadora de fundamental importância para a economia nacional
e em processo de privatização, constitui talvez o paradigma duma má economia.
O povo português
rejeita fortemente estas políticas e este governo como executor das mesmas e já
se apercebeu que não pode cruzar os braços, mas sim continuar a luta de que a
jornada de hoje, dia 19 de Outubro de 2013, constitui um claro e rotundo NÃO à
política de austeridade para os que menos têm e menos podem, deixando de fora
os grandes grupos monopolistas, ou seja, o grande capital.
Assim não vamos
longe, este governo deve ser demitido com urgência, pois não há em Portugal
portugueses de primeira e de segunda e os ideais de Abril continuam presentes
na memória daqueles que o viveram com profunda convicção, intensidade e
esperança num País mais justo e desenvolvido.
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